O Santander comunicou aos trabalhadores que vai migrar a área de crédito consignado para a empresa SX Tools, do mesmo conglomerado. A comunicação ocorreu na última terça-feira (30), sem qualquer negociação com o movimento sindical.
A transferência foi marcada para esta quarta-feira (1º). Porém, os trabalhadores permanecerão lotados no mesmo prédio e desempenhando as mesmas funções.
Com a mudança, os trabalhadores deixarão de fazer parte da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) bancária, perdendo direitos como PLR, VA e VR de mais de R$ 1.800 somados, auxílio-creche/babá de R$ 640 e dezenas de outras conquistas.
Segundo Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, a transferência é mais uma fraude na representação sindical.
“É um desrespeito com os bancários que constroem o lucro do banco e, em troca, perderão todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria e não serão mais representados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, um dos mais atuantes do país”, denunciou Wanessa.
Rita Berlofa, secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), ressaltou que o banco espanhol é antissindical.
“Não gosta que trabalhadores tenham direitos e afronta com contratações fraudulentas. O banco espanhol tem postura de colonizador e faz no Brasil algo impensável no seu país de origem. Isso precisa acabar. Nós trabalhadores exigimos respeito aos nossos direitos. Basta de contratação fraudulenta!”, afirmou Berlofa.
Mudança na nomenclatura
Na última terça-feira, o Santander também comunicou mudanças nas nomenclaturas dos cargos Líder de Atendimento, que já a partir de 1º, passam a ter o nome de Especialista Santander (1, 2 e 3), impactando cerca de 300 trabalhadores em todo país.
O banco alega que neste primeiro momento não haverá impactos na carreira e remuneração dos trabalhadores.
“Iremos acompanhar este processo para certificar que os trabalhadores impactados pela mudança de fato não sofrerão qualquer prejuízo”, garantiu Wanessa.
Caso o bancário tenha qualquer problema decorrente da mudança de nomenclatura, ele deve acionar o seu sindicato por meio do Canal de Denúncias. O sigilo é garantido.
*Fonte: Contraf-CUT