Bancos começam a anunciar data de pagamento da PLR
Seguindo solicitação do movimento sindical, a maioria dos bancos antecipa o pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) de 2023. Dessa forma, alguns bancos vão começar a pagar na próxima semana. De acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho (CLT) da categoria, o prazo final é 1º de março. Mas os bancos públicos têm regras definidas em acordos específicos. A Caixa tem até 31 de março e o Banco do Brasil até dez dias após a distribuição de dividendos aos acionistas. Porém, este ano, o BB já anunciou que pagará a PLR no dia 1º de março. A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, afirmou que “a PLR é uma das maiores conquistas da categoria, que foi a primeira a conquistar este direito.” “O valor recebido como PLR ajuda muito, porque, diferentemente de outras categorias, que recebem um valor fixo, a PLR dos bancários é definida a partir do lucro obtido pelos bancos. Contribuímos para os resultados e temos direito a uma fatia do lucro obtido, além de uma parcela adicional”, ressaltou Juvandia. Entre os bancos que já anunciaram a data do pagamento estão o Bradesco (19/02), o Banco do Brasil (1º de março), o Santander (29/02), o Ouribank (15/02), o City (21/02), Safra e JP Morgan (ambos no dia 23/02). Os bancos devem pagar até 15% do lucro líquido obtido no ano dividido em Regra Básica e na Parcela Adicional. Regra Básica – o bancário recebe 90% do salário-base, com verbas fixas de natureza salarial e mais o valor fixo de R$ 3.194,80. O teto individual é de R$ 17.138,56. O valor total da regra básica tem o teto máximo de 12,8% e mínimo de 5% do lucro líquido. Se o valor total da “Regra Básica” da PLR for inferior a 5% do lucro líquido do banco, o valor individual deverá ser majorado até alcançar 2,2 salários do empregado, limitado a R$ 37.704,79. Parcela Adicional – neste caso o valor é definido pela divisão linear e em partes iguais da importância equivalente a 2,2% do lucro líquido do exercício de 2023, pelo número total de empregados elegíveis, até o limite individual de R$ 6.634,44.
Santander: COE debate reestruturação na rede de agências
O processo de reestruturação na rede nacional de agências do Santander, denominado Multicanalidade, tem sido motivo de preocupação para trabalhadoras e trabalhadores do banco. Na última terça-feira (6), a Comissão de Organização dos Empregados (COE) cobrou explicações sobre o processo durante reunião com a direção do banco. Em comunicado, publicado dia 22 de janeiro último, o Santander informou que os gerentes Van Gogh e os gerentes de empresa, não frequentarão mais as agências. O banco explicou que os gerentes Empresas passarão a maior parte do tempo visitando seus clientes e os Van Gogh farão visitas e atendimentos pela plataforma digital. Também foi comunicada uma mudança na carteira de clientes. O Santander alega que o cenário do sistema financeiro está sendo reconfigurado por causa da mudança de perfil dos clientes e dos meios de pagamento. Segundo a coordenadora da COE, Wanessa Queiroz, é preciso respeitar as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). “É um desrespeito do Santander com os trabalhadores e o movimento sindical, por não priorizar as negociações e a comunicação também com os clientes. Haja vista que a reestruturação já está acontecendo. São muitas mudanças e de alto impacto para as condições de trabalho e para a saúde dos trabalhadores”, ressaltou Wanessa. Durante o encontro, a COE apresentou várias questões preocupantes como a falta de treinamento para os Gerentes de Negócios e Serviços (GNS), que ficarão nas agências para atender os clientes que preferirem o atendimento presencial. Já o Santander disse que vai contratar 600 bancários para o cargo de GNS em todo o país, oferecendo treinamentos para os novos e para os que já atuam nos segmentos Van Gogh e Empresas. O movimento sindical também questionou as condições de segurança para os gerentes Van Gogh e Empresas. “Eles andarão a todo momento perto das suas casas. Todo mundo saberá quem eles são e qual o cargo que ocupam. Além disso, eles precisam de condições para fazer o trabalho, como um chip ou celular exclusivo do banco, uma mochila para carregar todo o equipamento necessário e convênio no Uber Corporativo para a realização das visitas aos clientes”, observou Wanessa. O banco se comprometeu a responder a todas as reivindicações na próxima reunião, marcada para 22 de fevereiro. Mas já sinalizou a disposição de fornecer um chip ou um aparelho celular, uma mochila de transporte adequada, um plano de Uber Corporativo e criar alguns pontos de encontro em diversas localidades, nomeados de hub, para que os gerentes possam trabalhar de lá.
