Projeto ameaça direito de greve dos bancários

O Projeto de Lei (PL) 817/2022, que ameaça o direito de greve da categoria bancária, ao alterar a Lei 7.783 de 1989 (Lei da Greve) e define os meios eletrônicos de pagamentos e transferências bancárias como serviço essencial, estava na pauta de votação desta quarta-feira (7), na Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados, mas foi retirado após pressão da representação sindical da categoria. “O projeto do Kim Kataguiri (União/SP), em si, é pernicioso. Com o acolhimento, pelo relator, de uma emenda do deputado Eli Corrêa Filho (União/SP), fica ainda pior e praticamente anula o direito de greve da categoria bancária, prejudicando a correlação de forças nas mesas de negociações com os bancos” observou o secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, que é o responsável da Contraf-CUT pelo acompanhamento da tramitação de temas de interesse da classe trabalhadora no Congresso Nacional. O dirigente da Contraf-CUT disse que um trabalho articulado com deputados comprometidos com a classe trabalhadora conseguiu retirar o projeto da pauta de votação. “A retirada momentaneamente da pauta foi obtida com muita luta. Agora, precisamos que a categoria nos ajude a pressionar os deputados para que este projeto seja definitivamente engavetado”, disse. Jefão orienta que bancárias e bancários acessem a enquete da Câmara sobre o PL digam que discordam totalmente do projeto. Olho nos deputados Além de acessar o site da Câmara para mostrar sua discordância do projeto, Jefão pede para que a categoria e toda a classe trabalhadora fiquem atentas à atuação dos deputados. “Não é a primeira vez que estes deputados apresentam projetos que prejudicam a classe trabalhadora. A categoria precisa estar atenta a isso! E quando chegar as eleições, não votar e pedir para que seus familiares e conhecidos não votem nestes candidatos, que atuam contra os trabalhadores”, pontuou. “Além de ficarem de olho nos deputados, é preciso que a categoria fique atenta à atuação partidária. Os deputados são do mesmo estado e do mesmo partido. Eles se articulam na votação de projetos contra a classe trabalhadora. É preciso que os bancários do estado de São Paulo também se articulem numa campanha para mostrar nas bases destes deputados o que eles fazem no Congresso: se unem para massacrar os trabalhadores”, disse. “Precisamos cortar o mal pela raiz. Impedir que eles se elejam”, concluiu Jefão.

Festa de Confraternização dos Bancári@s 2022 é sucesso total

Evento foi promovido pelo Sindicato na Sede Campestre, em Barra Mansa. Associados do Sul Fluminense, familiares e convidados se divertiram ao som do Grupo Juremeiros e da Banda Mistureba O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense realizou no sábado (03), a sua tradicional Festa de Confraternização, na Sede Campestre em Barra Mansa. Após dois anos sem o evento, em função da pandemia da Covid-19, a comemoração foi sucesso total e celebrou a vida, a saúde, a amizade, a humanidade, as ações promovidas ao longo de 2022 em defesa da categoria e a esperança em dias melhores. Veja as fotos da festa. Clique aqui. Para se ter ideia, nem mesmo a chuva forte que caiu durante a tarde foi empecilho para que os bancários e as bancárias sindicalizados se divertissem com seus familiares ao som do Samba da Jurema e da Banda Mistureba. A festa começou por volta de meio dia e teve mais de seis horas de duração. A categoria bancária mostrou fôlego de gato ao se embalar nos diversos ritmos musicais, que reuniu pop rock, samba, axé, rap e o sertanejo pop. A programação contou com churrasco e acompanhamentos, cervejas refrigerantes e água geladinhos, além recreação para as crianças, com brinquedos infláveis e pintura facial. Os diretores do Sindicato disseram da satisfação em retomar a comemoração. “Nós, da diretoria, estamos felizes e emocionados em realizar esta festa. Esta edição tem um significado especial, sobretudo, de festejar a vida e o emprego. Em meio aos impactos causados pela pandemia, estamos vivos. Celebrar o emprego também é importante diante dos índices preocupantes da informalidade e da precarização da atividade trabalhista. Na nossa campanha salarial, conseguimos renovar a convenção coletiva da categoria por mais dois anos, com a manutenção dos direitos conquistados, frutos da luta e coragem de cada bancário (a)”, enumeraram. Veja as fotos da festa. Clique aqui. A bancária aposentada do Itaú, Maria do Socorro das Neves Filha, elogiou a festa. “Os diretores do Sindicato estão de parabéns pela organização e segurança da festa. Tudo de muito bom gosto, inclusive a escolha das bandas. O evento foi uma ótima oportunidade para rever os amigos num clima de descontração e muita alegria. Já estou querendo bis”. O bancário do Bradesco, Mauro Alves Maia, também aprovou a festividade. “Organização nota mil, comida e bebida adequada e na quantidade suficiente para todos, segurança e toda estrutura que uma festa deste porte requer. Isso sem falar sobre os shows, de excelente qualidade e que colocou o público para dançar. Parabéns ao Sindicato”. Durante a confraternização, o Sindicato arrecadou brinquedos para a campanha de Natal. Textos e fotos: Jane Portella Veja as fotos da festa. Clique aqui.

