Ato é contra as medidas de ataque e desmonte anunciadas pela Diretoria do Banco do Brasil, que trará diversos prejuízos aos bancários e à sociedade
Os funcionários do Banco do Brasil na Região Sul Fluminense referendaram o indicativo de paralisação de 24h em assembleia virtual, realizada no último dia 25/01. A iniciativa é um protesto contra a reestruturação proposta pela direção do banco que, se implementadas, prevêem o fechamento de 112 agências, a transformação de 243 agências em postos de atendimento, ocasionando perdas de funções, o fim da função de caixas executivos e a demissão de cinco mil trabalhadores. Na região, são 25 agências da instituição bancária, com 304 funcionários que serão impactados por essas medidas.
Os resultados certamente prejudicarão o atendimento aos clientes e usuários, gerar sobrecarga de trabalho aos demais e retração das atividades econômicas nas regiões, uma vez que muito dos investimentos públicos nas comunidades acontecem por intermédio das agências do BB.
A paralisação de 24 horas é um movimento legítimo dos trabalhadores, que se sentem ameaçados na retirada de seus direitos em plena crise sanitária da Covid-19 e se vêem na obrigação de defender o papel público do Banco do Brasil, responsável principalmente pelos financiamentos à produção agrícola, agricultura familiar, pequenas e micro empresas, às prefeituras. Enfim, mesmo sendo um banco comercial, que disputa espaços de mercado, o BB é responsável por uma série de serviços públicos, o que o faz altamente lucrativo, revertendo anualmente bilhões de lucro à União.
Em várias regiões do país o BB é o único a manter agências pioneiras para atender à população. E a intenção do governo ao anunciar as medidas é justamente fragilizar a atuação do banco público, aumentando espaços para a concorrência exercida pelos banqueiros privados. Só a mobilização dos funcionários do BB e o apoio da comunidade poderão impedir que as medidas ocorram.
Dentre as atividades já realizadas, no dia 15 de janeiro aconteceu o Dia Nacional de Luta e de Luto, com manifestações em várias agências. No Sul Fluminense, os protestos ocorreram nas cidades de Volta Redonda, Resende, Porto Real e Piraí. Na ocasião, foi distribuída Carta Aberta à População e veiculado informações em carro de som sobre os impactos que a proposta causará na vida dos trabalhadores, clientes e da população. Menos bancários significará maior tempo de espera no atendimento. O calendário de lutas segue a orientação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro(Contraf-CUT) e o objetivo das paralisações no próximo dia 29 visa acumular forças nesse enfrentamento.
No Congresso Nacional também já foram protocolados pedidos de explicação ao Ministério da Economia a respeito dos impactos e dos prejuízos dessas medidas.
Fonte: Sind. Bancários do Sul Fluminense