Sindicato dos Bancários e UFF-VR lançam projeto sobre acompanhamento do adoecimento mental na categoria

Iniciativa envolve universitários extensionistas do curso de Psicologia e visa à produção de conhecimento e dados estatísticos que viabilizem traçar ações de acolhimento aos já adoecidos e possam prevenir o surgimento de novos casos.  O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense e o campus da Universidade Federal Fluminense em Volta Redonda (UFF-VR), por meio da Extensão do Curso de Psicologia, lançaram nesta quarta-feira (23) o projeto Saúde Mental no Trabalho Bancário, uma parceria para o desenvolvimento de estudos da saúde mental da categoria da região no contexto do ambiente de trabalho. Com a iniciativa, a entidade sindical pretende desenvolver uma política de atenção à saúde de forma eficaz para os casos de adoecimento de origem psicossomática e, principalmente, traçar ações que evitem e previnam os avanços dessas doenças provocadas pela pressão dos bancos e o acúmulo de exigências, entre eles o cumprimento de metas cada vez mais insuportáveis. No evento, que ocorreu no auditório da UFF-VR, o diretor presidente do Sindicato, Júlio Cunha, ressaltou que o número de associados à entidade gira em torno de 1.100 bancários e que, atualmente, de acordo com informações do cadastro do Sindicato, pelo menos 120 deles estão afastados pelo INSS devido às doenças psicológicas e psiquiatras. Mas esse número é muito maior. “Hoje, as ações do Sindicato são baseadas em indicadores “oficiosos”. Nós queremos ter dados que nos permitam o mapeamento fidedigno do quantitativo de trabalhadores bancários doentes, afastados de suas funções pelo INSS, daqueles que continuam na ativa e usam medicamentos tarjas pretas e ainda daqueles que se encontram na fase de negação da doença”, afirma. Júlio ainda destaca a importância do projeto no levantamento de dados reais. “A produção desses dados vão referenciar as nossas ações, não somente da perspectiva do acolhimento, mas também da orientação trabalhista e do tratamento, que precisa ser mais humanizado. Na nossa concepção, esses trabalhadores precisam sentir que não estão sozinhos, ter espaços coletivos, tampouco se culpabilizarem pela situação que estão vivenciando. O Sindicato acredita que desta maneira será possível produzir ações mais contundentes de apoio e acompanhamento da categoria, visando inclusive, a prevenção ao suicídio, prática que tem aumentado expressivamente nos últimos anos entre os bancários. É absurdo a gente pensar em uma instituição bancária, que se consolida como uma indústria tão sofisticada do ponto de vista tecnológico, mas que deixa as pessoas nesse estado deplorável de saúde por conta do trabalho e suas imposições”, concluiu Júlio Cunha. O diretor do departamento de Saúde do coletivo de trabalhadores, Miguel Pereira, afirmou que a reforma trabalhista, a reestruturação dos bancos públicos e as demissões em massa nos bancos privados agravaram a situação. “Mesmo com lucros nas alturas, a ameaça de demissão é constante que somadas ao cumprimento de metas e outras exigências são angustiantes na rotina dos bancários. Situação agravada muitas vezes pelo assédio moral. Para se ter ideia da gravidade da situação, os afastamentos por conta dos transtornos psiquiátricos já superaram as doenças osteomusculares (LER/DORT) que por muitos anos foram campeãs de