Justiça determina que BB garanta Cassi aos oriundos da Nossa Caixa

Já está correndo o prazo de 20 dias para que o Banco do Brasil estenda aos trabalhadores oriundos do Banco Nossa Caixa (BNC) a possibilidade de ingresso à Caixa de Assistência dos Funcionários do BB (Cassi), nas mesmas condições dos bancários originários do BB. A decisão foi tomada no último dia 26 de outubro, pelo juiz Francisco Luciano de Azevedo Frota, do Tribunal Regional do Trabalho da 10º Região. O magistrado pontuou que, em caso de descumprimento, o BB terá que pagar multa de R$ 300 por dia, por empregado prejudicado. “O movimento sindical sempre priorizou a negociação, e temos mesa com o banco, cobrando os interesses de todos os funcionários de bancos incorporados, incluindo os aposentados e seus dependentes”, explicou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.  “No atual governo, de Bolsonaro, o banco não se propôs a negociar a questão dos incorporados. Continuaremos batalhando por essa via, porque nós acreditamos no poder da negociação”, continuou. Sobre a decisão na Justiça do Trabalho, que atende a um pleito do Ministério Público do Trabalho, a advogada do escritório Crivelli Associados, que representa a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT) na ação, Renata Cabral, pontua que “trata-se de uma decisão proferida em pedido de cumprimento de sentença, que tem origem em ação civil pública que tramita no Tribunal Superior do Trabalho”. Existem outros pedidos de extensão do acesso à Cassi aos trabalhadores oriundos do Banco do Estado do Piauí e Banco do Estado de Santa Catarina, que ainda estão sob análise do juiz. Há mais de uma década os trabalhadores do banco, que foi incorporado pelo BB em novembro de 2009, reivindicam, com o apoio do movimento sindical, acesso ao mesmo plano de saúde dos demais colegas. “O acesso à Cassi para todos já foi, inclusive, campanha nossa e motivo de várias lutas. Avançamos em vários pleitos no que tange o Acordo Coletivo, mas, essa discussão, especificamente, sempre foi adiada pelo banco”, pontuou Fukunaga, completando que a Contraf-CUT apoia a ação na condição de amicus curie (amigo da corte, em latim), termo que designa um agente que auxilia a Corte com subsídios técnicos.

VA e VR dos empregados serão da Caixa Cartões

A Caixa Econômica Federal assinou, nesta segunda-feira (31), um contrato para que a Caixa Cartões forneça os Vales Alimentação e Refeição para todos os beneficiários empregados, aposentados e pensionistas do banco. “A mudança ocorre após muitas reclamações de empregados de algumas regiões, que têm enormes dificuldades para utilizar o Verocard e o Greencard, por exemplo”, explicou o dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro. “A própria vice-presidente de Gestão Coorporativa (Vicop), Dani Calazans, reconheceu que os empregados, ‘pela primeira vez, terão a oportunidade de utilizar o benefício com a marca Caixa em uma ampla rede de aceitação’”, completou. O banco informou que a substituição dos antigos cartões ocorrerá de maneira escalonada. A partir de dezembro os beneficiários residentes no Centro-Oeste, Norte e Sudeste do país (exceto São Paulo) passarão a receber os novos cartões. A troca nas demais regiões começa em fevereiro de 2023.

