Decisão do STF contra ultratividade prejudica campanhas salariais dos trabalhadores

O Supremo Tribunal Federal (STF) votou contra a manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) vencidos até que os novos sejam celebrados entre patrão e empregados. O mecanismo, chamado de ultratividade, garantia que cláusulas trabalhistas continuassem valendo até que a nova negociação fosse concluída. Com a decisão, tomada na última sexta-feira (27), podem ser suspensas as conquistas de diversas categorias, relacionadas a condições de trabalho, reajustes, piso, jornada, vale-refeição, vale-alimentação, vale-transporte e plano de saúde, entre outros benefícios. “A ultratividade é uma ferramenta importante para a negociação. Sem ela, os trabalhadores ficam com a corda no pescoço e os bancos e o empresariado de uma forma geral podem jogar com a possibilidade de perda imediata de direitos para forçá-los a aceitarem acordos desfavoráveis” observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários. “Não vamos aceitar que os bancos se utilizem deste tipo pressão na nossa campanha”, completou. Mudança de postura Antes, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) havia julgado que as conquistas em convenções ou acordos poderiam ser mantidas até que a nova negociação fosse concluída. A atual decisão do STF foi tomada no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 323, ajuizada pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen). O voto do relator Gilmar Mendes foi seguido pelos ministros Luiz Fux (presidente da Corte), Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Nunes Marques, André Mendonça e pela ministra Cármen Lúcia. Para o advogado Ricardo Carneiro, a decisão “demandará forte mobilização dos trabalhadores em torno dos seus sindicatos, pela defesa dos seus acordos e convenções coletivas, muitas delas, inclusive, históricas e de âmbito nacional, como a dos bancários”. A data base dos bancários é 1º de setembro. Os acordos que ultrapassarem essa data poderão sofrer com o fim da ultratividade. Temer + Bolsonaro Ainda que a ultratividade nunca tenha existido na prática, era comum nas proximidades da data-base os sindicatos acionarem a Justiça, enquanto não havia o julgamento do novo acordo, solicitando a manutenção dos direitos. Desde a reforma trabalhista de Michel Temer (MDB-SP), em 2017, porém, a ultratividade foi totalmente vetada. Em 2020, o Congresso Nacional incluiu na Medida Provisória 936, sobre Programa de Manutenção do Emprego e Renda, que os ACTs poderiam ser prorrogados enquanto não ocorresse novo acordo. No entanto, Jair Bolsonaro (PL) vetou esse item da MP.

Encerrada primeira fase da campanha dos bancários, mas consulta pode ser respondida até 03/06

Bancários de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Centro Norte do país e Santa Catarina realizaram neste final de semana (de quinta-feira, 26, a domingo, 29) conferências locais para debater sobre questões que afetam o dia a dia de trabalho das bancárias e bancários. Os funcionários que atuam no Rio de Janeiro e representados pela Federa.RJ realizaram sua conferência entre os dias 20 e 21 de maio, em Campos dos Goytacazes. As resoluções serão somadas às das demais conferências e encontros específicos e aos resultados que serão compilados a partir da Consulta Nacional, que está sendo respondida em todo o país até a próxima sexta-feira, 3 de junho. Encontros nacionais Após as conferências, serão realizados os encontros dos trabalhadores de bancos públicos e bancos privados, que levantam pontos e reivindicações específicas de cada instituição. “Nossa campanha é construída em conjunto. Por meio da Consulta Nacional, cada bancária e cada bancário pode participar da definição das nossas prioridades e, tanto as conferências estaduais e regionais, quanto os encontros específicos de trabalhadores de bancos públicos e bancos privados são momentos fundamentais para que os resultados reflitam os reais anseios de toda a categoria”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira. Para participar da Consulta Nacional, basta clicar neste link: https://consultacn2022-bancarios.votabem.com.br/ O processo de definição das prioridades da Campanha Nacional dos Bancários se encerra com a Conferência Nacional, que será realizada nos dias 10 a 12 de junho, em São Paulo. ENCONTROS NACIONAIS DE TRABALHADORES DE BANCOS PÚBLICOS E DE BANCOS PRIVADOS 14º CNEBASA 27 e 28/05/2022   Encontro Nacional dos Funcionários do BMB 26/05/2022   28º CNFBNB 03 e 04/06/2022   Encontro Nacional dos Funcionários do Banco Bradesco 09/06/2022   Encontro Nacional dos Funcionários do Banco Santander 09/06/2022   Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú-Unibanco 09/06/2022   38º CONECEF 08, 09 e 10/06/2022   33º CNFBB 08, 09 e 10/06/2022   BNDES A definir

