Caixa paga segunda parcela da PLR nesta quinta (23)

Durante o primeiro encontro da mesa permanente de negociação entre representantes dos empregados da Caixa e do banco nesta quinta (23), ficou acertado o pagamento da segunda parcela da PLR ao longo da noite desta quinta (23) e estará disponível na manhã desta sexta-feira (24).  O valor depositado corresponde a 70% do total. Para quem paga pensão alimentícia, o percentual é de 50%. O restante será para descontos legais (como imposto de renda), e a diferença será paga no dia 31 de março. Cerca de 92% dos empregados receberão mais de R$ 4 mil na segunda parcela. O valor médio será de R$ 5.137, e o total distribuído nas duas parcelas vai superar R$ 1,2 bilhão. Os cálculos levaram em consideração todas as regras do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e os limites definidos pela Secretaria de Coordenação das Estatais (Sest).

Rita Serrano toma posse como presidenta da Caixa

Maria Rita Serrano tomou posse na presidência da Caixa Econômica Federal, na noite desta quinta-feira (12), na presença do presidente Luiz Inácio Lula Da Silva, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da primeira dama Janja Lula da Silva, além de diversos ministros, ex-diretores da Caixa, familiares e companheiros de trabalho ao longo dos seus 33 anos de carreira.A nova presidenta agradeceu a presença de todos e apoio e confiança do presidente Lula. Ela lembrou também o aniversário da Caixa:“Neste dia histórico, quando a Caixa completa 162 anos, imaginem a honra e a felicidade que sinto com 33 anos de carreira, defendendo ardorosamente esta instituição, ser convidada a presidi-la. De família humilde, trabalhadora, mulher, ativista social e sindical, representante eleita dos empregados, essa façanha só é possível em um governo ousado, comprometido com a democracia, a igualdade e a justiça social.” Rita disse que a sua missão não será fácil. “Mas o desafio de modernizar o banco para ampliar sua atuação no sistema financeiro e na melhoria de vida da população é auspicioso.” Segundo ela, a nova Caixa nasce com o compromisso da reconstrução do país e a melhoria da qualidade de vida da população.“Para isso vamos reorganizar o banco para cumprir com excelência o gerenciamento dos programas de transferência de renda do governo e do Minha Casa, Minha Vida, ampliar a parceria com estados e municípios para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura, promover a inclusão bancária da população, avançar em tecnologia para oferecer melhores serviços de atendimento aos clientes, buscar a rentabilidade do negócio com equilíbrio entre as operações comerciais e as ações de inclusão, investir em projetos culturais, e atuar nas questões sobre sustentabilidade, humanização das relações de trabalho, tão importantes hoje no banco. Hoje cedo falei para os meus colegas que a gestão pelo medo na Caixa acabou”, ressaltou Rita Serrano. Em seu discurso, o ministro Fernando Haddad lembrou que teve o privilégio de por várias vezes interagir com a Caixa Econômica Federal e constatar o empenho da instituição em dar aos brasileiros os melhores serviços bancários possíveis para que eles pudessem realizar grandes sonhos. “Como ministro da Educação acompanhei o trabalho da Caixa Econômica Federal concedendo financiamento estudantil para milhões de estudantes brasileiros, que por meio do FIES conseguiram seu diploma. Como prefeito de São Paulo, pude celebrar inúmeros convênios da Prefeitura com a Caixa Econômica Federal para prover as famílias brasileiras de casa própria”, afirmou Haddad. O presidente Lula parabenizou Rita Serrano e disse que ela foi escolhida porque tem uma história. “Eu recebi muitas referências sobre você. Eu espero que você dedique a Caixa Econômica Federal na presidência aquilo que você dedicou como funcionária, aquilo que você dedicou como militante sindical, como militante política e como militante social. Eu tenho certeza que nós vamos viver um novo período nesse país” afirmou o presidente. A nova presidenta está há 33 anos na Caixa Econômica Federal e desde 2014 é a representante dos empregados eleita para o Conselho de Administração do banco. Ela já desempenhou diversas funções, sendo presidente do Sindicato dos Bancários do ABC Paulista entre 2006 e 2012. Atualmente, é uma das líderes do movimento de defesa das empresas públicas. Rita Serrano é graduada em história e estudos sociais, possui mestrado em administração e especialização em governança para conselheiros de administração. Ela é a quarta mulher a assumir a presidência da Caixa, depois de Maria Fernanda Ramos Coelho (2006-2011), Miriam Aparecida Belchior (2015-2016) e Daniella Marques Consentino (2022), exonerada na última segunda-feira (9)..