incidência entre a categoria”, completou. A expectativa do coordenador do curso, Ricardo Pena, é que os dados consolidados pelos universitários extensionistas possibilitem mudanças estruturais na rotina bancária. “Uma das funções da universidade pública é estar aberta ao público e produzir novos saberes. Especificamente, nesta proposta de cooperação com o Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, nosso intuito é contribuir com a consolidação de dados frente à nova ordem mundial para a criação de um mundo mais humanizado”. A chefe do Departamento de Psicologia, Priscila Alves, explicou que os trabalhos serão produzidos com fundamentação em pesquisas, estudos teóricos e construções coerentes. “Para os nossos alunos, este trabalho será muito importante, já que vamos começar do zero, mostrar como se constrói esses saberes consistentes na busca pela saúde. Vale destacar que, muitas vezes essas doenças são invisíveis e acabam desqualificadas no mundo do trabalho”. A pesquisa denominada “Atenção à saúde mental do trabalhador bancário do Sul Fluminense” será coordenada pelos professores Dra. Maria Elisa Siqueira Borges, que é ex-bancária, e o Dr. Fernando Faleiros de Oliveira, e tem o objetivo de produzir e consolidar dados e estatísticas sobre a situação da saúde mental desse grupo de trabalhadores; construir e efetivar ações que identifiquem prováveis causas e soluções e possibilitar que o trabalho não seja causa de sofrimento, adoecimentos e mortes; articular com outros atores e órgãos públicos, no sentido de construir relações de trabalho mais justas e saudáveis. O inventário sobre o trabalho de risco e adoecimento (INTRA) avaliará o contexto da realização da atividade bancária (organização do trabalho; condições de trabalho; relações socioprofissionais); o custo humano do trabalho (físico, cognitivo e afetivo); os danos relacionados ao trabalho (físico, sociais e psicológicos); além dos indicadores de prazer e sofrimento no trabalho (realização profissional; liberdade de expressão; falta de reconhecimento; falta de liberdade de expressão. físicos; danos psicológicos). A intervenção será definida após a análise dos dados, mas algumas ações já foram elencadas, como plantão psicológico e grupos de escuta. Indicadores sobre as doenças psicossomáticas Por enquanto, são precárias as estatísticas reais sobre o número de bancários adoecidos e afastados de função em decorrência das doenças psicológicas e/ou psiquiátricas. Os indicadores, segundo Miguel Pereira, são baseados na suspensão dos descontos da mensalidade sindical. “Os bancos não emitem CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) para esses adoecimentos, portanto a nossa referência em relação ao banco privado é a suspensão da mensalidade sindical. O mesmo não ocorre com os bancos públicos, pois eles continuam gerando a folha de pagamento e nem essa informação obtemos de pronto. E se o bancário não nos contata, não temos essa informação. Outro detalhe é que esses dados se referem apenas aos bancários sindicalizados. Isso não quer dizer que outros profissionais não estejam doentes. E como essas doenças são psicológicas e/ou psiquiátricas as pessoas vão até o seu limite. Ao suspeitarem do problema passam pela fase da negação. Não, eu tomo um remedinho aqui e vou dando conta, eu vou conseguir, eu vou superar. Até que chegam no ápice do limite, surtam ou

