O Santander foi denunciado por ações antissindicais durante audiência com o Ministério Público do Trabalho (MPT), na última quinta-feira (3). A denúncia foi feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, explicou que o “banco está cometendo prática antissindical ao abrir empresas com CNPJs distintos para retirar bancários da categoria e enquadrá-los como trabalhadores de outros setores”.
Segundo Juvandia, de 2020 para cá, 17.964 bancários foram enquadrados como sendo de outras categorias.
“Com isso, eles deixam de ter diversos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária, e enfraquece a organização dos trabalhadores”, ressaltou.
De acordo com a diretora de Relações Internacionais da Contraf-CUT e funcionária do Santander, Rita Berlofa, o “Santander tem se utilizado de práticas de terceirização que podem ser enquadradas como irregulares, mesmo após a aprovação da lei de terceirização irrestrita, pois são consideradas fraudulentas”.
Wanessa Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE), afirmou que, com o desenquadramento, os bancários que foram recontratados pelo banco por outras empresas do mesmo conglomerado econômico, perderam em torno de 50% a 60% da remuneração variável.
Segundo Wanessa, o movimento sindical já reivindicou diversas vezes a representação sindical desses trabalhadores, mas o banco negou.
Os representantes do banco disseram não poder continuar a reunião sem a presença de profissionais responsáveis por outras áreas envolvidas e pediu reagendamento.
O MPT disse que vai agendar nova audiência, comunicando a data à Contraf-CUT e ao banco.
*Fonte: Contraf-CUT