Segurança será pauta da Campanha Nacional dos Bancários
A segurança foi um dos temas discutidos pelo Coletivo Nacional de Segurança Bancária, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em reunião realizada na última segunda-feira (4). O encontro contou com a participação de representantes do Comando Nacional dos Bancários. Nele, foram apresentados diversos casos sobre a retirada de segurança, inclusive em agências de médio porte e com operação com numerário já no saguão de entrada. Segundo Elias Jordão, secretário de Políticas Sociais da Contraf-CUT, coordenador do Coletivo, “para a representação sindical dos bancários, só a presença de um caixa eletrônico na entrada de uma agência já configura circulação de numerário em espécie na unidade, e estamos preocupados com os riscos que há nesse quadro para funcionários e para clientes”. Carlos Damarindo, secretário de Cultura da Contraf-CUT, integrante do Coletivo, disse que a discussão envolve a segurança de pessoas, funcionários e clientes, e não de numerário. “Então, todas as unidades bancárias devem ser seguras, pelo bem de toda a sociedade”, ressaltou. Elias Jordão pontuou que, embora as entidades sindicais insistam em debater a questão com a Fenaban, não há avanços porque a entidade não considera o assunto como prioridade. Segundo ele, a Fenaban argumenta que os números caíram. “Mas nós entendemos que isso ocorre por uma série de fatores, como a digitalização, o atendimento virtual e a própria reestruturação dos bancos”, explicou. O Coletivo de Segurança traçou as linhas centrais de atuação do movimento sindical bancário para o período de 2024 sobre esse tema. Elias adiantou que as propostas serão apresentadas à Fenaban, no início do ano, e serão incluídas na pauta da Campanha Nacional dos Bancários. Também haverá ações em outras frentes, como tratativas junto a órgãos governamentais e diálogo com os legislativos estaduais e municipais, a respeito de leis que determinam a segurança bancária, segundo Elias. Algumas ações – Cumprimento da cláusula 88 da CCT será uma das cobranças da representação dos trabalhadores à Fenaban. – Também será pedida junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que a Portaria 18.045/23 seja revista, pois permite que os bancos atuem com o mínimo de segurança ou até sem segurança em qualquer unidade. – Será pedido ao Ministério da Justiça que a Contraf-CUT volte a ter assento na Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP) – fórum consultivo tripartite (governo, trabalhadores e bancos) de soluções para a segurança bancária e sua fiscalização. – No primeiro trimestre do ano deverão ser realizados cursos de formação a respeito de segurança bancária, para apoiar a prepararão dos dirigentes sindicais para atuar na questão. – Os dados de ocorrências de falta de segurança em unidades bancárias serão levantados junto a federações e sindicatos, bem como a secretarias de segurança dos estados, para confrontar os números apresentados pela Fenaban. – Também será organizado um dia nacional de luta pela segurança bancária, para difundir e aprofundar o debate, que será incluído com destaque na pauta da Campanha Nacional.
CGPAR 42: debates começam nesta quinta (7)
Começam nesta quinta-feira (7) as conversações sobre a Resolução 42 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (Sest). A reunião da comissão formada por representantes de empregados de empresas estatais e do governo está marcada para começar às 11h. Os trabalhadores querem a revogação da CGPAR 42 porque ela determina que o custeio com a saúde dos empregados das estatais deve ser dividido pela metade (50/50) entre empresas e trabalhadores. Dessa forma, medida compromete a situação financeira dos planos de saúde autogeridos pelas estatais, fazendo com que as empresas públicas reduzam aportes financeiros, criando descasamento entre as receitas com mensalidades e os custos dos planos. O resultado é a cobrança de valores maiores dos empregados para cobrir os déficits e os valores necessários para arcar com os custos. A medida afeta planos de saúde de estatais, como a Caixa Econômica Federal, Petrobras, Correios, Embrapa, Casa da Moeda, Codevasf, Conab, BNDES, Serpro, Dataprev, INSS, entre outras. Segundo o secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, “a resolução faz parte das medidas para preparar a privatização de empresas”. “Temos certeza de que o atual governo, que tem compromisso com a classe trabalhadora, não quer dar continuidade a esta política extremamente prejudicial aos empregados de empresas estatais e vai desarmar esta bomba”, disse o secretário. O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, falou sobre o prejuízo para os trabalhadores. “Hoje, os empregados da Caixa já sofrem os efeitos da limitação imposta pelo teto de 6,5% para custeio do plano de saúde, previsto no estatuto da empresa, e essa situação pode ficar ainda mais crítica. Por isso, estamos na luta pela revogação dessa resolução e para derrubar o limite de 6,5% do estatuto da Caixa”, explicou. A comissão é resultado da manifestação dos trabalhadores, ocorrida no dia 29 de novembro, em frente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em Brasília. O prazo para conclusão dos debates é de 90 dias.