Santander muda administradora do SBPrev

O banco Santander, sem comunicar as entidades de representação dos trabalhadores, mudou a administradora do plano de previdência SBPrev de seus funcionários. Até o dia 30 de novembro, os participantes precisam fazer a portabilidade para a nova administradora, caso perderão o plano. Em comunicado enviado somente aos participantes do SBPrev, o Santander informou a administradora passa a ser a Santander Seguros e Previdência. “O movimento sindical, mais uma vez, precisa cobrar transparência e a maior divulgação de medidas que o banco toma de forma unilateral, sem comunicar a representação dos trabalhadores”, observou a diretora executiva da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Wanessa de Queiroz Paixão. “É um desrespeito total às entidades de representação. Temos que sempre estar atentos para que nenhum trabalhador tenha prejuízos”, completou a dirigente, ao lembrar que o banco tem tocado um processo de terceirização de setores inteiros, numa tentativa de aumentar ainda mais seus lucros, com a redução de direitos e de salários e a mudança de representação sindical. “O banco diz que desde o início do mês os participantes do plano foram comunicados, mas, para nós, a informação chegou somente agora, quando um dos participantes nos consultou sobre a mudança. Aí, o tempo fica curto para divulgarmos a informação aos participantes de que eles precisam fazer a portabilidade”, lamentou a conselheira fiscal eleita da SantandePrevi e representante da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos Bancários (Feeb) de Mato Grosso do Sul e São Paulo, Patrícia Bassanin, lembrando que o SBPrev é o único plano de previdência dos funcionários do banco aberto para novas adesões. Importância do plano Patrícia também lembra que o plano de previdência dos funcionários é um direito que precisa ser valorizado pelos trabalhadores, pois a cada contribuição do participante o banco faz uma contribuição em valor semelhante. “Em alguns casos, dependendo do salário do funcionário e até o limite estabelecido, a contribuição do banco é no mesmo valor feito pelo participante do plano, o que significa que o montante investido, e que será resgatado com correção posteriormente, será o dobro do aplicado pelo funcionário”, explicou a conselheira fiscal eleita pelos funcionários para representá-los na SantanderPrevi. Segundo o Santander, não há nenhuma mudança em relação ao plano e o seu regulamento. O que muda é somente a administração. “Não muda nada, mas é preocupante, porque é o próprio participante que tem que fazer a portabilidade e se ele não fizer e indicar quem são os beneficiários, os investimentos e outras informações, perde o plano e aí, depois, terá que fazer uma nova adesão, só que com a data zerada, sem carregar o tempo de plano”, observou Patrícia. Para fazer a portabilidade Até o dia 30/11, o participante deve acessar o Portal de Previdência Corporativa para fazer a inscrição com portabilidade e indicar seus beneficiários. Após a conclusão, receberá o certificado por e-mail confirmando a inscrição. Caso não faça, o benefício será encerrado a partir de janeiro. Se perder o prazo, será necessário contratar um novo plano, recomeçando o tempo de contribuição. Em casos de dúvidas, o participante deve ligar para (11) 3012-3456, opção 8.

Santander não vai abonar horas não trabalhadas em jogos do Brasil

Na contramão dos demais bancos que atuam no país, o Santander confirmou, nesta segunda-feira (21), que as horas não trabalhadas durante os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo devem ser compensadas. No dia 8 de novembro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e demais entidades de representação dos empregados que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários havia enviado um ofício ao banco solicitando o abono das horas não trabalhadas. Na semana anterior o banco havia comunicado que não abonaria as horas. A confirmação de que as horas não serão abonadas ocorreu nesta segunda-feira, em reunião no comitê do banco. O Santander disse ter avaliado a solicitação do movimento sindical, mas que manterá a exigência de compensação das horas. “É um momento de descontração da população brasileira. A reivindicação do abono das horas não trabalhadas é totalmente possível de ser atendida por um banco que lucra tanto aqui no país com a força de trabalho dos seus empregados”, lamentou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias. “Nenhum banco vai exigir a compensação, com exceção do Santander, que prega tanto a flexibilidade e a modernização da jornada de trabalho, porém só quando interessa ao banco, que nunca abre mão de absolutamente nada quando é de interesse dos trabalhadores, que repudiam esta decisão que reforça o jeitinho Santander de atuar no país: retrógrado, inflexível, com visão e ações exploratórias e sem nenhum respeito pelos trabalhadores e pelo país do qual obtém tanto lucro”, completou Lucimara. A funcionária da Santander e secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa, lembra que a decisão de compensar as horas não trabalhadas é rechaçada pelos trabalhadores, que demonstram grande insatisfação com o fato. “Ao manter esta decisão, o banco perde uma grande oportunidade de dialogar com os interesses dos trabalhadores e de estimular um ambiente mais integrativo e salutar no espaço de trabalho”, disse. “Assistir aos jogos precisa ser um momento de lazer e não de preocupação sobre como conciliar agenda pessoal com a compensação das horas”, completou. O horário especial de atendimento ao público nas agências, nos dias de jogos da seleção brasileira de futebol durante a Copa do Mundo, foi estabelecido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) levando em conta questões como a segurança das agências e de transporte de valores e a Resolução nº 4.880, de 23 de dezembro de 2020, do Conselho Monetário Nacional, que autoriza as instituições financeiras a estabelecer o horário de atendimento ao público em suas dependências. Veja abaixo o horário de expediente bancário nos dias de jogos da seleção brasileira: Nos jogos com horário previsto às 12h Nos Estados com horário igual ao horário de Brasília, o atendimento ao público será das 9h às 11h e das 15h30 às 16h30. Nos Estados com diferença de 1h em relação ao horário de Brasília, o atendimento ao público será das 8h às 10h e das 14h30 às 15h30. Nos Estados com diferença de 2h em relação ao horário de Brasília: das 7h às 9h e das 13h30 às 14h30. Nas agências em Fernando de Noronha (1h antes do horário de Brasília): das 8h às 12h. Nos jogos com horário previsto às 13h Estados com horário igual ao horário de Brasília: das 8h30 às 11h30. Estados com diferença de 1h em relação ao horário de Brasília: das 7h30 às 10h30. Estados com diferença de 2h em relação ao horário de Brasília: das 7h às 9h30. Nos Jogos com horário previsto às 16h Estados com horário igual ao horário de Brasília: das 9h às 14h Estados com diferença de 1h em relação ao horário de Brasília: das 8h às 13h Estados com diferença de 2h em relação ao horário de Brasília: das 7h às 12h.