Sindicato dos Bancários e UFF-VR lançam projeto sobre acompanhamento do adoecimento mental na categoria

Iniciativa envolve universitários extensionistas do curso de Psicologia e visa à produção de conhecimento e dados estatísticos que viabilizem traçar ações de acolhimento aos já adoecidos e possam prevenir o surgimento de novos casos.  O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense e o campus da Universidade Federal Fluminense em Volta Redonda (UFF-VR), por meio da Extensão do Curso de Psicologia, lançaram nesta quarta-feira (23) o projeto Saúde Mental no Trabalho Bancário, uma parceria para o desenvolvimento de estudos da saúde mental da categoria da região no contexto do ambiente de trabalho. Com a iniciativa, a entidade sindical pretende desenvolver uma política de atenção à saúde de forma eficaz para os casos de adoecimento de origem psicossomática e, principalmente, traçar ações que evitem e previnam os avanços dessas doenças provocadas pela pressão dos bancos e o acúmulo de exigências, entre eles o cumprimento de metas cada vez mais insuportáveis. No evento, que ocorreu no auditório da UFF-VR, o diretor presidente do Sindicato, Júlio Cunha, ressaltou que o número de associados à entidade gira em torno de 1.100 bancários e que, atualmente, de acordo com informações do cadastro do Sindicato, pelo menos 120 deles estão afastados pelo INSS devido às doenças psicológicas e psiquiatras. Mas esse número é muito maior. “Hoje, as ações do Sindicato são baseadas em indicadores “oficiosos”. Nós queremos ter dados que nos permitam o mapeamento fidedigno do quantitativo de trabalhadores bancários doentes, afastados de suas funções pelo INSS, daqueles que continuam na ativa e usam medicamentos tarjas pretas e ainda daqueles que se encontram na fase de negação da doença”, afirma. Júlio ainda destaca a importância do projeto no levantamento de dados reais. “A produção desses dados vão referenciar as nossas ações, não somente da perspectiva do acolhimento, mas também da orientação trabalhista e do tratamento, que precisa ser mais humanizado. Na nossa concepção, esses trabalhadores precisam sentir que não estão sozinhos, ter espaços coletivos, tampouco se culpabilizarem pela situação que estão vivenciando. O Sindicato acredita que desta maneira será possível produzir ações mais contundentes de apoio e acompanhamento da categoria, visando inclusive, a prevenção ao suicídio, prática que tem aumentado expressivamente nos últimos anos entre os bancários. É absurdo a gente pensar em uma instituição bancária, que se consolida como uma indústria tão sofisticada do ponto de vista tecnológico, mas que deixa as pessoas nesse estado deplorável de saúde por conta do trabalho e suas imposições”, concluiu Júlio Cunha. O diretor do departamento de Saúde do coletivo de trabalhadores, Miguel Pereira, afirmou que a reforma trabalhista, a reestruturação dos bancos públicos e as demissões em massa nos bancos privados agravaram a situação. “Mesmo com lucros nas alturas, a ameaça de demissão é constante que somadas ao cumprimento de metas e outras exigências são angustiantes na rotina dos bancários. Situação agravada muitas vezes pelo assédio moral. Para se ter ideia da gravidade da situação, os afastamentos por conta dos transtornos psiquiátricos já superaram as doenças osteomusculares (LER/DORT) que por muitos anos foram campeãs de