O Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, para 10,75%. O aumento de 0,25 percentual foi aprovado por unanimidade pelo Comitê e Política Monetária.
A justificativa para o aumento foi a piora das expectativas do mercado sobre a inflação e depreciação do câmbio (valorização do dólar frente ao Real). Segundo indicou, o Copom estaria começando um novo ciclo de aumentos da Selic, que pode chegar a 11,25% no final do ano.
A elevação de 0,25 p.p. na Selic deverá aumentar em R$ 13 bilhões os gastos da União (considerando Governo Federal, governos estaduais e empresas estatais) com os juros dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, por ser o principal índice de negociação desses papéis. O cálculo é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“A Selic induz os juros praticados por todo o sistema financeiro do país, portanto, o aumento na taxa básica reflete-se no aumento do custo de vida da população, no aumento de custo para o desenvolvimento de empresas e, assim, prejudica a criação de empregos. É uma verdadeira política de boicote à economia”, explica a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Juvandia Moreira.
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve deflação de 0,02% nos 12 meses terminados em agosto. Com isso, a taxa acumulada é de 4,24%, abaixo do teto da meta estabelecida para o país em 2024.
*Fonte: Contraf-CUT
*Foto: Agência Senado