Sede campestre ficará aberta durante o Carnaval
O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense informa que seus associados poderão desfrutar das áreas de lazer da sede campestre durante o período de carnaval. O horário de funcionamento será das 9h às 18h no sábado (10/02), domingo (11/02), segunda (12/02) e terça-feira (13/02). Na Quarta-feira de Cinzas (14/02) o funcionamento será a partir das 13h.
Santander: transformar agência em ‘loja’ preocupa movimento sindical
O movimento sindical ficou preocupado com as declarações do presidente do Santander, Mario Leão, sobre a priorização do banco como empresa de varejo, em detrimento do compromisso com o atendimento bancário de qualidade. As declarações foram publicadas, nesta segunda-feira (5), em reportagem do jornal Valor Econômico. A secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, absurdas as declarações. “Um banco de varejo que não quer atender pobre. Ao mesmo tempo que não quer atender, ele contribui com a redução de renda de seus funcionários com a política agressiva e fraudulenta, ou seja, efetua a transferência de trabalhadores bancários para outras empresas do conglomerado, reduzindo direitos e aumentando as demissões”, lamentou Berlofa. Já Wanessa Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, disse que equiparar a agência a uma “loja” é uma desvalorização do atendimento bancário. Segundo Wanessa, priorizar a imagem de “melhor empresa de consumo” pode resultar na perda de foco nas necessidades específicas dos clientes bancários, comprometendo a qualidade dos serviços oferecidos. “A proposta de segmentação com especialistas responsáveis por grupos de clientes pode gerar preocupações sobre a continuidade do atendimento personalizado e acessível a todos”, observou. O presidente do Santander falou em reorganizar o atendimento do Van Gogh, conferindo um conceito mais regionalizado. A dúvida do movimento sindical é sobre a acessibilidade e disponibilidade dos serviços para os clientes, já que os gerentes não atenderiam mais nas agências, só realizando o atendimento remoto. Wanessa ressaltou que o sistema bancário deve priorizar tanto a excelência varejista quanto a qualidade no atendimento, garantindo que todos os clientes tenham acesso a serviços bancários essenciais. “O movimento sindical estará sempre defendendo os interesses dos trabalhadores e clientes bancários”, finalizou a coordenadora da COE.
Assédio sexual: aprenda a se defender
De acordo com informações do Ministério Público do Trabalho (MPT), somente no primeiro trimestre do ano passado foram registradas 831 denúncias de assédio sexual no Brasil. O número ficou acima do dobro de registros feitos no mesmo período de 2022, que teve 393 notificações. O assédio sexual ocorre de maneira frequente (mais do que se imagina) no ambiente de trabalho e nem sempre é através de contato físico. Muitas vezes, as vítimas se calam com medo de demissão. Porém, é preciso denunciar e o primeiro passo é procurar orientação jurídica nos sindicatos. Fernanda Lopes, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores Financeiros (Contraf-CUT), afirmou que o número de casos de assédio na categoria bancária é elevado, sendo as mulheres as maiores vítimas. “Por isso, temos o projeto ‘Basta! Não irão nos calar!’, com assessoria a federações e sindicatos para a implantação de canais de atendimento jurídico especializado para mulheres em situação de violência doméstica e familiar”, lembrou a coordenadora. Fernanda disse ainda que devido à sua importância, “na campanha nacional deste ano, o tema voltará à mesa de negociação com os bancos, quando o movimento sindical exigirá iniciativas que tornem o ambiente de trabalho mais seguro a todos, mas especialmente às mulheres”. Já a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Elaine Cutis, ressaltou que o atual governo demonstra sensibilidade para essa questão, mas que os números continuam a crescer. Segundo ela, é fundamental “desenvolver um sistema de prevenção ao assédio sexual mais eficaz, incluindo a elaboração de uma legislação mais rigorosa para combater esse crime”. O assédio Para a trabalhadora ou trabalhador se defender do assédio sexual é importante conhecer as situações mais comuns em que a agressão se materializa. Exemplos disso são as promoções condicionadas a favores sexuais; toque, abraços ou carícias sem consentimento; elogios com conotação maliciosa ou sexual aos atributos físicos; stalking (monitoramento da vida privada), inclusive por telefone e redes sociais; brincadeiras inconvenientes; e apelidos de cunho sexual. O assédio pode ocorrer entre chefia e subordinados (mais comum), entre colegas, entre subordinado e chefia e até entre pessoas sem relação de trabalho, como clientes e prestadores de serviço. Mas vale lembrar que só é considerado crime quando praticado por superior hierárquico com o objetivo de obter vantagem ou favorecimento sexual. Neste caso, a pena é de um a dois anos de prisão, podendo ser ampliada em até um terço se a vítima for menor de 18 anos. Além de buscar orientações jurídica nos sindicatos, a vítima pode procurar as instâncias internas da empresa. O Ministério Público do Trabalho também recebe denúncias e oferece a opção de sigilo em todo o processo.
