Experiências brasileiras podem contribuir com a luta mundial dos trabalhadores

A delegação com mais de 30 representantes da UNI Global Union, da Progressive International e da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), que ficou no Brasil de quinta-feira (27) a domingo (30) para acompanhar as eleições para a Presidência da República, levarão para seus países experiências luta e resistência dos trabalhadores contra cortes de seus direitos trabalhistas e sociais decorrentes de políticas neoliberais executadas por um governo de inspiração fascista, mas também de organização e solidariedade com a população mais empobrecida. Esta é opinião da secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, que também é presidenta da UNI Finanças Mundial.

“Foi uma experiência extremamente rica porque eles puderam ver qual é o resultado da falta de prioridade às políticas públicas, com congelamento e corte de recursos para as áreas da saúde, educação e habitação, por exemplo, tudo em nome de uma ideologia que prega o estado mínimo e não há qualquer compromisso com a classe trabalhadora e a população mais pobre”, avaliou a dirigente da Contraf-CUT. “Muitos deles já tinham vindo ao Brasil, mas agora eles puderam ver que aumentou muito a quantidade de pessoas morando nas ruas, sem emprego e nem o que comer”, completou.

Exemplos de luta, resistência e solidariedade

Mas, para Rita, além de ver de perto os estragos causados na sociedade brasileira pelo governo Bolsonaro, as reuniões com movimentos populares, visitas às comunidades, acampamentos e escolas de formação possibilitaram que eles pudessem, também ver que é possível se contrapor a estas políticas quando existe organização, resistência e solidariedade entre os trabalhadores.

“Propiciamos a eles o contato com a organização e o trabalho realizado por grandes entidades do movimento sindical e social no Brasil que podem ajudar na reflexão e ampliação da organização para a luta internacional dos trabalhadores contra a expansão do pensamento fascista no mundo”, disse Rita. “Precisamos denunciar para o mundo os estragos causados pela política neoliberal e fascista e também as experiências de luta e organização contra este tipo de política. Mostrar que, como aconteceu no Brasil, é preciso vencê-la, mesmo diante das notícias falsas que eles espalham até que muita gente acredite nas mentiras espalhadas”, completou.

Leia também:
>>>>> Lula é eleito presidente pela terceira vez
>>>>> Delegação internacional de sindicalistas visita a CUT
>>>>> Sindicalistas internacionais debatem sobre a realidade da periferia
>>>>> Assédio eleitoral preocupa movimento sindical

Para a secretária de Políticas Sociais da CSA, Jordania Ureña, as eleições no Brasil são extremamente importantes porque é preciso barrar o crescimento acelerado do fascismo em todo o mundo. “Muitas coisas dependem das eleições brasileiras, como a solidariedade internacional entre os movimentos sociais e sindicais”, disse. “Além disso, percebemos que o povo brasileiro está sedento por democracia, que é o que povo precisa. Vimos constantes violações das estruturas e golpes à própria democracia, que demorou tanto para que muitos de nossos povos a construíssem e, em um piscar de olhos, podemos perdê-la”, disse.

Ela defende que toda a classe trabalhadora se una em prol desse processo histórico que o Brasil vive. “Esta vitória do Lula representa um elo importante no andamento dessa luta contra o ódio, contra o fascismo, contra a misoginia, contra a violência, que são promovidos pelos governos fascistas. Viemos ao Brasil porque acreditamos na unidade dos povos”, concluiu.

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!
Como podemos ajudar?