Contraf-CUT e Dieese produzem estudo sobre transformações do setor financeiro em dez anos

Produzido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o “Perfil da Categoria Bancária e Demais Trabalhadores e Trabalhadoras Formais do Ramo Financeiro na Última Década – 2012-2022” mostra as transformações do setor nos últimos dez anos.

No documento, o perfil das trabalhadoras e trabalhadores do setor é examinado em aspectos como região do país onde trabalham, natureza jurídica das empresas, jornada de trabalho, remuneração, escolaridade, faixa etária, sexo, cor/raça e segmento de pessoas com deficiência (PCD).  O objetivo é embasar ações do movimento de trabalhadores diante das transformações que o setor vem sofrendo.

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, na introdução do documento explica que o estudo é importante para que as entidades sindicais compreendam o mundo em transformação e possam atuar de forma eficaz para regular as relações de trabalho, “com base nos preceitos do trabalho decente em todas as suas dimensões”.

Juvandia destaca que, segundo os dados apresentados pelo estudo, o desafio dos representantes dos trabalhadores é a “tendência de fragmentação do emprego no setor financeiro brasileiro com a força de trabalho sendo pulverizada em diferentes categorias para além da bancária, como os securitários ou os trabalhadores e trabalhadoras em cooperativas de crédito”.

Segundo a dirigente, esse processo acontece junto ao crescimento do emprego não assalariado, com aumento dos trabalhadores autônomos plataformizados.

“O conhecimento gerado a partir das informações desta cartilha e das próximas etapas dos estudos que estão por vir servirá de subsídio para a atuação da Contraf-CUT, federações e sindicatos na formulação de estratégias para a construção da organização coletiva do ramo financeiro em todas as suas dimensões e todos os segmentos de trabalhadores e trabalhadoras que estão nas cadeias de valor dos grandes conglomerados financeiros atuantes no Brasil”, afirma Juvandia.

A redução de bancários em relação aos demais trabalhadores do ramo é um dos destaques do estudo, segundo o qual, em 2012 os bancários representavam 59% do total. Dez anos depois, passaram a 44%. De acordo com a publicação, “em geral, as demais categorias do ramo têm condições de trabalho relativamente inferiores às dos bancários e bancárias, em termos de remuneração, jornada de trabalho, tempo de permanência no emprego, direitos garantidos em leis, acordos e convenções coletivas de trabalho”.

O documento aponta ainda que, no período analisado, sempre em valores atualizados para dezembro de 2021, enquanto a remuneração média de um bancário ou bancária passou de R$ 9.558 para R$ 10.060, a dos demais trabalhadores e trabalhadoras do ramo foi de R$ 6.322 para R$ 6.284.

Além disso, o documento mostra que existem muitas diferenças de condições de trabalho entre as categorias não bancárias do ramo financeiro formal. Os trabalhadores e trabalhadoras em cooperativas de crédito, por exemplo, que tiveram crescimento significativo no período, ganham cerca de 50% da média bancária, com permanência no emprego de 49 meses, quase metade em relação aos bancários.

O estudo também destaca o crescimento de categorias ligadas às áreas de seguro, previdência complementar, planos de saúde e cartões de crédito, além de outras atividades, favorecendo o surgimento de novos modelos empresariais no ramo financeiro, como as Fintechs e as plataformas de serviços financeiros”.

O “Perfil da Categoria Bancária e Demais Trabalhadores e Trabalhadoras Formais do Ramo Financeiro na Última Década – 2012-2022” está disponível para federações e sindicatos filiados à Contraf-CUT na área restrita do site da entidade.

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