Multicanalidade: novo projeto será debatido entre COE e Santander
Na próxima terça-feira, 6 de fevereiro, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander terá uma reunião com a direção do banco. Na pauta, a Multicanalidade. O projeto visa oferecer aos consumidores diferentes canais de atendimento, devendo gerar a reestruturação da rede de agências, já implementada pelo banco para 2024. Segundo a coordenadora da COE Santander, Wanessa Queiroz, o objetivo é que o banco respeite as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e mostre como será essa fusão de agências. “O processo já está em expansão e certamente cria ansiedade entre os trabalhadores. Também precisamos saber como fica o atendimento descentralizado dos gerentes, que já tem intensificado as metas e gerando sobrecarga para os trabalhadores das agências’’, ressalta Wanessa. O movimento sindical quer saber se haverá formação e suporte para quem fica nas agências para atender essa demanda de pessoas jurídicas dos gerentes, e como será a assistência a esses trabalhadores, que vão circular fora das agências. Durante a reunião também será debatida a questão das horas negativas geradas na pandemia. Segundo a coordenadora, já foram realizados três acordos para a compensação das horas com redutores conforme as horas pagas pelos trabalhadores, com acordo vigente até 31 de março deste ano.
Lucro do Santander foi de R$ 2,2 bilhões no quarto trimestre
O Santander Brasil apresentou lucro líquido recorrente de R$ 2,204 bilhões no quarto trimestre. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (31). A expectativa do mercado era de um saldo de R$ 2,87 bilhões. Em comparação ao terceiro trimestre de 2023, o lucro do Santander caiu 19,2%. No acumulado do ano, o lucro do banco foi de R$ 9,38 bilhões, uma baixa de 27,3% em comparação com o valor registrado em 2022. Quanto ao retorno sobre patrimônio líquido (ROE), o índice ficou em 12,3%, um ganho de 4 pontos percentuais (p.p.) em base anual. A margem financeira do banco alcançou R$ 14,05 bilhões, uma alta de 4,8% frente à janela de julho a setembro e ganhos de 4,8% na comparação anual. Crédito Com um registro de R$ 643 bilhões, a carteira de crédito ampliada da instituição teve crescimento de 2,8% no trimestre e 9% na comparação ano a ano. O destaque ficou por conta de pessoas físicas e pequenas e médias empresas. Em relação ao índice de inadimplência, houve aumento de 3,1% no indicador de longo prazo (90 dias), ficando estável em relação ao ano passado, subindo 0,1 p.p. ante o trimestre anterior. As provisões com devedores duvidosos (PDDs) somaram R$ 6,83 bilhões, representando uma queda de 80% na base anual, considerando o efeito Americanas no ano anterior. Já na comparação trimestral, o avanço foi de 21,7% na PDD.