Santander credita 13ª cesta alimentação no dia 30 de novembro

O Santander irá realizar o crédito da 13ª cesta alimentação no dia 30 de novembro, data limite determinada pela CCT dos bancários, junto com o pagamento dos salários. Já a segunda parcela do 13° salário será paga em dezembro, em data que ainda será confirmada.  A 13ª cesta alimentação é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2015. Corresponde a mais um valor ao ano de vale alimentação.  Em 2022, o valor a ser creditado como 13ª cesta alimentação já inclui o reajuste de 10%, conquistado pela categoria na Campanha Nacional dos Bancários 2022.  Com isso, os bancários devem receber R$ 799,38 a título de 13ª cesta alimentação. 

Sindicatos exigem que Santander abone horas de jogos do Brasil

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), por meio da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, assim como os sindicatos e federações a ela associados, enviou um ofício ao banco reivindicando que o mesmo se abstenha de exigir a compensação das horas não trabalhadas durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo 2022. A exigência da compensação foi comunicada pelo banco na semana passada. No ofício enviado ao banco, a representação dos trabalhadores salientou que, “até o momento, o Santander é o único banco que se manifesta no sentido de compensar, o que, mais uma vez, o diferencia negativamente no sistema financeiro.” “Mais uma vez o Santander difere dos seus concorrentes negativamente, impondo uma compensação de horas que deveriam ser de convivência coletiva, que poderia inclusive gerar satisfação e portanto mais produtividade”, observou a coordenadora da COE/Santander, Lucimara Malaquias. Para Lucimara, compensar as horas trabalhadas, nestas situações, é uma imposição descabida e desrespeitosa com a cultura do país. “Neste período de polaridade, momentos de confraternização e convivência coletiva e pacífica devem ser estimulados por todos, inclusive pelo banco”, disse. A funcionária da Santander e secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa, lembra que a decisão de compensar as horas trabalhadas é rechaçada pelos trabalhadores, que demonstram grande insatisfação com o fato. “Ao manter esta decisão, o banco perde uma grande oportunidade de dialogar com os interesses dos trabalhadores e de estimular um ambiente mais integrativo e salutar no espaço de trabalho”, disse. “Assistir aos jogos precisa ser um momento de lazer e não de preocupação sobre como conciliar agenda pessoal com a compensação das horas”, completou.

