Santander prega valorização de diversidade, mas não pratica

Campanha divulgada pelo Santander, dentro do contexto do mês da Consciência Negra, prega que o banco valoriza a diversidade e realiza ações afirmativas. Entretanto, a realidade do banco é bem diferente.

O conselho administrativo da empresa tem 100% de pessoas brancas e a diretoria conta com 96% de caucasianos.

Matéria publicada no site da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) denuncia a hipocrisia do banco.

“Apenas 2% dos diretores são pardos. Os outros 2% são amarelos ou indígenas. Não há nenhum preto nem no conselho de administração e nem na diretoria. Os dados são do Formulário de Referência 2023, relativo ao exercício de 2022. Ainda de acordo com o mesmo Formulário, os brancos compõem 85,7% dos 1.291 cargos de liderança, os pretos 1,7% e os pardos 7,3%”, informa a Contraf-CUT.

O texto veiculado internamente pelo Santander é assinado pelo  responsável pela área de diversidade do banco, Ede Ilson Viani, que também é vice-presidente executivo, responsável por Tecnologia & Operações e membro do Conselho de Administração.

O comunicado apresenta poucos dados, mas afirma que 35,4% dos funcionários são não brancos e que o banco ainda promoveu “um crescimento de 6%”. “Ações do Santander fortalecem nossa visão de diversidade para as pessoas pretas e pardas”, informa o texto.

Bancária do Santander, Ana Marta Lima, critica o comunicado.

“Mas onde estão esses negros? Que cargos eles ocupam no banco? São funções de liderança? Não sabemos, pois o Santander não divulga esses dados. Por isso cobramos do Santander que retome as mesas de negociação específicas sobre diversidade para discutirmos questões como essas e, principalmente, maior possibilidade de ascensão nas carreiras de negros e negras, que ocupam principalmente cargos na base da hierarquia dos bancos, mas raramente funções de liderança”, afirma a bancária.

Ana Marta destacou ainda dados reais do 8º Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado no início de novembro em Porto Alegre.

De acordo com o levantamento, em aproximadamente 450 mil trabalhadores e trabalhadoras bancários, os negros ocupavam apenas 110 mil vagas. Em 2021, pretos e pardos representavam 20,3% da totalidade das ocupações relacionadas aos cargos de liderança na categoria bancária, enquanto os brancos representavam 75,5% destes cargos.

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