incidência entre a categoria”, completou. A expectativa do coordenador do curso, Ricardo Pena, é que os dados consolidados pelos universitários extensionistas possibilitem mudanças estruturais na rotina bancária. “Uma das funções da universidade pública é estar aberta ao público e produzir novos saberes. Especificamente, nesta proposta de cooperação com o Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, nosso intuito é contribuir com a consolidação de dados frente à nova ordem mundial para a criação de um mundo mais humanizado”. A chefe do Departamento de Psicologia, Priscila Alves, explicou que os trabalhos serão produzidos com fundamentação em pesquisas, estudos teóricos e construções coerentes. “Para os nossos alunos, este trabalho será muito importante, já que vamos começar do zero, mostrar como se constrói esses saberes consistentes na busca pela saúde. Vale destacar que, muitas vezes essas doenças são invisíveis e acabam desqualificadas no mundo do trabalho”. A pesquisa denominada “Atenção à saúde mental do trabalhador bancário do Sul Fluminense” será coordenada pelos professores Dra. Maria Elisa Siqueira Borges, que é ex-bancária, e o Dr. Fernando Faleiros de Oliveira, e tem o objetivo de produzir e consolidar dados e estatísticas sobre a situação da saúde mental desse grupo de trabalhadores; construir e efetivar ações que identifiquem prováveis causas e soluções e possibilitar que o trabalho não seja causa de sofrimento, adoecimentos e mortes; articular com outros atores e órgãos públicos, no sentido de construir relações de trabalho mais justas e saudáveis. O inventário sobre o trabalho de risco e adoecimento (INTRA) avaliará o contexto da realização da atividade bancária (organização do trabalho; condições de trabalho; relações socioprofissionais); o custo humano do trabalho (físico, cognitivo e afetivo); os danos relacionados ao trabalho (físico, sociais e psicológicos); além dos indicadores de prazer e sofrimento no trabalho (realização profissional; liberdade de expressão; falta de reconhecimento; falta de liberdade de expressão. físicos; danos psicológicos). A intervenção será definida após a análise dos dados, mas algumas ações já foram elencadas, como plantão psicológico e grupos de escuta. Indicadores sobre as doenças psicossomáticas Por enquanto, são precárias as estatísticas reais sobre o número de bancários adoecidos e afastados de função em decorrência das doenças psicológicas e/ou psiquiátricas. Os indicadores, segundo Miguel Pereira, são baseados na suspensão dos descontos da mensalidade sindical. “Os bancos não emitem CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) para esses adoecimentos, portanto a nossa referência em relação ao banco privado é a suspensão da mensalidade sindical. O mesmo não ocorre com os bancos públicos, pois eles continuam gerando a folha de pagamento e nem essa informação obtemos de pronto. E se o bancário não nos contata, não temos essa informação. Outro detalhe é que esses dados se referem apenas aos bancários sindicalizados. Isso não quer dizer que outros profissionais não estejam doentes. E como essas doenças são psicológicas e/ou psiquiátricas as pessoas vão até o seu limite. Ao suspeitarem do problema passam pela fase da negação. Não, eu tomo um remedinho aqui e vou dando conta, eu vou conseguir, eu vou superar. Até que chegam no ápice do limite, surtam ou

