Índice de desemprego cai para 8%

Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério do Emprego e Trabalho (MTE) e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) já existem sinais de melhora na economia brasileira.

Entre os dados positivos estão a queda no índice de desemprego de 8,3% para 8%, o aumento de mais de 1 milhão de vagas formais de trabalho abertas, a  estabilidade da renda do trabalhador e reajustes salarias acima da inflação.

Mesmo assim, o país ainda convive com o arrocho econômico provocado pelo Banco Central (BC), que mantém a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%, que proporciona a maior taxa de juro real do mundo, na casa dos 10%.

Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, Campos Neto já deveria ter sido afastado da presidência da entidade pelo Senado Federal.

“O país já não aguenta mais a taxa elevada de juros. Todos perdem, o governo que tem de pagar R$ 38 bilhões a cada 1% que o BC cobra de juros, dinheiro que poderia ir para a saúde, a educação; perdem os empresários por não ter crédito para investir e gerar empregos, e perdem especialmente as famílias brasileiras por estarem cada vez mais endividadas com cartão de crédito, juros de cheque especial e prestações”, diz Nobre.

Sérgio Nobre ressalta que a queda no índice do desemprego e os reajustes salariais acima da inflação são vitórias do movimento sindical. Na avaliação do presidente da CUT, a previsão de baixar os juros em 0,25%, segundo analistas econômicos, ainda é pouco para o país se reerguer economicamente com mais rapidez.

O Comitê de Política Econômica (Copom), do BC, responsável por definir os juros, se reúne nos dias 1º e 2 de agosto, para apresentar nova proposta ou manter a atual taxa.

Desemprego, vagas e reajustes

O nível de desemprego no país está em 8%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na última sexta-feira (28) pelo IBGE. É o menor índice para o segundo trimestre, encerrado em junho, desde 2014. Houve um recuo de 0,3 ponto percentual (p.p.) em relação ao 1º trimestre do ano, quando estava em 8,3%. Na série histórica trimestral, foi o melhor resultado desde o 4º trimestre do ano passado (7,9%).

A queda no desemprego em relação ao mesmo período do ano passado foi de 1,3 p.p. Em 2022 estava em 9,3%. Em 12 meses a queda do desemprego é ainda maior, de 14,2%. A renda do trabalhador ficou estável em comparação ao trimestre passado, mas com ligeira queda, de R$ 2.923 para R$ 2.921.

Aumento no emprego

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo TEM, o número de vagas formais, com carteira assinada, chegou a 1.023.540, nos seis primeiros meses deste ano. Embora o saldo tenha sido positivo, o número é 26% menor que o registrado no 1º semestre do ano passado, que chegou a 1.388.010. Somente em junho deste ano o saldo positivo foi de 157.198 empregos.

Reajustes acima da inflação

Das categorias profissionais com data-base em junho, analisadas pelo Dieese até 9 de julho, 85,9% conquistaram aumentos reais nos salários, na comparação com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE.

Outras 12,3% alcançaram reajustes iguais a esse índice, e apenas 1,8% não conseguiram recompor as perdas para a inflação. O Dieese destaca que 21% das negociações de 2023 obtiveram ganhos reais superiores a 2% sobre o índice da inflação. A variação real média dos salários fica 1,07% acima do INPC.

Para o Dieese, é possível que o mais recente reajuste do salário-mínimo, concedido em maio pelo governo Lula, tenha influenciado positivamente o resultado das negociações nas últimas duas datas-bases, acentuando tendência positiva que vem desde o final do ano passado. Os dados são do boletim De olho nas negociações nº 34.

*Fonte: Contraf-CUT

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