Presidenta da Contraf-CUT recebe título de cidadã carioca

A baiana Juvandia Moreira Leite, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), recebeu nesta quarta-feira (30) o título de Cidadã Honorária do Município do Rio de Janeiro. “Juvandia tem se destacado na defesa do trabalhador e da trabalhadora, de modo particular do ramo financeiro, que no Brasil é tão explorado”, disse o vereador Reimont (PT-Rio de Janeiro), que é bancário do Banco do Brasil, ao lembrar que o Rio de Janeiro é uma cidade que conta com um grande contingente da categoria. Reimont, que foi eleito deputado federal nas últimas eleições, ressaltou que o sistema financeiro emprega muita gente e também demite muita gente na cidade. “Sabemos que a busca insana dos bancos pelo lucro tem levado a categoria bancária ao adoecimento. Sabemos também o que foi a reforma trabalhista do governo de Temer, o que foi a derrocada dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores, notadamente dos bancários e bancárias e de todo o sistema financeiro”, observou. Para o vereador, a presidenta da Contraf-CUT não mede esforços para organizar a resistência contra os ataques desferidos contra os trabalhadores. “Por isso, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro e eu, como vereador e como bancário do Banco do Brasil, compreendemos a importância desta atuação da Juvandia e decidimos homenageá-la com o título de cidadã carioca”, explicou. “Nossa intenção é reforçar essa luta que consideramos tão importante. E a Juvandia enobrece ainda mais a galeria dos homenageados, que tendo prestado serviços relevantes à sociedade brasileira, são reconhecidos por esta casa legislativa, que é uma das mais importantes do país”, completou Reimont. “Me sinto honrada por receber este título de cidadã carioca, cidadã do Rio de Janeiro, uma cidade que é bonita por natureza, mas não apenas por suas belas paisagens, como também pelo seu povo trabalhador, por sua cultura e história, que tanto contribuiu e contribui para o país”, disse a homenageada. “E partilho do mesmo desejo do vereador Reimont, para que este título sirva para reforçar a luta em defesa dos trabalhadores, das mulheres e de seus direitos”. A cerimônia de entrega do título de Cidadã Honorária do Município do Rio de Janeiro à Juvandia Moreira Leite foi realizada na quarta-feira (30) à noite, no Salão Nobre da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e foi transmitida pela TV Câmara do Rio.

Após pressão da categoria, PL 1043 sai de pauta na Câmara dos Deputados

O Projeto de Lei 1.043/2019, que autoriza a abertura de agências e o trabalho bancário aos sábados domingos e feriados, foi retirado da pauta de votação da Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (30), após ação da representação sindical junto aos parlamentares e pressão da categoria nas redes sociais. “Fizemos um trabalho intenso junto aos membros da CDC para que requeressem a retirada da pauta e concomitantemente junto ao presidente da comissão, deputado Silvio Costa Filho (Republicanos/PE), para que os acolhesse, sendo assim, o requerimento do deputado Daniel Almeida (PCdoB/BA) foi prontamente acolhido”, informou o secretário de Relações do Trabalho e responsável na Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) pelo acompanhamento da tramitação de projetos e temas de interesse dos trabalhadores do Congresso Nacional, Jeferson Meira, o Jefão, acrescentando que o deputado Ivan Valente (Psol/SP) também contribuiu com as ações para a retirada do projeto da pauta. “Agradeço a sensibilidade do presidente da comissão, que ajudou a proporcionar esta grande vitória da categoria, que se mobilizou para a retirada do projeto da pauta”, disse o deputado Daniel Almeida. “Espero que este projeto não volte à pauta este ano e que, no ano que vem, seja arquivado, pois o mesmo não serve ao interesse nacional, não é de interesse dos bancários e se configura em quebra de contrato e retirada de direito adquirido”, completou o deputado. Ação sindical e da categoria “Estamos atentos à tramitação dos projetos de interesse dos trabalhadores no Congresso e agimos rapidamente, mas foi fundamental a pressão exercida pela categoria e entidades sindicais nas redes sociais”, acrescentou o dirigente da Contraf-CUT, ao informar que o tuitaço realizado na manhã desta quarta-feira ficou entre os temas mais comentados da rede. O tuitaço realizado nesta manhã colocou a hashtag #SábadoÉMeu na sétima posição entre os assuntos mais comentados do país. “Conseguimos, mais uma vez, barrar a tentativa de alteração na jornada de trabalho dos bancários. Mas, precisamos manter a mobilização, o lobby do sistema financeiro no Congresso é forte e esta não foi a primeira e, com certeza, não será a última vez que vão tentar esta mudança que prejudica a categoria”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. “A eleição de um governo com compromisso com a classe trabalhadora ajuda na retirada deste tipo de projeto da pauta, mas temos que acompanhar a atuação dos deputados e senadores para lutar contra todas as tentativas de retirada de direitos”, completou.