Casos de covid-19 voltam a crescer e cuidados devem ser mantidos

Nos últimos dias, a covid-19 voltou a ser a principal causa de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no país. O número de casos e de internações por sua causa tem aumentado em todas as regiões, conforme o Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sobre as SRAGs, do dia 26. Até o momento, a covid-19 já matou mais de 666 mil brasileiros. Segundo a Fiocruz, a tendência de alta é observada desde a semana de 24 a 30 de abril, um período longo que indica nova onda da pandemia. A instituição alerta que os dados mostram também que a contaminação deve continuar subindo, e por isso todos devem acentuar os cuidados para evitar a transmissão do coronavírus, antes mesmo que as autoridades editem decretos mudando as regras de prevenção. Por conta desse quadro, vários municípios voltaram a recomendar o uso de máscara em locais fechados, como escolas, comércio e locais de trabalho. Para o secretário de Saúde do Trabalhador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles, “as bancárias e bancários devem ficar atentos e cumprir todos os protocolos orientados por especialistas, pois em seu trabalho estão sempre em contato com grande número de pessoas”. Mauro lembra que “essa é a melhor forma de proteger a si mesmo, a própria família e a sociedade como um todo”. Cuidados Conheça e siga as principais orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para se defender do coronavírus: Mantenha distância de outras pessoas de pelo menos 1 metro. Evite aglomerações. Use máscara, especialmente em locais fechados. Troque o equipamento sempre que ele ficar úmido. Prefira locais abertos e ventilados. Abra uma janela se estiver em local fechado. Limpe as mãos com frequência, com sabão e água ou álcool em gel. Mantenha-se em dia com a vacina. Até o momento, todos adultos devem ter tomado a primeira dose de reforço. Cubra o nariz e a boca com o braço dobrado ou um lenço ao tossir ou espirrar. Evite tocar superfícies de locais públicos. Limpe superfícies com frequência. Fique em casa se você sentir indisposição. Procure atendimento médico se tiver febre, tosse e dificuldade para respirar. Se possível, ligue antes para a unidade de saúde e peça orientações antecipadas. Mantenha-se informado sobre a situação em sua localidade.