Empregados voltam a pedir descentralização no atendimento do Saúde Caixa

O Grupo de Trabalho (GT) Saúde Caixa, composto por representantes do banco e dos empregados e empregadas da Caixa Econômica Federal, se reuniu na quarta-feira (23) para debater sobre questões específicas do plano de saúde. Durante a campanha salarial, a Comissão Executiva de Empregados (CEE) da Caixa) já havia cobrado a descentralização do atendimento e o retorno das estruturas de Gestão de Pessoas (Gipes) nos estados. “Vamos insistir sempre na descentralização do atendimento do Saúde Caixa e em ter informações detalhadas sobre as microrregiões. A gente recebe muita demanda e precisa saber o que acontece além dos grandes centros”, destacou coordenador do GT Saúde Caixa, Rafael de Castro, que é diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Segundo informações apresentadas pela Caixa, os maiores impactos financeiros do plano em 2022, em comparação com 2021, são referentes ao atendimento em pronto-socorro, com aumento de mais de 36% e medicamentos quimioterápicos – um crescimento de mais de 28%. Já em referência ao volume de atendimento, os maiores crescimentos foram em pronto-socorro –acima de 62%– e internações –mais de 19% de aumento. Para a dirigente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Lilian Minchin, o aumento do número de atendimentos em pronto-socorro reflete a carência de rede credenciada e/ou a demora em se conseguir atendimento na rede. “As pessoas precisam de atendimento e acabam recorrendo ao pronto-socorro porque não encontram especialistas na rede credenciada”, observou. Para o dirigente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Sérgio Amorim, a demora no agendamento em consultórios é outro motivo. “O que aumenta muito o número de atendimentos em pronto-socorro é a falta de uma rede credenciada para consultas eletivas, além do prazo de agendamento nos consultórios. Há especialistas que demoram 60 dias para atender. Isso leva as pessoas a buscarem o pronto-socorro”, avaliou. As sessões de psicoterapia também tiveram aumento de quase 21% nos custos. Sobre este recorte, Rafael de Castro solicitou informações mais detalhadas. “São números que atestam a pesquisa da Fenae sobre o adoecimento mental dos empregados por conta de assédio e pressão no local de trabalho”, afirmou o dirigente. “Outro aspecto é que, nesse sentido, o banco delega o tratamento ao próprio empregado, onerando mais o plano, sem eliminar a causa dos transtornos”, observou. Na próxima reunião, com data a ser definida, o banco deve apresentar o relatório atuarial de 2022 e as projeções atuariais que vão definir as negociações de 2023. O acordo atual tem validade até 31 de agosto do próximo ano. Fonte: Fenae, com edições da Contraf-CUT.

Empregados apresentam proposta para promoção por mérito na Caixa

O Grupo de Trabalho (GT) de Promoção por Mérito da Caixa Econômica Federal se reuniu, nesta quinta-feira (17), para dar continuidade às negociações sobre o Plano de Cargos e Salários (PCS) das empregadas e empregados e a consequente definição dos critérios de avaliação para efeito de pagamento dos “deltas” do ano-base 2022-2023. Esses critérios são debatidos todos os anos pelo GT, formado por representantes do banco e dos trabalhadores. O movimento sindical apresentou uma proposta para que sejam mantidos os critérios de pagamento do ano passado, com a distribuição linear de um delta para todos os elegíveis. A pedido da representação dos empregados, a Caixa informou que 7.334 trabalhadores não receberam nenhum delta por terem algum dos impedimentos definidos nas regras de promoção por mérito e que, dos 78.699 que receberam a promoção, 68.433 receberam um delta e 10.266, dois deltas. Entre os que receberam o segundo delta, 991 são da matriz, 3.460 das filiais e 5.815 da rede de agências. “Nos chamou a atenção o grande número de empregados com algum impedimento. Por isso, pedimos informações à Caixa sobre o que fez com que eles não cumprissem os critérios”, disse o coordenador do GT, pela parte dos trabalhadores, João Paulo Pierozan. “Queremos avaliar estes motivos para podermos debater com mais propriedade”, completou o representante do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região no GT, Marcelo Lima. “Por exemplo, sabemos que aqueles que têm mais de uma falta injustificada perdem direito ao recebimento. Será que houve algum tipo de influência da pandemia no cumprimento deste critério?”, ponderou. Por isso, além de pedirem que haja distribuição linear do primeiro delta para todos os empregados e empregadas elegíveis, a representação dos trabalhadores quer analisar os impedimentos de recebimento da promoção e as formas de distribuição do segundo delta. “É importante sabermos, por exemplo, o percentual de empregados da matriz, das filiais e da rede de agências que receberam o segundo delta”, disse Pierozan. “Também é bom termos um histórico, de pelo menos dois anos, da quantidade de empregados que perderam o direito à promoção por terem algum impedimento”, completou. A Caixa ficou de analisar a proposta da representação dos empregados e também os pedidos de informações. Próxima reunião A próxima reunião do GT ficou marcada para quinta-feira (24), às 10h.