BRADESCO: conheça os detalhes da pauta de negociação da COE

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu com o banco nesta terça-feira (29), para dar continuidade às negociações da minuta específica. Este é o segundo encontro entre as partes após o fim da emergência em saúde por causa da pandemia de covid-19. Os encontros entre as partes tinham sido interrompidos, pois a prioridade passou a ser a preservação da vida de clientes e funcionários. O encontro anterior ocorreu no último dia 14 e marcou a retomada das negociações dos temas de interesse dos trabalhadores. Várias cláusulas da minuta foram tratadas, como manutenção do índice de emprego, questões do plano de saúde, medidas para prevenção da covid-19 e a ampliação do Prêmio de Desempenho Extraordinário (PDE). O encontro também definiu uma agenda inicial para o debate de novos tópicos, já a partir do começo de 2023. Emprego Os integrantes da COE solicitaram detalhamento de informações a respeito da garantia do nível de emprego na entidade, pois há informações de falta de funcionários em diversas agências, onde também se observa sobrecarga de trabalho dos funcionários. O banco adiantou que em 2022 ocorreu um saldo positivo no número de funcionários, ao contrário do que se verificou no ano passado, quando ocorreu mais demissões que contratações. Segundo os resultados divulgados pelo Bradesco no terceiro trimestre deste ano, a instituição encerrou 159 agências, mas apresentou um saldo positivo de 638 postos de trabalho no período de 12 meses. Plano de Saúde No encontro, foram detalhadas as informações que deve ter o relatório que cada federação vai elaborar sobre as dificuldades que vêm sendo enfrentadas no atendimento do Saúde Bradesco. Os problemas relatados alcançam especialidades, hospitais e clínicas credenciadas, bem como o serviço odontológico, em especial no interior dos estados, onde os problemas ocorrem com muita frequência. Ficou acertado que os relatórios devem apontar a localidade de cada questão. As informações devem dar conta da dificuldade enfrentada de modo específico, como inexistência de hospital ou clínica, falta de determinada especialidade ou dificuldade de agendamento, entre outras. Esse trabalho já havia sido iniciado em 2019, mas foi interrompido pela pandemia. Assim que o relatório for encaminhado, o banco terá 90 dias para solução. Até lá, qualquer necessidade de urgência será tratada pontualmente. Os representantes dos trabalhadores também solicitaram que o plano de saúde fosse estendido aos aposentados, mas o banco manteve a posição de não ampliar o benefício. Prevenção da covid Em complementação às ações acertadas com o banco para a prevenção da covid-19, os membros da COE defenderam a instalação de uma divisória de acrílico, posicionada entre o funcionário de atendimento e o cliente, para a proteção de ambos. O banco disse que não entende a medida como necessária, e informou que está reforçando campanha para prevenção, que não há nenhum funcionário internado e que o índice de vacinação entre os trabalhadores é alto e satisfatório. A empresa também confirmou que todos que testam positivo são afastados por sete dias, ou mais, caso seja necessário. PDE A reivindicação da COE de que o PDE fosse estendido a todo o corpo de funcionários foi negada pelo banco. A instituição reafirmou que o benefício se destina apenas para os setores comerciais e administrativos que participam diretamente do processo de concessão de crédito. Segundo a empresa, esse prêmio é diferente da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), instituída para atender todos os funcionários. Agenda As próximas reuniões entre a COE e o Bradesco ocorrerão no início de fevereiro e em março, quando as pautas prioritárias serão o fim das metas abusivas, o combate ao assédio moral e segurança (que inclui as unidades de negócios), além da apresentação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), sobre teletrabalho específico no Bradesco. Nesses encontros serão definidas as datas seguintes, para a discussão de tópicos como auxílio academia, reembolsos de gastos extraordinários (que inclui o valor por quilômetro rodado pelo funcionário em trabalho externo), plano de cargos e salários, inclusão e igualdade de oportunidades, entre outros. Para a secretária de Formação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e representante da Fetec/SP na COE Bradesco, Erica Oliveira, “a pauta é extensa e alguns dos itens são de negociação difícil e estão entre nossas reivindicações há bastante tempo, mas, em parceria com toda a organização dos bancários, precisamos insistir. Às vezes, para conquistarmos avanços, enfrentamos um processo longo”. A coordenadora da COE e secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Magaly Fagundes, entende que “é importante a retomada de negociação referente à minuta específica, mas precisamos aprofundar em várias cláusulas em que necessitamos de avanços. A proposta é dividir por temas. A mesa de hoje foi de retomada. Passamos por todos os pontos da minuta e agora esperamos desdobramentos”.