Bancos fecham mais de mil agências em um ano e clientes reclamam de filas

Matéria publicada pelo portal UOL mostra a política de fechamento de agências bancárias praticadas pelos maiores bancos em operação no país e seus efeitos negativos para a população. Em um ano, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander fecharam 1.007 agências físicas. No Banco do Brasil e no Bradesco o fechamento veio acompanhado de demissão de profissionais, enquanto o Itaú e o Santander fizeram mais contratações durante o período. Qual foi o efeito para os clientes? O atendimento piorou? Clientes reclamam de demora Clientes relatam pegar mais fila nas agências, principalmente depois da pandemia. Em 2020, o Procon-SP registrou 24 reclamações, enquanto o número já chega em 69 em 2022 (de janeiro a maio). Vale lembrar que em 2020 e 2021 o acesso a bancos foi mais restrito, devido às medidas de isolamento adotadas para conter a pandemia. Um cliente do Bradesco em Amambai (MS), que não quis se identificar, diz que é comum pegar fila para ir ao banco e ficar esperando do lado de fora, sob o sol. Já aconteceu de a fila demorar quase três horas para andar. Em outras vezes, os clientes aguardam algum tempo, e funcionários da agência dizem que os problemas devem ser resolvidos pelo aplicativo. Uma cliente também do Bradesco, mas de São Paulo, e que também não se identificou, diz que as filas estão cada vez mais constantes e que normalmente existe apenas um funcionário trabalhando no caixa. Também percebeu que, depois do fechamento de outra unidade da região, sua agência ficou mais cheia. Limite de tempo para filas De acordo com o Idec, as instituições financeiras precisam disponibilizar senhas que mostrem o horário de chegada do consumidor. Não existe uma regra nacional sobre o tempo de fila, mas a maioria das cidades ou estados que possuem regras determinam um tempo máximo de fila de 15 a 30 minutos. Nas cidades que possuem a lei, os bancos podem ser notificados e até multados em caso de descumprimento. “Os bancos têm investido nessa automatização do atendimento e ao mesmo tempo estão reduzindo gastos com os atendimentos convencionais, que são feitos por pessoas. À medida que implementam chatbot [robôs que respondem às mensagens] e mobile banking, reduzem a estrutura física”, afirma Fabio Pasin, advogado e pesquisador do programa de serviços financeiros do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Atendimento online não é tão eficaz Se fechar agências, pode aumentar a eficiência dos bancos, também pode deixar a desejar no atendimento. “Muitas agências fecharam porque estavam coladas com outras e atendiam a mesma zona, a mesma população, e aí não faz sentido. Mas se eu fecho uma agência em uma região e o concorrente não fecha, abro espaço para ele tomar a clientela”, afirma Istvan Kasznar, professor da FGV/ Ebape (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas). O problema é que um estudo do Idec mostra que o atendimento online não é tão eficaz quanto o esperado. “A tecnologia ainda não consegue resolver problemas mais complexos e graves. A expectativa do consumidor é que todo investimento em tecnologia que os bancos vendem como uma melhoria deveria se refletir em um aumento da qualidade do atendimento. O que vimos é que nesse período, com as mudanças estruturais de atendimento, os índices ficaram estáveis ou até diminuíram”, afirma Pasin. Número de reclamações que o Procon-SP recebeu sobre filas em bancos: 2018: 118 reclamações 2019: 112 reclamações 2020: 24 reclamações 2021: 71 reclamações 2022: 69 reclamações Consumidor vulnerável é prejudicado Os especialistas defendem que um dos problemas do fechamento das agências físicas é que consumidores mais vulneráveis podem ter o atendimento impactado. É o caso de idosos, que têm dificuldade de utilizar tecnologia, ou de pessoas sem acesso à internet. Kasznar afirma que o fechamento das agências tem dois aspectos contraditórios que precisam ser considerados. “Quanto maior a população que se atende sozinha com computador ou celular, menos será necessário dispor as agências. Os bancos passam a diminuir as estruturas para reduzir custos e para dar mais eficiência eletrônica. Por outro lado, fechar agências em locais com menor renda, onde a disponibilização tecnológica não é a mesma, pode levar ao esvaziamento econômico de municípios e ao empobrecimento de uma população”, afirma Kasznar. O que os bancos dizem sobre o fechamento de agências O Banco do Brasil diz que enquanto a rede própria foi reduzida, houve um aumento no número de unidades de atendimento especializado “demonstrando a estratégia de otimizar nossa plataforma de canais em busca de eficiência e de estruturas mais leves e, principalmente, sem reduzir a cobertura de atendimento do BB à comunidade”. O Itaú diz que o fechamento é consequência da mudança por demanda dos clientes e de sobreposições de unidades por estarem muito próximas. “O banco entende que o atendimento presencial é um diferencial competitivo importante e, desta forma, sua rede física continuará a ter o tamanho e os serviços que os clientes quiserem”, afirma em nota. O Santander afirma que está expandindo o número de lojas físicas pelo país, principalmente em cidades do interior. “A maior parte da redução no número de pontos de atendimento registrado no primeiro trimestre se deveu à consolidação de códigos de agências no Banco Central, e não ao fechamento de endereços. Para este ano, a previsão é que sejam inauguradas até 70 lojas Santander”, disse em nota. O Bradesco afirma que está mudando sua rede física de atendimento, impulsionado pelo crescimento da demanda dos clientes pelo atendimento digital e que parte das agências estão se transformando em unidades de consultoria de negócios. “Dentro desse processo de otimização, algumas agências passaram por uma adequação do seu tamanho físico e outras por uma fusão de unidades sobrepostas, como, por exemplo, aquelas localizadas a poucos metros uma da outra”, afirma em nota. Fonte: UOL

Demissões e fechamento de agências estão na pauta de reunião entre o COE e o Itaú

O Itaú voltou a fechar diversas agências em todo país gerando mais demissões. Essas demissões e os fechamentos serão tema de reunião que acontece na tarde desta sexta-feira (27/05) entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e representantes do banco. A COE irá questionar o alto índice de demissões que vem gerando sobrecarga de trabalho e adoecimento nos bancários que ficam nas demais agências. Além disso, com a pouca oferta de unidades, os próprios clientes ficam com atendimento precário ou até mesmo sem atendimento. “O fechamento e suas consequências não se justificam, já que o lucro em 2021 teve um salto de 45% em relação a 2020, segundo o balanço do Itaú, o que lhe garantiu um lucro de R$ 26,9 bilhões”, afirmou Jair Alves, coordenador da COE.

