Negociações com a Fenacrefi continuam com impasse
Em nova rodada e negociações, na manhã desta quinta-feira (22), a Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi) voltou a apresentar proposta de pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de até 5% do lucro da empresa, com teto de 1,8 salário. A oferta já havia sido rejeitada pela categoria pois reduziria os ganhos de trabalhadores que possuem salários mais baixos e que, frequentemente, são os que mais se dedicam. A Fenacrefi também manteve a proposta de reajuste salarial correspondente a apenas 80% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), limitando a recomposição total apenas aos vales refeição e alimentação. A proposta foi rejeitada imediatamente pelo Coletivo Nacional dos Financiários da Contraf-CUT. “Ganho real é muito importante. Não aceitaremos retirada de direitos ou rebaixamento nos ganhos dos financiários”, ressaltou Magaly Fagundes, secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT. Em relação às cláusulas sociais, a Fenacrefi não apresentou redação final das cláusulas sociais para aprovação antes da inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). As negociações deverão ser retomadas em 5 de setembro. *Fonte: Contraf-CUT
Em São Paulo, Santander chama a PM para inibir ação pacífica dos trabalhadores
A categoria bancária programou para esta quinta-feira (22) um Dia Nacional de Luta contra a Terceirização, inclusive com mobilização nas redes sociais com a hashtag #TerceirizaçãoNão. Entretanto, a ação não foi bem recebida no Radar Santander, em São Paulo. Apesar da manifestação pacífica, o banco chamou a Polícia Militar, que usou de truculência contra os manifestantes. Alguns trabalhadores ficaram feridos e foram encaminhados ao ambulatório para atendimento médico. O banco espanhol é considerado pelo movimento sindical como um caso grave, pois tem terceirizado com a contratação de seus próprios bancários através de empresas do seu grupo. O banco já foi, inclusive, condenado pela Justiça Trabalhista. O Dia Nacional de Luta contra a Terceirização integra a Campanha Nacional dos Bancários 2024, para cobrar dos bancos também a apresentação de uma proposta decente na mesa com a Fenaban, preservação dos empregos bancários, melhores condições de trabalho e o fim do adoecimento causado pela imposição de metas abusivas. *Fonte: SP Bancários *Foto: SP Bancários
Setor bancário segue perdendo postos de trabalho segundo pesquisa do Dieese
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) publicou a Pesquisa do Emprego Bancário de agosto, com base nos dados do Novo Caged. O documento mostra que o setor eliminou 482 postos de trabalho em junho. Também aponta que entre janeiro e junho de 2024, o saldo de emprego bancário (resultado das contratações, menos as demissões) é negativo em 1.020. A redução chega a 2.352 postos de trabalho bancário no período de um ano. De acordo com o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale, os bancos continuam demitindo e extinguindo postos de trabalho enquanto vários setores apresentam crescimento no número de empregos e a economia segue aquecida. “O setor bancário é uma máquina de ganhar dinheiro, que ultra explora a sociedade e os trabalhadores. Mais uma vez, os bancos demonstram sua face cruel e de total descompromisso com a sociedade brasileira”, disse Walcir. O mercado de trabalho formal como um todo, segundo Walcir, segue em sentido inverso, tendo criado 201.705 postos de trabalho em junho. No primeiro semestre deste ano o número de novas vagas no país chegou a 1,3 milhão, o que fez com que o Brasil registrasse, entre abril e junho de 2024, uma taxa de desocupação de 6,9% (7,5 milhões de desempregados), a menor desde junho de 2014. De acordo com a pesquisa do Dieese, dez estados apresentaram saldo positivo no semestre. O Rio Grande do Sul foi responsável pela abertura de 132 postos. O maior número de eliminação de postos de trabalho bancário (-480 vagas) ficou com Sã Paulo, seguido por Rio de Janeiro (-404) e Paraná (-204). Sobre a distribuição da movimentação do emprego com recorte de gênero, para o primeiro semestre, o saldo negativo ocorreu exclusivamente entre as mulheres, com 10.498 desligamentos. *Fonte: Contraf-CUT