Todos os problemas do mercado de trabalho afetam mais negras e negros

Mesmo quando ocorrem movimentos econômicos que estimulam a geração de vagas de trabalho, como a retomada das atividades produtivas e de serviços após o fim da emergência de saúde por causa da pandemia de covid-19, as condições dos trabalhadores não melhoram no Brasil, e pior, são agravadas quando se consideram questões raciais. É o que mostra o estudo A persistente desigualdade entre negros e não negros no mercado de trabalho, feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a propósito do Dia da Consciência Negra de 2022, celebrado em 20 de novembro. Ao comparar os dados do segundo trimestre de 2019 com o de 2022, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e considerando “a perspectiva de crescimento de cerca de 2,5%” neste último ano, o Dieese observa que “houve elevação da informalidade, da subocupação e queda dos rendimentos, efeitos sentidos mais intensamente pelo homem e pela mulher negra”. Desocupação Um dos itens a comprovar essa constatação é a desocupação. A taxa de quem não conseguia atividade remunerada, sempre considerada no segundo semestre de cada ano mencionado, cresceu de modo acentuado na pandemia: passou de 12,1%, em 2019, a 13,6%, no ano seguinte, e depois a 14,2%, em 2021. Com a normalização da situação sanitária e consequente retomada das atividades econômicas, como era de se esperar, essa taxa caiu para 9,3%, em 2022. No entanto, a retomada da produção e a redução do desemprego mantiveram as marcas da discriminação racial no país. O estudo do Dieese denuncia que “são visíveis as dificuldades que as mulheres negras enfrentam no mercado de trabalho”, uma vez que “elas vivenciavam taxa de desocupação de 13,9%”, no segundo trimestre deste ano, enquanto esse índice era de 8,9% para mulheres não negras e de 6,1% para homens não negros e de 8,7% para homens negros. Subutilização Situação similar se verifica entre os subocupados por insuficiência de horas, pessoas que precisam e gostariam de trabalhar mais horas, porém não encontram oportunidades. No período analisado do ano de 2022, 6,7% da população total ocupada procurava mais atividades para incrementar sua renda, enquanto a taxa para a trabalhadora negra saltava para 10%. A do trabalhador negro se encontrava na média, em 6,5%, porém muito acima da do homem não negro, que ficou em 4%. A subutilização da força de trabalho, que aos desocupados e subocupados soma os trabalhadores em desalento (que precisam trabalhar, mas perderam esperança de conseguir uma colocação) e aqueles que estão buscando trabalho, mas estão indisponíveis para iniciar no momento, ficou em 21,2% no segundo trimestre de 2022, menor que os 29,3% de 2020, momento em que a quarentena por causa da pandemia estava em vigor. Entre as mulheres negras, porém a taxa era de assustadores 31,5%, depois de ter batido os 41,6% durante a pandemia, bastante acima dos 20,6% das mulheres não negras. Entre os homens negros era de 19,7% e entre os não negros, de 13%. Renda A queda nos rendimentos, em média de 4,8%, afetou os trabalhadores de todos os segmentos da população. Os dados estatísticos mostram que os trabalhadores não negros tiveram perda maior, de 7,6% para as mulheres e 5,4% para os homens, enquanto os trabalhadores negros perderam 3,6% e as trabalhadoras negras, 0,8%. Entretanto, o estudo do Dieese constata que esse fenômeno, que em um olhar superficial pode parecer que privilegiou profissionais negros e negras, na verdade “se deveu a efeito estatístico perverso: enquanto os trabalhadores que ganhavam mais foram atuar em home office, aqueles com menor remuneração perderam as ocupações”. Nesse processo, “as mulheres negras, que, em geral, recebem os menores rendimentos, foram as mais penalizadas e ficaram sem renda durante o período mais intenso de isolamento social”. O estudo do Dieese constata que os rendimentos médios, no segundo semestre deste ano, “também comprovam a desigualdade de remuneração por raça/cor”. Nesse período, a remuneração média do trabalhador negro no Brasil foi de R$ 2.142 e a da trabalhadora negra, de R$ 1.715, enquanto a do trabalhador não negro alcançou R$ 3.708 e a da trabalhadora não negra, R$ 2.774. Assim, em média, o profissional negro recebeu 58,8% e a profissional negra, 46,3% do que o homem branco. Conforme o estudo, essa situação decorre de processo estrutural que “é constante nos dados do mercado de trabalho e precisa ser modificada a partir de políticas públicas e sensibilização da sociedade”. Ainda segundo a instituição, é necessário “sensibilizar a sociedade em relação à discriminação existente no mercado de trabalho, que penaliza parcela expressiva de brasileiros”. Para o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, “os números do mercado de trabalho mostram que o racismo não está presente apenas nas ruas e nos ambientes de convivência das pessoas, mas na estrutura econômica do país, e de modo descarado”. O secretário entende que “esse é um mal que não afeta apenas os mais de 50% da população que são afrodescendentes, mas degenera toda a sociedade brasileira, e o enfrentamento a esse crime é dever de todo cidadão”.

