Criada em 1861, a Caixa Econômica Federal completa 164 anos no próximo domingo, dia 12 de janeiro. Rafael de Castro, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, falou sobre o banco.
“A importância da Caixa é enorme para nosso país. É o único banco de atendimento ao público controlado pelo Governo Federal que atua em todo o território nacional. Seu papel de fomento ao desenvolvimento e de controle da economia é essencial”, ressaltou.
O banco é responsável pelo pagamento do FGTS, do Bolsa Família, do Seguro Desemprego, do abono salarial, além de fazer a gestão das Loterias, do Minha Casa, Minha Vida, e de muitos outros programas de benefícios sociais do Governo Federal.
“E somos nós, empregadas e empregados da Caixa, que atendemos toda essa população. Fomos nós, que durante a pandemia de covid, nas enchentes do Rio Grande do Sul, e em tantos outros momentos de tragédia, e também em momentos de alegria, estivemos e sempre estaremos lado a lado com a população. Somos nós que fazemos com que a Caixa seja chamada de ‘o banco do povo brasileiro’. E temos muito orgulho disso”, afirmou Eliana Brasil, secretária de Formação da Contraf-CUT e empregada da Caixa.
A Caixa divulgou o balanço dos nove primeiros meses de 2024 em novembro passado.
De janeiro a setembro de 2024, o banco pagou R$ 310,5 bilhões em benefícios sociais. Foram atendidas 22,3 milhões de famílias pelo Programa Bolsa Família, com R$ 121,8 bi pagos no período. Outros R$ 115 bi foram pagos com benefícios do INSS, R$ 40,1 bi de Seguro Desemprego, R$ 24,5 bi de Abono Salarial e R$ 9,1 bi de outros benefícios. Além disso, em julho de 2024, a Caixa era a responsável por 70% dos financiamentos imobiliários do país.
Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mesmo realizando essa enormidade de atendimentos sociais, que os bancos privados não realizam por considera-los pouco rentáveis, a Caixa foi o banco, entre os cinco maiores (Caixa, BB, Itaú, Bradesco e Santander), com o segundo maior crescimento do lucro (+21,6%), na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Rafael explicou que a Caixa passou por pelo menos cinco anos de sucateamento e mudança de perfil.
“A venda dos segmentos mais lucrativos para a iniciativa privada prejudicou a captação de recursos que contribuíam muito para o acúmulo de capital para empréstimo. Com a falta de capital, a Caixa perdeu terreno para a concorrência”, completou.
Do final de 2014 a setembro de 2024, houve uma redução de 18% do quadro de pessoal da Caixa, uma queda de 101.500 empregos no final de 2014 para 83.640 em setembro de 2024. Uma redução de 17.860 postos de trabalho.
“Não é da noite para o dia que a gente consegue mudar algumas coisas, mas precisamos ser ágeis na correção dos rumos para que no aniversário da Caixa do ano que vem, a gente possa comemorar o retorno de milhões de clientes que evadiram do banco, seja por essa falta de recursos, seja pelo atraso tecnológico. Que a Caixa enxergue que investir em qualidade de atendimento e na valorização de seus empregados é transformar a empresa em um ambiente saudável, que as pessoas querem estar para fazer negócio”, concluiu o coordenador da CEE/Caixa.
*Fonte: Contraf-CUT
*Foto de Marcelo Camargo/Agência Brasil