Experiências brasileiras podem contribuir com a luta mundial dos trabalhadores

A delegação com mais de 30 representantes da UNI Global Union, da Progressive International e da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), que ficou no Brasil de quinta-feira (27) a domingo (30) para acompanhar as eleições para a Presidência da República, levarão para seus países experiências luta e resistência dos trabalhadores contra cortes de seus direitos trabalhistas e sociais decorrentes de políticas neoliberais executadas por um governo de inspiração fascista, mas também de organização e solidariedade com a população mais empobrecida. Esta é opinião da secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, que também é presidenta da UNI Finanças Mundial. “Foi uma experiência extremamente rica porque eles puderam ver qual é o resultado da falta de prioridade às políticas públicas, com congelamento e corte de recursos para as áreas da saúde, educação e habitação, por exemplo, tudo em nome de uma ideologia que prega o estado mínimo e não há qualquer compromisso com a classe trabalhadora e a população mais pobre”, avaliou a dirigente da Contraf-CUT. “Muitos deles já tinham vindo ao Brasil, mas agora eles puderam ver que aumentou muito a quantidade de pessoas morando nas ruas, sem emprego e nem o que comer”, completou. Exemplos de luta, resistência e solidariedade Mas, para Rita, além de ver de perto os estragos causados na sociedade brasileira pelo governo Bolsonaro, as reuniões com movimentos populares, visitas às comunidades, acampamentos e escolas de formação possibilitaram que eles pudessem, também ver que é possível se contrapor a estas políticas quando existe organização, resistência e solidariedade entre os trabalhadores. “Propiciamos a eles o contato com a organização e o trabalho realizado por grandes entidades do movimento sindical e social no Brasil que podem ajudar na reflexão e ampliação da organização para a luta internacional dos trabalhadores contra a expansão do pensamento fascista no mundo”, disse Rita. “Precisamos denunciar para o mundo os estragos causados pela política neoliberal e fascista e também as experiências de luta e organização contra este tipo de política. Mostrar que, como aconteceu no Brasil, é preciso vencê-la, mesmo diante das notícias falsas que eles espalham até que muita gente acredite nas mentiras espalhadas”, completou. Leia também:>>>>> Lula é eleito presidente pela terceira vez>>>>> Delegação internacional de sindicalistas visita a CUT>>>>> Sindicalistas internacionais debatem sobre a realidade da periferia>>>>> Assédio eleitoral preocupa movimento sindical Para a secretária de Políticas Sociais da CSA, Jordania Ureña, as eleições no Brasil são extremamente importantes porque é preciso barrar o crescimento acelerado do fascismo em todo o mundo. “Muitas coisas dependem das eleições brasileiras, como a solidariedade internacional entre os movimentos sociais e sindicais”, disse. “Além disso, percebemos que o povo brasileiro está sedento por democracia, que é o que povo precisa. Vimos constantes violações das estruturas e golpes à própria democracia, que demorou tanto para que muitos de nossos povos a construíssem e, em um piscar de olhos, podemos perdê-la”, disse. Ela defende que toda a classe trabalhadora se una em prol desse processo histórico que o Brasil vive. “Esta vitória do Lula representa um elo importante no andamento dessa luta contra o ódio, contra o fascismo, contra a misoginia, contra a violência, que são promovidos pelos governos fascistas. Viemos ao Brasil porque acreditamos na unidade dos povos”, concluiu.

Lucro do Santander no terceiro trimestre de 2022 acende alerta

O Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 11,211 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, queda de 10,1% em relação ao mesmo período de 2021. No trimestre encerrado em setembro, o banco espanhol lucrou R$ 3,122 bilhões, queda de 23,5% em relação aos três meses anteriores. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) do banco ficou em 19%, com decréscimo de 2,5 pontos percentuais em doze meses. O lucro obtido na unidade brasileira do banco representou 27,7% do lucro global que foi de € 7.316 bilhões, alta de 14,7% em doze meses e 3% no trimestre. A holding encerrou o terceiro trimestre de 2022 com 51.214 empregados, com abertura de 1.609 postos de trabalho em doze meses (no trimestre, foram fechados 835 postos de trabalho). Foram fechadas 307 agências e 104 PABs em relação a setembro de 2021. Alerta O resultado do Santander no terceiro trimestre de 2022 acende pontos de alerta, como a redução do lucro e o fechamento de agências e PABs; e chama atenção o número superavitário de contratações. “Em um primeiro momento a geração de empregos sempre é positiva. No entanto, mais do que analisar os números precisamos fazer uma avaliação à luz dos fatos. O Santander vem intensificando a terceirização desde 2020. Estima-se que ao menos nove mil bancários já foram transferidos para outras categorias. Soma-se a isto a quantidade de agências fechadas no país. É assombroso projetar que o Santander pretender ser um banco sem bancários.” Lucimara Malaquias, diretora executiva do Sindicato e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander Aumento da PDD O Índice de Inadimplência Total superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 3%, com alta de 0,6 ponto percentual em comparação aos nove primeiros meses de 2021. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) aumentaram 52,2%, totalizando R$ 17,4 bilhões. “A inovação é tornar os trabalhadores sócios dos riscos, isso mesmo, haja vista a inadimplência subindo e a PDD nas nuvens. O banco quer que os trabalhadores assumam os riscos de suas carteiras, a exemplo do que já ocorre na corretora de investimentos, mas o Santander continua remetendo o lucro para a Espanha e garantindo-o aos acionistas”, denuncia Lucimara. Em teleconferência, o banco afirmou que o aumento da inadimplência é devido ao varejo e a empresas pequenas. “Muito provavelmente essa deterioração é devido a atual crise econômica e social que reduziu a renda da população e o crescimento. Esse mesmo ´desgoverno´ aposta ainda em congelar aposentadorias e pensões caso seja reeleito, o que poderá gerar ainda mais retração econômica”, afirma Lucimara. Serviços e tarifas são quase o dobro da folha de pagamento As receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias decresceu 1% em doze meses, totalizando R$ 14,2 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR aumentaram 10% no período, somando R$ 7,4 bilhões. Assim, em setembro de 2022, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 191,74% (ou seja, as receitas de prestação de serviços e tarifas cobriram quase duas vezes a folha de pagamento do banco). “Embora o balanço apresente uma redução na cobrança de juros e tarifas, a redução é irrisória frente ao volume arrecadado neste item, principalmente porque boa parte do mercado já não cobra tarifas pela cesta de serviços básicos, mas o Santander insiste em cobrar, inclusive de funcionários. Mais uma contradição no banco que vende redução de direitos como ‘inovação’”, finaliza Lucimara.