Sindicato dos Bancários e UFF-VR lançam projeto sobre acompanhamento do adoecimento mental na categoria

Iniciativa envolve universitários extensionistas do curso de Psicologia e visa à produção de conhecimento e dados estatísticos que viabilizem traçar ações de acolhimento aos já adoecidos e possam prevenir o surgimento de novos casos.  O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense e o campus da Universidade Federal Fluminense em Volta Redonda (UFF-VR), por meio da Extensão do Curso de Psicologia, lançaram nesta quarta-feira (23) o projeto Saúde Mental no Trabalho Bancário, uma parceria para o desenvolvimento de estudos da saúde mental da categoria da região no contexto do ambiente de trabalho. Com a iniciativa, a entidade sindical pretende desenvolver uma política de atenção à saúde de forma eficaz para os casos de adoecimento de origem psicossomática e, principalmente, traçar ações que evitem e previnam os avanços dessas doenças provocadas pela pressão dos bancos e o acúmulo de exigências, entre eles o cumprimento de metas cada vez mais insuportáveis. No evento, que ocorreu no auditório da UFF-VR, o diretor presidente do Sindicato, Júlio Cunha, ressaltou que o número de associados à entidade gira em torno de 1.100 bancários e que, atualmente, de acordo com informações do cadastro do Sindicato, pelo menos 120 deles estão afastados pelo INSS devido às doenças psicológicas e psiquiatras. Mas esse número é muito maior. “Hoje, as ações do Sindicato são baseadas em indicadores “oficiosos”. Nós queremos ter dados que nos permitam o mapeamento fidedigno do quantitativo de trabalhadores bancários doentes, afastados de suas funções pelo INSS, daqueles que continuam na ativa e usam medicamentos tarjas pretas e ainda daqueles que se encontram na fase de negação da doença”, afirma. Júlio ainda destaca a importância do projeto no levantamento de dados reais. “A produção desses dados vão referenciar as nossas ações, não somente da perspectiva do acolhimento, mas também da orientação trabalhista e do tratamento, que precisa ser mais humanizado. Na nossa concepção, esses trabalhadores precisam sentir que não estão sozinhos, ter espaços coletivos, tampouco se culpabilizarem pela situação que estão vivenciando. O Sindicato acredita que desta maneira será possível produzir ações mais contundentes de apoio e acompanhamento da categoria, visando inclusive, a prevenção ao suicídio, prática que tem aumentado expressivamente nos últimos anos entre os bancários. É absurdo a gente pensar em uma instituição bancária, que se consolida como uma indústria tão sofisticada do ponto de vista tecnológico, mas que deixa as pessoas nesse estado deplorável de saúde por conta do trabalho e suas imposições”, concluiu Júlio Cunha. O diretor do departamento de Saúde do coletivo de trabalhadores, Miguel Pereira, afirmou que a reforma trabalhista, a reestruturação dos bancos públicos e as demissões em massa nos bancos privados agravaram a situação. “Mesmo com lucros nas alturas, a ameaça de demissão é constante que somadas ao cumprimento de metas e outras exigências são angustiantes na rotina dos bancários. Situação agravada muitas vezes pelo assédio moral. Para se ter ideia da gravidade da situação, os afastamentos por conta dos transtornos psiquiátricos já superaram as doenças osteomusculares (LER/DORT) que por muitos anos foram campeãs de