Caixa: representação dos empregados não concorda com propostas do banco

A Caixa Econômica Federal e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) se reuniram, nesta quinta-feira (28). Durante o encontro, que contou coma presença do vice-presidente de Pessoas, Sergio Mendonça, o banco apresentou proposta sobre as designações de funções de caixa e tesoureiro. A representação dos empregados não concordou com alguns itens da proposta. O banco propôs negociação do adicional de quebra de caixa somente para quem não recebia gratificação da função. Apesar de previsto em normativo interno, o adicional de quebra de caixa foi extinto pelo banco. A Caixa também ofereceu possibilidade de acordos via CCV/CCP para quem não tem ação na Justiça cobrando o pagamento da quebra de caixa. A proposta da Caixa para os tesoureiros prevê a migração da jornada de 8 para 6 horas, com redução proporcional de salário. O banco oferece ainda possibilidade de acordos nas Comissões de Conciliação (CCV/CCP). Para a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt, é preciso avançar, mas sem prejudicar os trabalhadores. “Esta comissão não vai abrir mão de direitos dos colegas. Queremos avançar na questão das designações, entre outros pontos. Contudo, sem comprometer as ações judiciais, sejam elas individuais ou coletivas das entidades. Além disso, não aceitamos migração compulsória da jornada de 8 horas para 6 horas dos tesoureiros. Já negamos em mesa essa migração automática. Afinal, há toda uma organização de vida pessoal baseada no salário”, afirmou a coordenadora. Fabiana ressaltou que é preciso saber quantos colegas têm função de caixa efetivo, assim como de tesoureiro; quantos estão designados por prazo; quantos exercem a atividade minuto; se em tempo integral, ou parcial, para avançar nas negociações. Cobramos também que, caso a proposta avance, os colegas que exercem a atividade minuto, ou têm designação por prazo, sejam efetivados sem necessidade de PSI (Processo de Seleção Interna), até porque já fazem o trabalho. E de imediato já temos 500 designações”, observou. Algumas demandas foram reforçadas durante o encontro, como a necessidade de mesas de negociação para teletrabalho, Minha Trajetória, além do estabelecimento e os procedimentos de cobrança de metas. A Caixa ficou de analisar e dar retorno na próxima reunião de negociação.

Trabalhadores do ramo financeiro ficam de fora de nova Comissão para Assuntos de Segurança Privada

O governo federal publicou portaria no Diário Oficial da União retomando a Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), que havia sido extinta no governo passado. A comissão visa o estudo, proposição e aperfeiçoamento de soluções para a segurança bancária, assim como a fiscalização da área. Mas ao contrário da antiga comissão, essa nova versão não terá representantes dos trabalhadores do ramo financeiro. Também ficou de fora a Confederação Nacional de Vigilantes e Prestadores de Serviços (CNTV). Segundo o secretário de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elias Jordão, a entidade enviará um ofício, reivindicando sua participação. “A medida é positiva, mas a bancada dos trabalhadores não está totalmente contemplada. Nós queremos a nossa participação”, afirmou Elias. Carlos Damarindo, secretário de Cultura da Contraf-CUT, concorda que a retomada da Comissão  seja positiva, mas critica a exclusão dos trabalhadores bancários. “A representação dos trabalhadores não pode estar em desequilíbrio em relação aos representantes patronais, que têm interesses bem diferentes dos trabalhadores de modo geral”, afirma Damarindo. Segundo a portaria, a comissão será composta por membros da Polícia Federal e de entidades representativas das empresas de vigilância (Fenavist), de transporte de valores (ANSEGTV e Fenavist), dos bancos (Febraban), dos trabalhadores de vigilância (Contrasp) e da Associação Brasileira de Cursos e Aperfeiçoamento de Vigilantes (ABCFAV). Elias Jordão e Carlos Damarindo também criticaram a Portaria 18045/23, editada pelo Ministério da Justiça, que desobriga a utilização de portas giratórias nas agências. “Nós queremos marcar uma audiência com o ministro da Justiça, Flávio Dino, para mostrar a importância da revisão desta portaria, pois coloca em risco os trabalhadores dessas agências”, disse Elias Jordão. Para Damarindo, a portaria é absurda e aumenta a insegurança de bancários e clientes. “Com esta medida, o governo compactua com os bancos que já estão retirando equipamentos de segurança, em nome do lucro em detrimento das vidas das pessoas. O movimento sindical seguirá protestando por mais segurança nas agências bancárias, porque o dinheiro do banco tem seguro, mas as vidas das pessoas são únicas e não têm preço”, afirmou Damarindo.

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