Trabalhadores do Itaú conquistam anistia total das horas negativas

Os trabalhadores que não conseguiram compensar as horas negativas até esta segunda-feira (31), terão o banco de horas anistiado completamente. A conquista foi negociada entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e a direção do banco, em reunião realizada na última sexta-feira (28). O acordo de banco de horas negativas foi negociado para garantir os direitos dos trabalhadores que foram afastados ou colocados em regime de rodízio nas agências, por conta da pandemia de coronavírus. O acordo de compensação das horas negativas, assinado em fevereiro de 2021, previa que os bancários teriam um período de 18 meses, a partir do mês de março seguinte, com o limite de duas horas por dia, para compensar as horas que faltavam. Este acordo seria revisado a cada três meses, podendo ser prorrogado em mais seis meses, caso os trabalhadores não conseguissem zerar a dívida de horas. Para Jair Alves, coordenador da COE, foi um ótimo caminho para solucionar um problema tão grande e inesperado. “Este encerramento mostra como este acordo decisivo foi acertado, ao ser negociado num momento muito difícil para a classe trabalhadora e para todo o mundo.” Todos os membros do COE salientaram como a boa relação que construíram com o departamento do banco foi positiva para os trabalhadores. “Ainda temos muitos pontos pela frente para negociar, como o parcelamento de dívidas, PCR e teletrabalho”, concluiu Jair.

Assédio eleitoral preocupa movimento sindical

O movimento sindical internacional está em alerta devido ao aumento dos casos de assédio eleitoral no Brasil e enviou uma delegação com mais de 30 representantes da UNI Global Union, da Progressive International e da Central Sindical das Américas (CSA) para acompanhar as eleições para a Presidência da República no país. Um balanço do Ministério Público do Trabalho (MPT) aponta que houve um aumento de 670,3% das denúncias de assédio eleitoral no Brasil na comparação entre as eleições de 2018 (212 denúncias) com a deste ano (1.633 denúncias). “Coagir, ameaçar ou prometer benefícios para que os empregados votem em determinado candidato é assédio eleitoral. E esta prática se configura como crime em nosso país”, explicou a brasileira, presidenta da UNI Finanças Mundial, Rita Berlofa, que recepcionará a delegação internacional que estará no país a partir desta quinta-feira (27). A comitiva se reunirá com membros da Central Única dos Trabalhadores, de partidos políticos e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), além de acompanhar o processo eleitoral até a apuração dos resultados das eleições. UNI Global Union Entidade sindical mundial que representa mais de 20 milhões de trabalhadores do setor serviços em 150 países. https://uniglobalunion.org/ Internacional Progressista Organização que reúne entidades e grupos de ativistas progressistas de todo o mundo. https://progressive.international/ Confederação Sindical das Américas (CSA) A Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA) congrega 48 organizações nacionais de 21 países, que representam a 55 milhões de trabalhadores. É a organização regional da Confederação Sindical Internacional (CSI). https://csa-csi.org/.