incidência entre a categoria”, completou. A expectativa do coordenador do curso, Ricardo Pena, é que os dados consolidados pelos universitários extensionistas possibilitem mudanças estruturais na rotina bancária. “Uma das funções da universidade pública é estar aberta ao público e produzir novos saberes. Especificamente, nesta proposta de cooperação com o Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, nosso intuito é contribuir com a consolidação de dados frente à nova ordem mundial para a criação de um mundo mais humanizado”. A chefe do Departamento de Psicologia, Priscila Alves, explicou que os trabalhos serão produzidos com fundamentação em pesquisas, estudos teóricos e construções coerentes. “Para os nossos alunos, este trabalho será muito importante, já que vamos começar do zero, mostrar como se constrói esses saberes consistentes na busca pela saúde. Vale destacar que, muitas vezes essas doenças são invisíveis e acabam desqualificadas no mundo do trabalho”. A pesquisa denominada “Atenção à saúde mental do trabalhador bancário do Sul Fluminense” será coordenada pelos professores Dra. Maria Elisa Siqueira Borges, que é ex-bancária, e o Dr. Fernando Faleiros de Oliveira, e tem o objetivo de produzir e consolidar dados e estatísticas sobre a situação da saúde mental desse grupo de trabalhadores; construir e efetivar ações que identifiquem prováveis causas e soluções e possibilitar que o trabalho não seja causa de sofrimento, adoecimentos e mortes; articular com outros atores e órgãos públicos, no sentido de construir relações de trabalho mais justas e saudáveis. O inventário sobre o trabalho de risco e adoecimento (INTRA) avaliará o contexto da realização da atividade bancária (organização do trabalho; condições de trabalho; relações socioprofissionais); o custo humano do trabalho (físico, cognitivo e afetivo); os danos relacionados ao trabalho (físico, sociais e psicológicos); além dos indicadores de prazer e sofrimento no trabalho (realização profissional; liberdade de expressão; falta de reconhecimento; falta de liberdade de expressão. físicos; danos psicológicos). A intervenção será definida após a análise dos dados, mas algumas ações já foram elencadas, como plantão psicológico e grupos de escuta. Indicadores sobre as doenças psicossomáticas Por enquanto, são precárias as estatísticas reais sobre o número de bancários adoecidos e afastados de função em decorrência das doenças psicológicas e/ou psiquiátricas. Os indicadores, segundo Miguel Pereira, são baseados na suspensão dos descontos da mensalidade sindical. “Os bancos não emitem CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) para esses adoecimentos, portanto a nossa referência em relação ao banco privado é a suspensão da mensalidade sindical. O mesmo não ocorre com os bancos públicos, pois eles continuam gerando a folha de pagamento e nem essa informação obtemos de pronto. E se o bancário não nos contata, não temos essa informação. Outro detalhe é que esses dados se referem apenas aos bancários sindicalizados. Isso não quer dizer que outros profissionais não estejam doentes. E como essas doenças são psicológicas e/ou psiquiátricas as pessoas vão até o seu limite. Ao suspeitarem do problema passam pela fase da negação. Não, eu tomo um remedinho aqui e vou dando conta, eu vou conseguir, eu vou superar. Até que chegam no ápice do limite, surtam ou