Pix bate recorde de transações em 2023
Dados do Banco Central mostram que as movimentações realizadas através do Pix bateram recorde em 2023, alcançando os R$ 17,2 trilhões. As informações fazem parte de uma reportagem publicada, nesta terça-feira (30), no site G1. Segundo o Banco Central, as transações feitas através do Pix cresceram 57,8%em comparação a 2022, cujo total ficou em R$ 10,89 trilhões. Ainda de acordo com dados do BC, o número de clientes com relacionamento com o sistema financeiro também aumentou nos últimos anos. Para este ano, estão previstas novas funcionalidades, como o Pix automático, que deve começar a operar em outubro, permitindo que o cliente agende pagamentos que precisará fazer a empresas. Neste caso estão incluídas contas de água e luz, academias, escolas, faculdades, condomínios e parcelamento de empréstimos. Atualmente, esse tipo de pagamento pode ser feito pelo débito automático. Porém, segundo o BC, o Pix automático deverá alcançar mais pessoas. Outra novidade é o Pix agendado recorrente, que poderá ser usado para mesada, doação, aluguel entre pessoas físicas, prestação de serviços por pessoas físicas, como diarista, terapia, educador físico, entre outros. Essa modalidade também entrará em vigor em outubro deste ano. *Foto de Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Conheça a história da Contraf-CUT
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), atualmente, reúne nove federações e mais de 100 sindicatos. Além disso, coordena o Comando Nacional dos Bancários, que representa cerca de 95% da categoria em todo o Brasil, sendo referência na organização sindical de trabalhadores, não apenas no Brasil, mas de todo o mundo. Sua história teve início nos anos 1980, com a luta pela retomada da organização sindical, depois da intervenção feita pela ditadura militar com o golpe de 1964. Em 1985 foi criado um departamento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Departamento Nacional dos Bancários (DNB-CUT). Sua atuação foi fundamental para a primeira greve nacional da categoria após a ditadura, realizada ainda em 1985. Já em 1992, surgiu a Confederação Nacional dos Bancários (CNB), que substituiu o DNB-CUT. Reconhecida pela categoria como representante oficial nas negociações com as instituições financeiras, a CNB era uma entidade de abrangência nacional. Após passar a representar os financiários, em 2006, foi criada a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). A entidade foi reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em 24 de junho de 2008, como representante dos trabalhadores do ramo financeiro.
Saúde mental: número de afastamentos aumenta em quase 40%
Um levantamento realizado pelo INSS mostrou que os afastamentos do trabalho por transtornos mentais aumentaram quase 40% no Brasil, no período de um ano. Em 2023, foram concedidos 288.865 benefícios por incapacidade relacionados a esses transtornos. Em 2022, esse número era de 209.124. Já em 2021, o índice ficou na casa de 200 mil. Segundo a Previdência Social, são 15 as principais razões para estes afastamentos. Todas estão previstas na classificação internacional de doenças. O transtorno misto ansioso e depressivo está no alto da lista, com mais de 28 mil casos. Ele é seguido por episódios depressivos, depressivos graves e ansiedade generalizada. Na live, realizada na última terça-feira (23), pelo Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, o presidente Júlio Cunha, o diretor de Saúde, Miguel Pereira e a psicóloga convidada Jaqueline Bento, alertaram sobre o alto índice de transtornos mentais que atinge a categoria bancária. Júlio lembrou que o sindicato vem, há algum tempo, trabalhando nessa questão do adoecimento e conscientizando os bancários sobre o problema. Miguel explicou que a saúde mental é uma pauta que, cada vez mais, vai fazer parte do dia a dia dos trabalhadores. Segundo ele, é preciso despertar nas pessoas, o interesse pelo autocuidado e autoconhecimento. “As pessoas precisam ter a percepção do início do processo, para que procurem logo ajuda antes de chegar a uma fase completamente arrasada, extenuada, no auge da síndrome de burnout, numa depressão acentuada”, observou Miguel. No ano passado, em sua Consulta Nacional, bancárias e bancários apontaram que vêm sofrendo com problemas como preocupação constante com o trabalho, cansaço, fadiga, desmotivação, crises de ansiedade e pânico. Entre as causas para esses distúrbios está a cobrança excessiva de metas, muitas vezes consideradas inatingíveis. Ainda na live, a psicóloga Jaqueline Bento falou sobre todo o processo da instalação do transtorno, desde que a pessoa é contratada, com a expectativa de um novo ciclo de vida, os desafios que precisa enfrentar e os casos de assédio, que levam ao adoecimento mental. Segundo Jaqueline, muitas vezes a pessoa nem entrega o atestado orientando o afastamento do trabalho para tratamento por temerem a perda do emprego. “As pessoas demoram muito tempo para procurar ajuda devido ao preconceito e à normalização do sofrimento. Existe uma visão de super homens e super mulheres. Você tem que dar conta, tem que conseguir. Você não pode ser emocionalmente fraco. Para essas pessoas, um afastamento por saúde mental é o cúmulo da fraqueza”, exemplificou a psicóloga. A Campanha Janeiro Branco, que trata dos cuidados e prevenção da saúde mental, busca através de palestras, debates e ações alertar a população para os riscos de uma saúde mental abalada. Mas segundo especialistas, é preciso mais investimento nas escolas e ambientes de trabalho, com a contratação de mais psicólogos e psiquiatras que possam identificar e prevenir esses transtornos.