Compensação de horas negativas precisa ser melhor negociada pelo Banco do Brasil

Banco de horas negativas, protocolos da covid-19 e descomissionamento foram os três pontos da pauta da reunião entre Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e a direção do banco, nesta quinta-feira (26). O Banco do Brasil ainda não apresentou o quadro atualizado da quantidade de horas negativas que os bancários têm de fazer a compensação até meados de 2023. Porém, é sabido que há muita quantidade ainda de horas a serem compensadas. Na regra atual, alguns trabalhadores demorariam mais de cinco anos para compensar, se fizessem uma hora por dia, todos os dias. “Essa situação foi mal projetada pela empresa nas negociações sobre compensação de horas com o movimento sindical. Por isso, ainda temos muito a negociar em busca de uma solução que não cause prejuízos aos funcionários”, criticou Getúlio Maciel, representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP) na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. Protocolos da covid-19 Com o aumento de casos positivos da covid-19 em todo o Brasil, os representantes dos funcionários solicitaram um reforço na importância do cumprimento dos protocolos em caso de funcionários positivados, pois há denúncias de que não está sendo cumprido o manual de trabalho presencial. O banco se comprometeu a passar para as áreas responsáveis pedido de reforço na divulgação e ficou de retornar ao movimento sobre um novo manual e de que forma serão feitas as orientações. Descomissionamento O banco informou que as análises de casos para descomissionamento começou na última segunda-feira (23) e garantiu que não haverá nenhum movimento de perda de comissão em massa, mas pontuou a necessidade de tratar casos muito específicos em que o descomissionamento seria iminente. O movimento sindical cobrou ainda uma explicação pelo grande número de novos bancários do BB que não permaneceram após o período probatório, ainda mais que a empresa precisa aumentar seu quadro de funcionários.

Após pressão, Comissão da Câmara dos Deputados retira de pauta projeto que ameaça categoria bancária

O Projeto de Lei (PL) 1043/2019, de autoria do deputado David Soares (União-RJ), que autoriza a abertura de agências bancárias nos fins de semana, estava pautado para ser apreciado nesta quarta-feira (25), pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados (CDC). O projeto já recebeu parecer favorável do atual relator, deputado Eli Corrêa Filho (União-SP), no último dia 20, em forma de substitutivo. No entanto, após forte pressão de entidades sindicais, entre elas a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), durante toda esta terça-feira (24), no Congresso Nacional, o tema foi retirado da pauta da CDC. Pelo texto do relator, os bancos “ficam autorizados a abrir ao público suas agências e demais estabelecimentos” nos fins de semana. Em sua argumentação, Corrêa diz que é “fundamental que seja garantida a liberdade para que cada instituição”, em nome da “livre concorrência”, “opte ou não pelo funcionamento aos sábados e domingos, criando uma competição saudável e desejada”. Para o secretário de Relações do Trabalho e responsável pelo acompanhamento de questões de interesse da categoria no Congresso Nacional pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, “os bancos estão sendo autorizados a abrir apenas pelo lucro, sem respeitar os direitos dos trabalhadores, nem considerar as reais necessidades dos clientes”. Na avaliação de Jefão, “o atual relator conseguiu piorar ainda mais tanto o PL em si, como os pareceres dos relatores que o antecederam, e que nós, com muita luta, conseguimos evitar a aprovação”. Mais uma mentira O parlamentar diz que, se aprovado, o PL “poderá fomentar novas oportunidades de empregos para o setor”. No entanto, como afirma Jefão, trata-se na verdade “de um ataque ao direito fundamental ao descanso e lazer aos fins de semana, que apenas aumentará a sobrecarga da categoria bancária, e essa história de atacar os direitos para criar empregos é velha, e já foi provado que o que acontece é a precarização do trabalho e da renda dos trabalhadores, inclusive a terceirização irrestrita, que muitas vezes beira o trabalho escravo”. Dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) mostram que a reforma trabalhista, aprovada como argumento de que haveria aumento do emprego, mostram que a taxa de desemprego no momento da aprovação da reforma, no trimestre compreendido entre outubro a dezembro de 2017 era de 11,9%. No período imediatamente depois (entre novembro de 2017 a janeiro de 2018), o desemprego chegou a 12,3% e no final do ano passado alcançou a marca de 14,9%. Inimigo dos bancários Segundo Jefão, o deputado Eli Corrêa Filho possui histórico de atuação como “inimigo da categoria e aliado do lobby dos bancos”. O secretário lembra que “poucos dias antes de se tornar relator desse projeto que ataca bancários e bancárias, o mesmo parlamentar apresentou, na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, uma emenda em que ataca o direito de greve em instituições financeiras, citando inclusive a lei antiterrorista para reforçar o seu intuito de atacar a categoria”. O relator deve ser questionado por seu posicionamento, como alerta Jefão. “Vamos nos mobilizar e pressionar o deputado, contra o PL 1043, enviando e-mails, telefonando para seu gabinete ou acessando suas redes sociais, para expor nossa indignação contra os ataques à categoria bancária”. Os contatos do deputado Eli Corrêa Filho, relator do PL 1043, são:E-mail: dep.elicorreafilho@camara.leg.brTelefone: (61) 3215-5850Facebook: facebook.com/EliCorreaFilhoInstagram: instagram.com/elicorreafilho/Site: elicorreafilho.com.br/Endereço: Gabinete 850 – Anexo IV – Câmara dos Deputados, Brasília – DF