VA e VR dos empregados serão da Caixa Cartões

A Caixa Econômica Federal assinou, nesta segunda-feira (31), um contrato para que a Caixa Cartões forneça os Vales Alimentação e Refeição para todos os beneficiários empregados, aposentados e pensionistas do banco. “A mudança ocorre após muitas reclamações de empregados de algumas regiões, que têm enormes dificuldades para utilizar o Verocard e o Greencard, por exemplo”, explicou o dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro. “A própria vice-presidente de Gestão Coorporativa (Vicop), Dani Calazans, reconheceu que os empregados, ‘pela primeira vez, terão a oportunidade de utilizar o benefício com a marca Caixa em uma ampla rede de aceitação’”, completou. O banco informou que a substituição dos antigos cartões ocorrerá de maneira escalonada. A partir de dezembro os beneficiários residentes no Centro-Oeste, Norte e Sudeste do país (exceto São Paulo) passarão a receber os novos cartões. A troca nas demais regiões começa em fevereiro de 2023.

Caixa pretende reduzir representatividade dos empregados na Funcef

Os diretores da Fundação dos Economiários Federais (Funcef) eleitos pelo movimento ‘Juntos – A Funcef é dos Participantes’, revelam que a representatividade dos participantes da Fundação está sendo alvo de ataques sistemáticos, de forma a reduzir o poder dos legítimos donos do patrimônio, o que pode afetar direitos que os empregados conquistaram ao longo de décadas de luta. Atualmente, as decisões são tomadas por três diretores indicados pelo governo e dois eleitos pelos empregados, restringindo a representatividade dos participantes e impondo a vontade do governo. Segundo os representantes dos participantes, é possível aos indicados a utilização da vantagem temporária, superveniente do Estatuto, como método desequilibrado para o tratamento de questões sensíveis, sem considerar o ponto dos participantes. De acordo com o diretor de Benefícios, Jair Pedro Ferreira, entre as ameaças colocadas está a retirada de atribuições e áreas dos participantes na gestão da Fundação. “Isso se dá através da modificação das estruturas organizacionais e de cláusulas previdenciárias para retê-las sob controle único e centralizado, podendo torná-las prejudiciais aos participantes e favorável à agenda da patrocinadora”, explicou. Para o movimento, é evidente o uso da prática antidemocrática para esconder temas sensíveis, em votações que já se sabe o resultado, sem chance de desempate e nas quais não tem sido necessário nem a utilização do “voto de qualidade” que desgastaria os indicados. Em face destes acontecimentos, os representantes dos participantes reiteram a defesa da democracia e dos participantes e estão estudando, no interesse coletivo, respostas firmes que possam restituir o debate democrático e garantir a defesa dos direitos. Fonte: Fenae, com edições da Contraf-CUT