Caixa reduz verbas para agências

A Caixa Econômica Federal tem lançado, nos últimos meses, diversos produtos voltados para as classes mais baixas e para as mulheres, como a concessão de empréstimos consignados para beneficiários do Auxílio Emergencial. Tais medidas têm aumentado a demanda pelos serviços. Em contrapartida, o banco vem reduzindo os recursos para a aquisição de insumos utilizados no dia a dia do atendimento aos clientes. Para as entidades de representação dos empregados, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), o banco está sendo utilizado com finalidades políticas e as condições de trabalho precarizadas. “As empregadas e empregados, que já estavam sobrecarregados, estão tendo que trabalhar ainda mais. Em alguns casos, o tempo de espera para atendimento é de mais de três horas”, observou a bancária da Caixa e diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil. Para a diretora da Contraf-CUT, o aumento da demanda está sendo realizada sem o devido cuidado. “Vem ocorrendo de uma forma atabalhoada. Não há contratação proporcional para atendê-la, nem dotação para o pagamento de horas-extras e tampouco melhora da estrutura de atendimento. Ao contrário, o banco vem reduzindo os recursos do ‘caixinha’ para a compra, em ‘pronto pagamento’ pelas agências, de materiais descartáveis, café, açúcar e até grampos de papel e papel higiênico. Os próprios empregados precisam colocar dinheiro do bolso para estes produtos”, explicou Eliana, ao lembrar que a falta destes materiais prejudica o bom atendimento. Em entrevista concedida pela presidenta da Caixa, Daniella Marques, ao programa Pânico, da Jovem Pan, o apresentador Emílio Surita elogiou o atendimento da gerente de sua agência, mas reclamou do “café frio”. “O que ele não sabe, é que, como o pó de café é comprado pelos empregados, não dá para fazer café a toda hora. O mesmo acaba ficando frio. Café quente tem em Brasília, na matriz do banco, como observou a própria Daniella. Lá o dinheiro para a compra do pó não sai do bolso dela e tem copeira para fazer café na hora, o que não tem nas agências”, disse. Uso político da Caixa Entidades de representação dos empregados, como a Contraf-CUT e a Fenae, vêm denunciando o uso da Caixa para finalidades políticas desde a gestão de Pedro Guimarães e, após a sua queda, a continuidade deste mal-uso pela atual gestão, com a criação de produtos voltados às mulheres. Agora, desde o dia 11, a Caixa passou a conceder empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Emergencial. Na segunda-feira (17), a presidenta do banco afirmou que, até sexta-feira (14), a Caixa havia concedido R$ 1,8 bilhão de crédito consignado a 700 mil beneficiários do Auxílio Emergencial. Ou seja, bastaram três dias para que houvesse tamanha disponibilização de recursos. Outros bancos também foram liberados para conceder empréstimos consignados para este público, mas consideram a operação arriscada e não abriram esta linha de crédito. Coincidência ou não, a população de baixa renda e as mulheres compõem justamente os públicos onde a rejeição ao presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), é maior. Isto fez com que o Ministério Público visse o possível “desvio de finalidade” e uso “meramente eleitoral” da Caixa e pedisse a suspensão da concessão pelo banco de empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Emergencial. “Estamos denunciando o uso político da Caixa desde quando Pedro Guimarães estava à frente do comando do banco e, como vemos, a atual gestão manteve esta mesma postura”, disse a diretora da Contraf-CUT. O diretor do Sindicato dos Bancários do ABC, Hugo Saraiva, reforça a crítica de Eliana Brasil. “O governo federal faz uso eleitoreiro da Caixa a favor da candidatura do atual presidente e, em alguns locais, a procura de informações e pedidos de empréstimo consignado já se compara à demanda do Auxílio Emergencial como um todo, levando até mesmo gerentes de contas empresariais (PJ) a ter que realizar atendimentos para este público”, concluiu.

Bancários do Santander devem votar na Assembleia Específica sobre ACT nesta quinta-feira (22/9). Saiba como!

O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense e demais entidades sindicais da categoria bancária que possuem unidades do banco Santander em sua base territorial em todo país realizam, nesta quinta-feira (22), das 8h às 20h, assembleias para que os empregados do banco deliberem sobre o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) geral dos funcionários, aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária. Além do ACT geral, também estarão em pauta as deliberações sobre o ACT do Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS) e o Termo de Relações Laborais. A orientação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) é de aprovação dos acordos. Em vídeo, a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias, explica o que estará em votação e qual a orientação de voto é dada aos trabalhadores. Pontos positivos Extensão do período de amamentação de nove para 12 meses, podendo ser usufruído pelo pai ou pela mãe; Manutenção do pagamento de PLR e Programa Próprio sem compensação de um pelo outro, como pretendia o banco; Inclusão de uma cláusula de repúdio à violência contra a mulher onde o banco se compromete a apoiar bancárias vítimas de violência; Termo de relações laborais para prevenir e coibir o assédio moral e sexual; Reajuste do valor das bolsas de graduação e pós-graduação pelo INPC em 2023 e 2024; Validade do acordo de 1º de setembro de 2022 a 31 de agosto de 2024; PPRS reajustado em 2022 em 8%, que será pago em fevereiro de 2023 em parcela única no valor de R$ 3.355,73; Em fevereiro de 2024, será pago o valor reajustado pelo INPC do período, mais 0,5%; Estão mantidas as faixas de renda do PPRS de 13% a 23% para 16% a 26% e acima de 23% para 26% – o banco queria subir de 13% para 16. Como votar A votação será realizada por sistema eletrônico, via internet. Todos os funcionários podem votar, sejam eles sindicalizados ou não. Basta acessar o link https://bancarios.votabem.com.br/. Caso a bancária, ou o bancário não consiga votar ao acessar o link acima, deve entrar em contato com o sindicato para obter o link específico, ou outras informações sobre como votar. As negociações entre a representação dos funcionários e o banco Santander para a renovação dos acordos se encerraram no dia 14 de setembro.