Brasil precisa pensar nos trabalhadores e nos famintos

Os especuladores financeiros, que teimam em se autodenominar “mercado”, estão alvoroçados com as declarações do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que o Brasil precisa garantir recursos para que os brasileiros mais pobres não passem fome e possam viver, pelo menos, com um mínimo de dignidade. As declarações de Lula se expressam, na prática, pela chamada PEC da Transição, que, entre outras coisas, tira os recursos para o pagamento do Bolsa Família do limite de gastos do Governo. “A responsabilidade fiscal tem que caminhar junto com a responsabilidade social, para acabar com a fome dos 40 milhões de brasileiros que vivem na miséria. A prioridade é fazer o Brasil crescer e não fazer reserva para o mercado financeiro”, defende a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “A gente vê o mercado financeiro especulando só para enriquecer, fazer o dólar crescer para vender e fazer esse processo de especulação. Este é um tipo de economia que o mundo precisa rever e repensar, para que seja possível planejar o país para os próximos anos. O futuro do Brasil precisa ter um planejamento estratégico”, completou. Teto dos gastos Para Juvandia, o governo precisa e vai manter a responsabilidade fiscal, mas ela defende que existem formas de se conseguir recursos para também ter responsabilidade social sem a necessidade de se endividar. “É óbvio que o Brasil precisa ter responsabilidade fiscal, mas em vários países já se provou que este teto de gastos do jeito que foi pensado aqui no Brasil não funciona. Eles ultrapassam o teto e, aqui no Brasil, nos últimos quatro anos, se estourou o teto”, disse. O economista Gustavo Cavarzan, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) observa que a regra do teto de gastos, como foi formatada em 2016, não tem como funcionar na prática. “Ela limita os gastos do governo apenas à correção pela inflação. Isso significa que, em momentos nos quais o país cresce e a arrecadação fiscal aumenta em patamares superiores aos da inflação, esse excedente de arrecadação não pode ser utilizado para atender às demandas sociais da população brasileira”, explicou. “O excedente acaba indo totalmente para os credores da dívida pública, pois a única despesa que ficou de fora do teto de gastos são as despesas financeiras do governo. É uma regra sem sentido, sem justiça social e, ainda por cima, não contribui para ajustar as contas públicas, pois limita o crescimento do país”, completou. Para Cavarzan, a melhor maneira de ajustar as contas públicas é melhorando a qualidade do gasto público e investindo em áreas que darão retorno em forma de arrecadação. “Quando a economia cresce, os salários e lucros aumentam, o nível de emprego formal aumenta, as vendas no comércio aumentam, a tendência é que cresça a arrecadação do governo, gerando um equilíbrio das contas públicas, com redução da relação dívida/PIB e geração de superávits primários, como ocorreu nos primeiros mandatos do presidente Lula”, disse. Para o economista do Dieese, no momento em que o país vive, a atual regra de teto de gastos faz menos sentido ainda. “Temos uma enorme parcela da população brasileira desempregada, subocupada, ocupada na informalidade, vivendo em condições de fome e miséria. É necessário incluir essas pessoas no orçamento público para que elas voltem a trabalhar em condições dignas e possam consumir, gerando assim uma dinamização da economia que, inclusive, melhorará as contas públicas”, explicou, ao lembrar que tanto a crise internacional de 2008 quanto a pandemia do coronavírus fizeram a teoria econômica dominante se reinventar e mesmo os centros econômicos mais conservadores, como FMI e Banco Mundial, já mudaram sua posição sobre a austeridade e passaram a admitir a necessidade de maior intervenção dos gastos públicos para resgatar a economia e o social, notadamente em momentos de crise. “Nesse sentido, o Brasil está muito atrasado no debate mundial”, afirmou. Propostas Juvandia ainda lembrou que em seus oito anos de governo, Lula mostrou que o investimento no setor produtivo ajuda a aumentar a arrecadação e a gerar superávit primário para pagar as dívidas. “Além disso, defendemos que haja desoneração da população mais pobre, com isenção de imposto de renda para aqueles que ganhem até R$ 5 mil e a criação de novas alíquotas para aqueles que ganham verdadeiras fortunas, para aumentar a arrecadação e compensar a desoneração dos mais pobres”, disse. “Também é preciso pensar na taxação sobre os dividendos. Não é justo que o rendimento sobre o salário seja taxado e o rendimento de sócios e acionistas de empresas seja isento”, completou. Projetos que tramitam no Congresso Nacional, propostos pela Campanha Tributar os Super-Ricos, do qual a Contraf-CUT faz parte, propõem, entre outras coisas, a taxação de grandes fortunas e dos dividendos, como forma de arrecadar recursos para investimentos nas áreas sociais. Revisão da reforma trabalhista Além da garantia de recursos para as áreas sociais, Juvandia também defende a revisão da reforma trabalhista realizada após o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff e aprofundada durante o governo Bolsonaro. “A classe trabalhadora perdeu muitos direitos que haviam sido conquistados depois de décadas de luta. Estas perdas precisam ser revistas. Mas, de forma emergencial, é preciso reverter pelo menos três pontos: o regime de trabalho intermitente, que precariza o trabalho e retira diversos direitos do trabalhador; a autorização para a realização de acordos individuais entre patrões e trabalhadores, que gera pressão sobre os empregados e desvaloriza as negociações coletivas; e também é preciso voltar a ultratividade, para impedir que direitos sejam retirados dos trabalhadores em meio ao processo de negociação para a renovação das convenções coletivas de trabalho de cada categoria”, defende a presidenta da Contraf-CUT. “Além disso, é preciso que haja o retorno das homologações de rescisões de contrato nos sindicatos, para evitar erros das empresas nos pagamentos de direitos”, completou.