Imprensa divulga “relatório secreto” de assédio na Caixa

O Jornal Nacional, da TV Globo, veiculou, na terça-feira (25), uma reportagem sobre o relatório da corregedoria da Caixa Econômica Federal sobre as acusações contra Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, e informa que existem fortes indícios de que houve realmente assédio moral e sexual. A reportagem informa que o relatório tem 500 páginas e divulgou trechos documento. Em um dos trechos divulgados pela TV Globo, a corregedoria da Caixa diz que “dos fatos relatados pelos entrevistados e depoentes, corroborados pelos demais elementos de prova, é possível afirmar que há indícios de práticas irregulares de índole sexual. E ao que tudo aponta, teriam sido praticadas de forma reiterada e se utilizando das mais variadas formas de expressão (física, gestual ou verbal) e valendo-se, inclusive, e em especial, da condição de presidente da empresa”. Em outro trecho, a corregedoria da Caixa diz que “os relatos expõem uma gestão pautada na cultura de medo, comunicação violenta, insegurança, manipulação, intransigência e permissão ao assédio.” Para o empregado da Caixa e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro, o resultado já era esperado. “Pelo que vemos no dia das empregadas e empregados da Caixa e denúncias que recebemos, somado ao que já foi divulgado pela imprensa, já tínhamos noção do que haveria neste relatório. O problema é que, mais uma vez, tenha sido a imprensa que tenha divulgado a informação e não o próprio banco”, lamentou. Uso eleitoral da Caixa Para a também empregada da Caixa e diretora da Contraf-CUT, Eliana Brasil, o fato de o banco não divulgar o resultado da apuração feita pela corregedoria gera suspeitas sobre sua gestão. “É possível perceber que estão acobertando os crimes de assédio praticados pelo Pedro Guimarães na tentativa de se evitar prejuízos à imagem do candidato à reeleição do atual presidente da República, que tinha no ex-presidente da Caixa seu braço direito”, disse a diretora da Contraf-CUT, ao lembrar que Pedro Guimarães chegou a ser cogitado para ser o candidato à vice-presidência da República na chapa do atual presidente. “E é bom lembrar, que, dias atrás, Bolsonaro disse não ter visto nada contundente nas acusações contra Pedro Guimarães”, completou. A Contraf-CUT e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) vêm cobrando, reiteradas vezes, que a Caixa divulgue o resultado das apurações feitas pela corregedoria interna e também pela consultoria independente contratada pelo banco para fazer uma apuração paralela. “Quando a Daniella (Marques) assumiu a presidência da Caixa, em meio ao turbilhão gerado pela divulgação pela imprensa das denúncias contra Pedro Guimarães, prometeu que a apuração seria rápida e que, se confirmadas as acusações, a punição seria rígida. Mas, já se passaram quase quatro meses e nada de divulgação dos resultados da apuração, que não apenas já está em poder da direção da Caixa, como também da imprensa”, disse Rafael de Castro. “É uma falta de compromisso e de respeito com os empregados e com toda a sociedade”, completou. Assédio sexual é crime! O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, lembra que, no Brasil, o assédio sexual é crime, definido no artigo 216-A do Código Penal, que prevê a pena de detenção de um a dois anos. “Não se pode ‘passar a mão na cabeça’ somente porque se trata de um ex-presidente do banco. Se é culpado, deve responder na Justiça comum pelo que fez, uma vez que o assédio sexual é um crime com pena prevista no Código Penal”, disse. Entenda o caso Pedro Guimarães foi acusado de assédio sexual por várias empregadas da Caixa. A informação foi divulgada no dia 28 de junho de 2022 pelo site Metrópoles. Em poucos minutos a notícia ganhou repercussão nacional, em especial na Câmara dos Deputados, onde vários parlamentares pediram em plenário a demissão do executivo. Segundo a reportagem, no fim de 2021, um grupo de empregadas, ligadas ao gabinete da presidência da Caixa, rompeu o silêncio com uma denúncia, ao Ministério Público Federal (MPF), de assédios sexuais que vinham sofrendo. Desde então, o MPF toca as investigações em sigilo. Cinco das vítimas falaram à reportagem citada sob anonimato. Nos testemunhos, elas contam que foram abusadas com toques em partes íntimas sem consentimento, falas e abordagens inconvenientes e convites desrespeitosos, por parte do então presidente da entidade. A maior parte dos relatos está ligada a atividades do programa Caixa Mais Brasil, realizadas em todo o país. Pelo programa, desde 2019, ocorreram mais de 140 viagens, em que estavam Pedro Guimarães e equipe. Nesses eventos profissionais, todos ficavam no mesmo hotel, onde ocorriam os assédios. No dia 29 de junho, Pedro Guimarães entregou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, seu pedido de demissão da presidência da Caixa.