Triste realidade: trabalho bancário segue como fonte de adoecimento e morte

As lesões por esforço repetitivo e os distúrbios osteomusculares (LER/DORT) ganharam a companhia de doenças relacionadas às questões mentais como problemas ligados ao trabalho dos bancários e bancárias em todo o país. A mudança no perfil está intimamente relacionada às pressões por metas, acúmulos de funções e à sobrecarga que caracterizam a realidade da categoria. Pesquisas recentes mostram que as bancárias e bancários foram profundamente afetados pela pandemia. Segundo levantamento realizado pela Associação de Gestores da Caixa no Rio de Janeiro (Agecef-Rio) e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado em março de 2021, 88% dos trabalhadores cariocas da Caixa Econômica tiveram sentimentos negativos, como ansiedade, depressão, angústia e pânico. A avaliação com 900 gestores da estatal do Rio indicou ainda que 70% do pessoal trabalhou mais do que a jornada contratual durante a pandemia. Além disso, 40% dos entrevistados disseram ter apresentado problemas psíquicos ou mentais nos últimos 5 anos e 98% atribuíram ao banco a origem desses transtornos. Não bastasse isso, 74% das pessoas ouvidas disseram se sentir assediadas nas agências. Os números repetem a realidade apontada também por estudo apresentado em março deste ano pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). De acordo com a pesquisa, 53% dos empregados já sofreram assédio moral e 47% já tiveram conhecimento de algum episódio de suicídio entre colegas. Para o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, a forma de cobrança empregada pelos bancos tem custado a qualidade de vida de dezenas de bancários e bancárias. “É comum se ver na gaveta dos companheiros e companheiras ansiolíticos e antidepressivos. Grande parte da remuneração e da pressão está atrelada à entrega de resultados diários e é comum que antes das 7 horas já recebam a meta do dia e que as cobranças sejam realizadas já ao meio-dia e à noite. O bancário tornou-se aquele que, na festa de domingo, ao invés de relaxar, tenta vender produtos para os familiares para bater a meta”, criticou. Tecnologia que prejudica Com o avanço dos serviços das agências realizados em ambiente digital, a tendência seria de que o trabalho da categoria fosse facilitado. Porém, não foi o que ocorreu. Paralelo à possibilidade de muitas operações ocorrerem pela internet, também cresceram os métodos de vigilância e pressão nas agências. O cenário faz com que as condições de trabalho se tornem pauta essencial nos diálogos com as entidades patronais, conforme explica a Secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Florianópolis e Região (Sintrafi), Jozi Fabiani Mello. “Com plataformas de reunião digital e aplicativos de conversas, as cobranças e metas foram intensificadas e ocorrem de maneira muito mais constante. Por isso discutir este tema será fundamental na Campanha Nacional dos Bancários deste ano, que vem num período pós pandemia e que terá a saúde do trabalhador como foco”, afirmou. Jozi também destaca a importância de debater as sequelas da Covid-19, visto que muitas pessoas desenvolveram diversas doenças mentais neste período de pandemia. Menos funcionários, mais lucro Enquanto o mundo sofreu com a crise por conta da pandemia da covid-19, os cinco maiores bancos do país fecharam 2021 com lucro líquido acumulado de R$ 174,9 bilhões. Porém, desde 2020, quase 12 mil postos de trabalho e 3.180 agências foram fechadas. A diminuição do pessoal, analisa a médica e pesquisadora de segurança e medicina do trabalho Maria Maeno, da Fundação Jorge Duprat Figueiredo, é mais um fator prejudicial à saúde no setor. Quem fica, recebe pressão para atuar em dobro e suprir a ausência dos demitidos ou afastados de maneira que o ganho dos bancos siga alto sob o preço da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. “Basta uma minoria de pessoas atingirem as metas e eles já sobem. Outra coisa é o fato de ter metas que não levem em conta as circunstâncias com as quais se trabalha. Não considerar a localização de uma agência numa região mais pobre na qual os clientes têm menos possibilidades de adquirir produtos já demonstra enorme gravidade. Especialmente numa realidade em que bancários se tornaram vendedores de produtos”, pontuou. Suicídios preocupam Segundo Maria Maeno, a cobrança pelo cumprimento individual de metas para manutenção do emprego causa medo no bancário, que teme ser demitido e não poder mais sustentar a família. Uma conjunção que gera uma epidemia de doenças mentais. De acordo com o Dieese, entre 2012 e 2017, os bancos foram responsáveis por 15% dos afastamentos do trabalho devido a causas mentais. Outro dado alarmante demonstra que, se em demais setores de atividade econômica do país a elevação da concessão de benefício por transtorno mental ficou em 19,4%, no setor bancário foi de 70,5%. Não por acaso, uma pesquisa da Universidade de Brasília mostra números assustadores sobre o suicídio. Entre 1996 e 2005, 181 trabalhadores e trabalhadoras tiraram a própria vida, uma média de uma morte a cada 20 dias. O que Contraf cobrará Mauro Salles Machado explica que a Contraf-CUT levará à mesa de negociação a necessidade de implementar mecanismos transparentes para aferição das metas e que elas sejam mais justas. “A responsabilidade social que os bancos tanto vendem precisa ser colocada em prática. Nossa categoria está adoecendo e todos conhecemos relatos de pessoas que tentaram tirar a vida. Isso precisa terminar”, defende. Fonte: Sintrafi-CUT/Florianópolis