ITAÚ: negociação avança em teletrabalho, PCR e bolsa-educação

A Coordenação de Organização dos Empregados (COE) do Itaú reuniu-se com representantes do banco, na última quarta-feira (9), para tratar dos temas quitação do banco de horas, teletrabalho e ponto eletrônico, parcelamento de dívidas e Programa Remuneração e Bolsa Educação. O Itaú apresentou um balanço sobre o acordo de quitação de horas já assinado com 123 entidades sindicais, que cobrem cerca de 56 mil funcionários. Entre essas entidades estão Fetec-SP, Feeb SP/MS, Feeb BA/SE, Federa-RJ e Fetrafi-RJ (esta, parcial). Às demais federações, ainda sem acordo, o banco apresentou proposta para um piloto de seis meses, para ser assinado juntamente com o acordo de teletrabalho. A proposta será avaliada pelas entidades sindicais até o final de novembro. Teletrabalho A COE apresentou uma proposta que prevê prioridade ao teletrabalho para pais e mães que têm filhos pequenos e funcionários com mobilidade reduzida. A medida, porém, ainda vai ser detalhada, pois deve ser adequada em relação a áreas que não estão atuando com trabalho remoto. O valor dos custos será corrigido em cerca de 25%, passando a R$ 100, e será pago todo mês, e não mais a cada semestre. Esse acordo supera os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que prevê custos de R$ 86,40 e a exigência de, no mínimo, 50% de dias úteis trabalhados remotamente para o benefício. O valor será pago inclusive nos seis meses do projeto piloto. Outra reivindicação da COE foi que o desconto do percentual referente ao vale transporte seja calculado apenas sobre os dias trabalhados presencialmente, e não mais sobre o mês completo. Parcelamento de dívidas O parcelamento das dívidas relacionadas à antecipação do auxílio-doença ainda está em debate entre as entidades sindicais, que não alcançaram um consenso. Embora o banco tenha manifestado preferência por um acordo de âmbito nacional, afirmou que aceitará acordos em separado. As entidades que já concordaram com a minuta apresentada, assinarão ainda neste mês acordo que prevê limite de 30% de retenção das verbas para o pagamento da dívida. A COE também reivindicou que o pagamento seja iniciado em 60 dias, e não em 30, como propõe o banco. As entidades que seguem sem assinar têm até o fim de fevereiro de 2023 para debater suas propostas, mas mantêm a chance de aderir ao acordo assinado. PCR e bolsa-educação A proposta dos trabalhadores foi para renovar o acordo da Participação Complementar de Resultados (PCR), apenas com correção do valor. O mesmo foi proposto para as bolsas de estudo, que atualmente são de R$ 499. Ao todo são 5,5 mil bolsas para primeira graduação, segunda graduação e pós-graduação (4,5 mil para bancários e 1 mil para funcionários da holding). No novo acordo, serão acrescentadas 47 novas bolsas. O tema será debatido dia 22, em reunião virtual. Para Jair Alves, coordenador do COE Itaú, “havia muitas pendências para serem discutidas, mas a reunião teve bons avanços, como foi com o teletrabalho”. No entanto, há ainda muitos pontos a serem encaminhados, “em especial no que diz respeito à quitação das horas e ao pagamento das dívidas de auxílio-doença, temas que ainda precisamos debater e mesmo encontrar um consenso entre as várias entidades de representação dos trabalhadores”, completou. Jair, porém, entende que “o debate está bem avançado, e em breve os pontos pendentes estarão maduros para o acordo final com o banco”. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) encaminhará às entidades a minuta do acordo sobre a quitação das horas do teletrabalho (que deverá ser retornada até o fim de novembro) e do parcelamento das dívidas por antecipação do auxílio-doença (retorno até fevereiro de 2023). As entidades que já assinaram o acordo receberão a minuta para votação em assembleia, que ocorrerá em data ainda a ser definida pela Contraf-CUT.

Sindicatos exigem que Santander abone horas de jogos do Brasil

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), por meio da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, assim como os sindicatos e federações a ela associados, enviou um ofício ao banco reivindicando que o mesmo se abstenha de exigir a compensação das horas não trabalhadas durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo 2022. A exigência da compensação foi comunicada pelo banco na semana passada. No ofício enviado ao banco, a representação dos trabalhadores salientou que, “até o momento, o Santander é o único banco que se manifesta no sentido de compensar, o que, mais uma vez, o diferencia negativamente no sistema financeiro.” “Mais uma vez o Santander difere dos seus concorrentes negativamente, impondo uma compensação de horas que deveriam ser de convivência coletiva, que poderia inclusive gerar satisfação e portanto mais produtividade”, observou a coordenadora da COE/Santander, Lucimara Malaquias. Para Lucimara, compensar as horas trabalhadas, nestas situações, é uma imposição descabida e desrespeitosa com a cultura do país. “Neste período de polaridade, momentos de confraternização e convivência coletiva e pacífica devem ser estimulados por todos, inclusive pelo banco”, disse. A funcionária da Santander e secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa, lembra que a decisão de compensar as horas trabalhadas é rechaçada pelos trabalhadores, que demonstram grande insatisfação com o fato. “Ao manter esta decisão, o banco perde uma grande oportunidade de dialogar com os interesses dos trabalhadores e de estimular um ambiente mais integrativo e salutar no espaço de trabalho”, disse. “Assistir aos jogos precisa ser um momento de lazer e não de preocupação sobre como conciliar agenda pessoal com a compensação das horas”, completou.

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