Em nota, vítimas de assédio na Caixa se revoltam com fala de Bolsonaro

O grupo de vítimas de assédio sexual cometido dentro da Caixa, enquanto presidida por Pedro Guimarães, se posicionou após falas do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em um podcast, Bolsonaro disse que não havia depoimentos contundentes de que houve algum tipo de abuso cometido pelos diretores do banco público. Depois da divulgação dos casos, o Ministério Público Federal passou a investigar as denúncias, assim como o Ministério Público do Trabalho. “Agora, não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher. Vi depoimentos de mulheres que sugeriam que isso poderia ter acontecido. Está sendo investigado também”, afirmou o presidente. Em nota, as advogadas que representam as vítimas afirmam ser estarrecedor Bolsonaro dizer que “não sejam contundentes atos relatados e atribuídos ao presidente de uma instituição do porte da Caixa, que deveria ter instrumentos de controle e governança eficientes, consistentes em violações profundas aos corpos, às imagens e à intimidade de servidoras do órgão”. Pedro Guimarães deixou o comando da Caixa após forte pressão causada pela revelação de denúncias de assédio cometido enquanto presidente do banco. As vítimas de assédio dizem, ainda, “ser motivo de tristeza que condutas como apalpar seios e nádegas, beijar e cheirar pescoços e cabelos, convocar funcionárias até seus aposentos em hotéis sob pretextos profissionais diversos e recebê-las em trajes íntimos, além de constantes convites para ‘massagens’, ‘banhos de piscina’ ou idas a ‘saunas’ sejam naturalizados e tidos, repetimos, como ‘não contundentes’ pelo Chefe do Poder Executivo”. Por fim, dizem que não vão se calar, apesar de posicionamentos como os de Bolsonaro. “Assim como em suas duras e desprezíveis palavras, fomos desacreditadas e relegadas à nossa própria sorte pela instituição que deveria garantir nossa integridade. Mas não nos calamos e não iremos nos calar.” Leia na íntegra a nota das vítimas de assédio sexual na Caixa “À vista de recente entrevista concedida pelo Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, ao Portal Metrópoles na qual é por ele afirmado não existir “nada de contundente” nas denúncias feitas naquele que ficou publicamente conhecido como o ESCÂNDALO DE ASSÉDIO SEXUAL NA CAIXA e no qual é investigado o ex-presidente daquele órgão, Sr.Pedro Guimarães, em nome e a pedido das VÍTIMAS que representamos na esfera criminal neste caso, temos a dizer: Um, ser estarrecedor que para o Mandatário da nação não sejam contundentes atos relatados e atribuídos ao presidente de uma instituição do porte da Caixa, que deveria ter instrumentos de controle e governança eficientes, consistentes em violações profundas aos corpos, às imagens e à intimidade de servidoras do órgão; Dois, ser motivo de tristeza que condutas como apalpar seios e nádegas, beijar e cheirar pescoços e cabelos, convocar funcionárias até seus aposentos em hotéis sob pretextos profissionais diversos e recebê-las em trajes íntimos, além de constantes convites para ”massagens”, ”banhos de piscina” ou idas a ”saunas” sejam naturalizados e tidos, repetimos, como ”não contundentes” pelo Chefe do Poder Executivo; Três, acima de tudo, é motivo de indignação e revolta que, ao minimizar a dor e o sofrimento já expressos em inúmeros depoimentos perante a Corregedoria da Caixa, o Ministério Público do Trabalho e, no âmbito criminal, o Ministério Público Federal, as VÍTIMAS tenham sua PALAVRA posta em dúvida em contribuição ao processo de REVITIMIZAÇÃO que um Presidente da República deveria ter como compromisso combater. Por fim, em respeito à voz das VÍTIMAS reproduzimos integralmente parte de sua manifestação: “Seria contundente, senhor Presidente da República, se o fato ocorresse com sua esposa ou filha? Acreditamos que sim. Pois saiba que além de mulheres, também somos esposas, filhas, mães e profissionais que foram abusadas, lesadas e agredidas pela conduta de alguém que deveria ser líder, mas que optou por ser algoz. E, assim como em suas duras e desprezíveis palavras, fomos desacreditadas e relegadas à nossa própria sorte pela instituição que deveria garantir nossa integridade. Mas não nos calamos e não iremos nos calar. A verdade, apenas a verdade, é suficientemente contundente para fazer justiça e para que outras mulheres não sofram o mesmo que nós.” Brasília, 25 de outubro de 2022″