Privatização de bancos públicos leva a demissões e desmonte de planos de saúde e previdência

O resultado das privatizações do Banco do Estado do Paraná (Banestado) e do Banco do Estado de São Paulo (Banespa) comprovam o alerta dos movimentos de trabalhadores que lutam para afastar os riscos de privatização do Banco do Brasil e de outras importantes empresas públicas. “Perdas de direitos, demissões em massa, desmonte dos planos de saúde e de previdência complementar. Esses foram os resultados das privatizações do Banestado e do Banespa, prestes a completarem 22 anos agora, em outubro e em novembro”, lembra o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e membro do Comitê de Luta em Defesa do Banco do Brasil, João Fukunaga. “Ou seja, além de não resultar no tão prometido aumento de investimentos, expansão econômica e modernização, as vendas que sepultaram as duas empresas destruiu direitos dos funcionários incorporados aos bancos compradores”, completa. Caso Banestado “O processo de privatização em si é muito estressante. A empresa precisa desmoralizar-se e quebrar a confiança dos empregados no futuro da instituição”, explica o ex-funcionário do Banestado e ex-presidente da CUT Paraná e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Beto von der Osten, o Betão. Ele lembra que, três anos antes da privatização, em 1997, a então diretoria do Banestado, orientada pelo governo estadual, avisou aos funcionários que a empresa passava por uma grave crise financeira. “Na ocasião, o banco contava com mais de 12 mil empregados. No final do ano, a Assembleia Legislativa do estado aprovou uma lei para sanear o banco e foi aberta uma sala de dados para informação da real situação da empresa para interessados na sua compra”, destaca. Em 1999, a empresa pública foi submetida a dois programas de demissão voluntária que reduziram o número de funcionários para 8 mil. No processo para sanar as dívidas, o Estado do Paraná desembolsou R$ 5,1 bilhões pelo Banestado, em valores da época, para depois entregar a instituição por apenas R$ 1,6 bilhão, em outubro de 2000, por leilão ao banco Itaú. Dois anos após a privatização, 76% das agências que antes eram do Banestado estavam encerradas. Em 2019, restavam apenas 500 funcionários oriundos do banco público na folha de pagamento do Itaú. “O Banestado foi privatizado quando tinha quase 72 anos. Durante décadas foi uma das instituições financeiras mais sólidas do Brasil. Foi o grande parceiro dos ciclos econômicos e sociais, permitindo um nivelamento de desenvolvimento entre as regiões”, relembra Betão. “A revista Exame fez, em 1998, uma pesquisa apontando que mais de 90% dos empreendimentos econômicos e de infraestrutura do Paraná eram financiados pelo Banestado. A instituição era também um banco contemporâneo, introduzido na automação bancária desde anos 70. Pioneiro com cartões de múltiplas funções e Caixas Automáticos de saques”, completa. Fundos de pensão e planos de saúde Os históricos de privatizações de empresas públicas mostram que, praticamente, em todas as empresas vendidas ocorrem ataques aos planos de saúde e de previdência complementar para reduzir direitos dos associados e as contribuições e compromissos das empresas patrocinadoras. Camilo e Betão pontuam que, nos casos Banespa e Banestado, os ataques foram profundos, com fechamento dos planos de previdência, ficando restrito somente aos antigos funcionários, abertura de outro plano para os novos trabalhadores, com contribuições muito reduzidas dos patrocinadores, transferindo a responsabilidade com a formação da reserva previdenciária quase exclusivamente aos funcionários. “O novo controlador, banco Santander, enfraqueceu a governança dos funcionários nas entidades de saúde e previdência, acabou com os comitês gestores e de investimentos e com as eleições de trabalhadores para as diretorias. Ou seja, a participação dos representantes eleitos pelos funcionários foi reduzida, e o Santander aumentou seu controle para cortar direitos dos trabalhadores”, destaca Camilo. Ele conta ainda que o Santander proibiu a entrada de novos funcionários oriundos do banco público no plano de saúde, comprometendo seu equilíbrio e sobrevivência futuros. E, no Fundo Banespa de Seguridade Social (Banesprev), o plano para aposentadoria dos trabalhadores do antigo banco público, os associados têm, atualmente, que arcar com contribuições extraordinárias cada vez maiores para a cobertura de déficits. Ameaças contra o BB O ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, nunca escondeu sua vontade de privatizar as empresas públicas, incluindo Caixa e Banco do Brasil. “Qual é o plano para os próximos 10 anos? Continuar com as privatizações. Petrobras, BB, todo mundo entrando na fila, e isso sendo transformado em dividendos sociais”, chegou a dizer em evento virtual da International Chamber of Commerce Brasil, realizando ano passado. “Assim como aconteceu com outras importantes empresas públicas que sofreram privatização, o BB vem passando por um processo de desmonte. Nos últimos cinco anos, a empresa fechou 1.400 agências e reduziu 23 mil funcionários. Temos ainda a entrega de subsidiárias importantes do banco para outras empresas do mercado, como o caso da BB DTVM, administradora do BB de R$ 1,4 trilhão no mercado financeiro, para o banco suíço UBS, sob o manto da ‘parceria’”, conclui Fukunaga. O membro do Comitê de Luta em Defesa do Banco do Brasil lembra que, como banco público, o BB age de forma diferente dos bancos do mercado até mesmo quando passa a controlar outras empresas. “Em 2009, o Banco do Brasil incorporou o Banco Nossa Caixa que, na época, tinha 15 mil funcionários e 547 agências. Ao contrário do que foi feito nas privatizações do Banestado e Banespa, o BB não demitiu ninguém, nem fechou agências, manteve os planos de saúde e de previdência sem reduzir direitos dos funcionários. E os novos funcionários puderam aderir ao plano de cargos e salários do BB, mantendo sua evolução na carreira”, finaliza.