Santander: demissões e outros problemas já começaram na SX Tools

O Santander mal concluiu a terceirização dos bancários para a SX Tools, e já começaram as demissões na empresa intermediadora de mão de obra do banco. Pelo menos sete dispensas foram registradas na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. A SX Tools é a empresa terceirizada para a qual o Santander transferiu bancários da área de manufatura, e que estavam lotados em sua maioria no Radar Santander. Com a mudança, os empregados perderam os direitos e conquistas da categoria bancária – uma das mais fortes e organizadas do país –, como a PLR e a jornada de seis horas. “Os bancários acabaram de ser terceirizados com perda de direitos, e as demissões já passaram a ser promovidas em menos de um mês. Isto sem contar os outros problemas relatados pelos trabalhadores”, diz Susana Malu Córdoba, dirigente sindical e bancária do Santander. Ainda trabalham cerca de 300 bancários no prédio da SX Tools, mas eles foram surpreendidos, no dia 3 de outubro, com a reconfiguração do layout do local. Todas as menções ao Santander foram retiradas do local. Agora os bancários remanescentes no prédio não sabem ser serão demitidos ou terceirizados. Aumento reduzido de salário em caso de promoção Outra situação que vem trazendo insatisfação para esses bancários recentemente terceirizados é que aqueles que forem promovidos de assistente para analista terão aumento salarial de apenas 20% – quando pertenciam a categoria bancária, este aumento era de 55%. “O banco, em resposta às diversas atividades que o Sindicato vem promovendo contra a terceirização, decidiu impedir o acesso dos diretores sindicais aos locais de trabalho. Reforçamos, no entanto, que nosso compromisso com a categoria é permanente e que esses trabalhadores não estão sozinhos. O Sindicato continuará protestando contra as terceirizações e demissões.”, afirma Susana. Terceirização X eleição Maranho lembra que o enfretamento do processo de terceirização no Brasil passa pela ação sindical, mas também está diretamente ligado à eleição presidencial do dia 30 de outubro. O dirigente ressalta que o Santander está ampliando a terceirização ancorado na reforma trabalhista e na legalização da terceirização irrestrita de todas as atividades de uma empresa, ambas aprovadas após o golpe de 2016. “São mudanças profundas nas relações de trabalho que foram colocadas em prática após a mudança de governo, e vendidas como a solução para a geração de empregos, o que se mostrou uma falácia, já que mesmo depois de cinco anos das mudanças, ainda existem mais de 10 milhões de desempregados, e os que foram contratados estão em empregos com direitos e salários reduzidos”, afirma Alberto.

Lucro do Santander no terceiro trimestre de 2022 acende alerta

O Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 11,211 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, queda de 10,1% em relação ao mesmo período de 2021. No trimestre encerrado em setembro, o banco espanhol lucrou R$ 3,122 bilhões, queda de 23,5% em relação aos três meses anteriores. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) do banco ficou em 19%, com decréscimo de 2,5 pontos percentuais em doze meses. O lucro obtido na unidade brasileira do banco representou 27,7% do lucro global que foi de € 7.316 bilhões, alta de 14,7% em doze meses e 3% no trimestre. A holding encerrou o terceiro trimestre de 2022 com 51.214 empregados, com abertura de 1.609 postos de trabalho em doze meses (no trimestre, foram fechados 835 postos de trabalho). Foram fechadas 307 agências e 104 PABs em relação a setembro de 2021. Alerta O resultado do Santander no terceiro trimestre de 2022 acende pontos de alerta, como a redução do lucro e o fechamento de agências e PABs; e chama atenção o número superavitário de contratações. “Em um primeiro momento a geração de empregos sempre é positiva. No entanto, mais do que analisar os números precisamos fazer uma avaliação à luz dos fatos. O Santander vem intensificando a terceirização desde 2020. Estima-se que ao menos nove mil bancários já foram transferidos para outras categorias. Soma-se a isto a quantidade de agências fechadas no país. É assombroso projetar que o Santander pretender ser um banco sem bancários.” Lucimara Malaquias, diretora executiva do Sindicato e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander Aumento da PDD O Índice de Inadimplência Total superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 3%, com alta de 0,6 ponto percentual em comparação aos nove primeiros meses de 2021. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) aumentaram 52,2%, totalizando R$ 17,4 bilhões. “A inovação é tornar os trabalhadores sócios dos riscos, isso mesmo, haja vista a inadimplência subindo e a PDD nas nuvens. O banco quer que os trabalhadores assumam os riscos de suas carteiras, a exemplo do que já ocorre na corretora de investimentos, mas o Santander continua remetendo o lucro para a Espanha e garantindo-o aos acionistas”, denuncia Lucimara. Em teleconferência, o banco afirmou que o aumento da inadimplência é devido ao varejo e a empresas pequenas. “Muito provavelmente essa deterioração é devido a atual crise econômica e social que reduziu a renda da população e o crescimento. Esse mesmo ´desgoverno´ aposta ainda em congelar aposentadorias e pensões caso seja reeleito, o que poderá gerar ainda mais retração econômica”, afirma Lucimara. Serviços e tarifas são quase o dobro da folha de pagamento As receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias decresceu 1% em doze meses, totalizando R$ 14,2 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR aumentaram 10% no período, somando R$ 7,4 bilhões. Assim, em setembro de 2022, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 191,74% (ou seja, as receitas de prestação de serviços e tarifas cobriram quase duas vezes a folha de pagamento do banco). “Embora o balanço apresente uma redução na cobrança de juros e tarifas, a redução é irrisória frente ao volume arrecadado neste item, principalmente porque boa parte do mercado já não cobra tarifas pela cesta de serviços básicos, mas o Santander insiste em cobrar, inclusive de funcionários. Mais uma contradição no banco que vende redução de direitos como ‘inovação’”, finaliza Lucimara.