Caixa conclui investigações sobre acusações ao ex-presidente do banco Pedro Guimarães de assédio sexual

A corregedoria da Caixa Econômica Federal concluiu a investigação interna sobre as denúncias contra o ex-presidente do banco Pedro Guimarães por assédio sexual e moral. A corregedoria da Caixa reuniu mais de 50 depoimentos de vítimas e testemunhas e levantou informações sobre as denúncias de assédio sexual e moral contra o ex-presidente do banco Pedro Guimarães – verificou viagens e reservas de hotel, fotos e datas de jantares e reuniões. O relatório final tem cerca de 500 páginas e já foi apresentado ao Conselho de Administração do banco. A conclusão da corregedoria é que existem fortes indícios de assédio moral e sexual praticados por Pedro Guimarães quando era presidente da Caixa. O relatório já foi compartilhado com os Ministérios Públicos Federal e do Trabalho, com a Controladoria-Geral da União e com a Comissão de Ética da Presidência da República. No documento, a corregedoria afirma que “dos fatos relatados pelos entrevistados e depoentes, corroborados pelos demais elementos de prova, é possível afirmar que há indícios de práticas irregulares de índole sexual. E ao que tudo aponta, teriam sido praticadas de forma reiterada e se utilizando das mais variadas formas de expressão (física, gestual ou verbal) e valendo-se, inclusive, e em especial, da condição de presidente da empresa”. A corregedoria da Caixa também afirma que constatou que frequentemente Pedro Guimarães adotava práticas como: abuso do poder hierárquico, atitudes constrangedoras, comportamentos agressivos, tratamento ríspido e submissão de empregados a práticas de humilhação e vexame. E concluiu que os relatos expõem uma gestão pautada na cultura de medo, comunicação violenta, insegurança, manipulação, intransigência e permissão ao assédio. A primeira denúncia foi feita à corregedoria em maio. No mês seguinte, quando as denúncias vieram a público, Pedro Guimarães pediu demissão. Outros cinco vice-presidentes também já foram substituídos. A corregedoria vai abrir agora novas investigações para apurar outros possíveis desvios de conduta de Pedro Guimarães e pessoas ligadas a ele. O Ministério Público do Trabalho já ajuizou uma ação civil pública pedindo indenizações milionárias à Caixa e ao ex-presidente. O Ministério Público Federal também investiga as denúncias. Advogadas das vítimas do ex-presidente da Caixa afirmaram nesta terça-feira (25), em nota, ser motivo de tristeza que o presidente Jair Bolsonaro tenha dito que não viu nada contundente nos depoimentos de mulheres sobre o comportamento de Pedro Guimarães. A nota menciona condutas como apalpar seios e nádegas, convidar para idas a saunas, convocar funcionárias até seus aposentos em hotéis sob pretextos profissionais e recebê-las em trajes íntimos. A declaração de Bolsonaro foi na segunda-feira (24), em entrevista ao site Metrópoles. A defesa de Pedro Guimarães repudiou a forma de condução da investigação pela corregedoria da Caixa. A defesa questionou a parcialidade da comissão interna, afirmou que as conclusões pouco contribuem para o esclarecimento das apurações e que Pedro Guimarães confia na Justiça e no Ministério Público Federal. A Caixa afirmou que não tolera desvio de conduta de dirigentes ou empregados e que, além do relatório da corregedoria, contratou auditoria externa, formou um comitê independente para investigar as denúncias e reforçou o canal de denúncias. Fonte: G1

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