Itaú pagará PLR e PCR dia 20

As bancárias e os bancários do Itaú receberão, no dia 20, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e o pagamento do Programa Complementar de Resultados (PCR). E, no dia 27 de outubro, a 13ª cesta alimentação mais um adicional de R$ 1.000 de vale alimentação, que será pago somente neste ano. De acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), a PLR e o PCR poderiam ser pagos até 30 de setembro, o adicional até 31 de outubro e a 13ª Cesta até 30 novembro. A antecipação é um pedido do movimento sindical. O valor do teto da parcela adicional da PLR será corrigido em 13%, enquanto que o valor do PCR corrigido pelo índice da Campanha Nacional 2022, de 8%. Veja a tabela com os valores da PLR e do PCR para cada faixa salarial: “A valorização da PLR e do PCR são conquistas da categoria nas mesas de negociações entre Comando Nacional dos Bancários e bancos”, destacou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves. Ele também pontuou que o PCR foi uma importante conquista dos funcionários do banco, em negociações iniciadas em 2003 e mantido no acordo bianual específico para a verba. “Na atual conjuntura, o PCR, que não é compensando na PLR, é muito importante, porque melhora a verba em cima do lucro do banco, que cresce graças aos esforços das funcionárias e funcionários do Itaú”, completou. Jair Alves lembrou ainda que a 13ª cesta alimentação é outra conquista da Campanha Nacional dos Bancários de negociações anteriores (corresponde a mais um valor ao ano de vale-alimentação), enquanto que o adicional de R$ 1.000 é uma conquista obtida nas negociações deste ano e que será pago somente em 2022. Outra conquista é a correção de 10% sobre os vales alimentação (VA) e refeição (VR) para toda a categoria, consolidando ajuste acima da inflação. Imposto de Renda É importante destacar que os funcionários do Itaú terão que recolher o Imposto de Renda sobre a PLR e a PCR, quando os valores ultrapassarem o teto anual de até R$ 6.677,55 no ano (soma das duas parcelas recebidas no ano), conforme tabela específica para IR sobre essas verbas. Até 2013, a tributação era de 27,5% para todos os valores de PLR. Na gestão Dilma Rousseff (PT), o governo estabeleceu um teto anual para isenção da PLR, na época, de até R$ 6.000.