Santander fechou 307 agências e 104 PABs em um ano

O banco Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 11,21 bilhões, nos nove primeiros meses deste ano, valor que representa queda de 10,1% em relação ao mesmo período de 2021 e de 23,5% no trimestre. A rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado –ROE) ficou em 19%, com decréscimo de 2,5 pontos percentuais (p.p.) em doze meses. No terceiro trimestre, o lucro líquido da instituição no país alcançou R$ 3,12 bilhões, o que representa 27,7% do lucro global da instituição, que foi de € 7,316 bilhões, alta de 14,7% em doze meses e de 3% no trimestre. Nos três primeiros trimestres deste ano, o índice de inadimplência total superior a 90 dias, incluindo pessoa física e jurídica, ficou em 3%, com alta de 0,6 p.p. em comparação ao mesmo período de 2021. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) aumentaram 52,2% e somaram R$ 17,4 bilhões. A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias, relata que “em teleconferência, o banco afirmou que o aumento da inadimplência é devido ao varejo e a empresas pequenas”. No entanto, ela completa que, “muito provavelmente, essa deterioração ocorre devido à atual crise econômica e social que estamos vivendo e que reduziu a renda da população nos últimos anos”. As receitas com prestação de serviços e tarifas caiu 1% em doze meses, somando R$ 14,2 bilhões. Ainda assim, esse montante foi 191,74% superior aos R$ 7,4 bilhões de despesas com pessoal mais a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que aumentaram 10% no período. Assim, apenas as receitas secundárias cobriram quase duas vezes a folha de pagamento do banco. Lucimara observa ainda que “embora o balanço apresente uma redução em juros e tarifas, esse movimento é irrisório frente ao volume arrecadado, principalmente porque boa parte do mercado já não cobra tarifas pela cesta de serviços básicos. Mas, o Santander insiste em cobrar, inclusive de funcionários. Essa é mais uma contradição de um banco que vende redução de direitos como ‘inovação’, quando a inovação é tornar os trabalhadores sócios dos riscos, enquanto a inadimplência e a PDD vão para as nuvens e o lucro continua sendo remetido à Espanha e a acionistas”. Emprego bancário A holding encerrou o terceiro trimestre de 2022 com 51.214 empregados, com abertura de 1.609 vagas em doze meses. No trimestre, no entanto, foram fechados 835 postos de trabalho. Em relação a setembro de 2021, foram fechadas 307 agências e 104 PABs. Para a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, “há pontos de alerta neste resultado, como a redução do lucro e o fechamento de agências e PABs. Apesar do número positivo de contratações, precisamos avaliar à luz dos fatos, pois a empresa vem intensificando a terceirização desde de 2020, e estima-se que ao menos 9 mil bancários já foram transferidos para outras categorias, o que é assustador, pois o Santander pretende ser um banco sem bancários”. Confira análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base nos dados relatório apresentado pelo banco.