Financiários devem votar em assembleia de campanha salarial no dia 30/05. Saiba como.

Empregados FINANCIÁRIOS em estabelecimentos bancários e/ou financiários, sócios e não sócios, que atuam na base territorial do Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense devem participar da assembleia virtual sobre campanha salarial no dia 30 de maio (segunda-feira). A votação acontecerá através do link bancarios.votabem.com.br durante o período de 10h às 18h do dia 30/05. Em pauta estão a autorização para a diretoria do Sindicato negociar e celebrar os instrumentos de Coletivos de Trabalho, como Acordos Coletivos e/ou Convenções Coletivas de Trabalho junto à Fenacrefi ou até mesmo instaurar o dissídio coletivo caso as negociações sejam frustradas. Os financiários também irão analisar e aprovar pauta de reivindicações da categoria entre outros assuntos como prevê o Edital de Convocação da categoria. Clique aqui para votar.

Caixa continua sendo usada em campanha eleitoral antecipada

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, está sendo acusado de usar a instituição para fazer campanha eleitoral antecipada para o atual presidente da República. As denúncias têm como base o vídeo “Caixa: mudança histórica de postura garante investimentos a quem mais necessita”, postado do canal pessoal no Youtube do presidente da República. No vídeo, há um depoimento do presidente da Caixa. Na visão da coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) do banco, Fabiana Uehara Proscholdt, trata-se de campanha eleitoral antecipada. “Não é a primeira vez que Pedro Guimarães usa a Caixa para fazer campanha eleitoral para o atual mandatário da Presidência da República. No ano passado, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) reconheceu que, já naquela ocasião, havia evidências de uso pessoal da Caixa para esta prática. Agora, mais uma vez, ele faz uso da imagem do banco com a mesma finalidade. Esperamos que o Mistério Público Eleitoral tome as providências que já tinham que ter sido tomadas”, disse Fabiana. Mas, para a coordenadora da CEE/Caixa, apesar de discordar do uso inapropriado da imagem do banco, o vídeo é providencial. “Mostra exatamente o desprezo que ele e este governo têm pela coisa pública, pelo banco público” disse.  “Querer se gabar de que este governo está vendendo a Caixa e que antes isso não existia é, no mínimo, falta de bom senso. Vender a Caixa não é um bom negócio. Só este governo privatista, sem compromisso com o país e com o povo brasileiro, acredita que se desfazer da Caixa e demais empresas públicas seja um bom negócio”, completou, lembrando que, em diversos países, está havendo uma onda de reestatização dos serviços públicos que haviam sido privatizados.