Novos protestos contra o Santander

Bancários realizaram uma semana de protestos em diversas cidades do país contra as terceirizações realizadas pelo Santander. Desde 2020, o banco vem abrindo novas empresas, para onde está transferindo compulsoriamente seus funcionários. “É um processo de terceirização que leva à redução dos direitos e da remuneração dos trabalhadores, numa tentativa do banco de reduzir a organização e a força de representação dos sindicatos para poder aumentar ainda mais seus lucros”, explicou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias. “Além disso, após estas transferências, o banco tem realizado diversas demissões, inclusive de trabalhadores com deficiência (PCDs)”, completou. Práticas antissindicais “Em assembleias realizadas em todo o país, os funcionários já se mostraram contra este processo nefasto realizado pelo banco, que prejudica os trabalhadores não apenas individual, mas também coletivamente, uma vez que interfere na representação sindical e reduz a capacidade de luta e organização da categoria”, observou a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, que é funcionária do Santander e presidenta da UNI Finanças Mundial. Segundo a coordenadora da COE, o Santander tem agido de forma truculenta durante todo esse processo e buscado impedir o contato dos sindicatos com os trabalhadores, seja restringindo o acesso aos locais de trabalho, o que fere acordo coletivo, seja censurando o jornal sindical. “Isso interfere na relação entre os trabalhadores e seus representantes. É prática antissindical e antidemocrática”, afirmou. Outro agravante é que, nesta semana, o atual presidente do Santander, Mário Leão, fez uma transmissão ao vivo para informar que os gerentes de relacionamento passarão a ser vendedores. “Isso aumentou ainda mais a apreensão dos bancários, já que isso pode resultar em novas terceirizações”, ressaltou Lucimara. A luta continua! O movimento sindical quer que o banco pare o fatiamento da categoria, inicie negociação imediata sobre a representação sindical e as condições de trabalho desses trabalhadores. “Continuaremos com os protestos e denúncias em órgãos competentes enquanto o banco não mudar esta postura e nos chamar para negociar”, informou a coordenadora da COE. “Também estudamos possibilidades de entrar com ações judiciais contra as medidas adotadas pelo Santander”, completou. Lucimara também ressalta a importância das eleições para a Presidência da República. “A lei que permite as terceirizações irrestritas foi aprovada após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. O atual governo apoia as terceirizações e a redução de direitos. Precisamos urgentemente eleger um candidato que tenha compromisso com os trabalhadores e com a revisão da lei da terceirização e a reforma trabalhista”, concluiu.

Em assembleia, funcionários do Santander repudiam terceirização

Funcionários reprovam terceirização em curso no Santander. Assembleia nacional dos trabalhadores do banco mostra que 98,31% são contrários ao processo, em consulta realizada nesta terça (11), em todo o país, organizada por entidades sindicais e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Esta participação dos trabalhadores deixa claro que não querem deixar de ser bancários, porque reconhecem as conquistas da categoria”, explica a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias. Ela lembra que, nos últimos dois anos, cerca de 9 mil trabalhadores deixaram de ser bancários dentro do Grupo Santander do Brasil. Com essa manobra do banco privado, os funcionários que são realocados nas empresas terceirizadas deixam de ter os benefícios conquistados na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária, como jornada de seis horas, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), como definida na CCT, além de redução no auxílio-creche/babá. “O banco realizou transferências forçadas de trabalhadores para novos CNPJ e para outra categoria, o que abre portas para retirar direitos e impor perdas”, pontua Lucimara. O Santander criou seis empresas que atingem as áreas de tecnologia e investimentos, câmbio e de manufatura. Organização   Na assembleia, os bancários também foram perguntados se preferem que sua representação sindical continue sendo por meio de sindicatos dos bancários: 97,58% reafirmaram que sim. Além da consulta realizada nesta terça, os bancários realizaram protestos em diversas agências e unidades administrativas do Santander, na sexta (7), contra a terceirização.

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