NOTA DE PESAR: Bancária é morta durante assalto à agência do Itaú

O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense lamenta a morte de uma funcionária do Banco Itaú, na cidade de Poá, no Estado de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (28). O fato ocorreu durante assalto à agência bancária, onde a vítima foi feita refém e acabou atingida durante troca de tiros com a polícia. A trágica ocorrência reforça a necessidade de maior atenção quanto à segurança nas agências bancárias.

Em reunião com o Comando Nacional, bancários cobram negociações sobre metas

Reunidos, nesta quarta-feira (27), o Comando Nacional dos Bancários e as Comissões de Organização dos Empregados (COEs) aprovaram ações para organizar e dar andamento às resoluções aprovadas na 25ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. A cobrança de metas e o adoecimento da categoria bancária foi um dos principais pontos discutidos durante o encontro, como informou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários. “Aprovamos uma série de ações para implementar e avançar nas negociações específicas sobre cobrança de metas e combate ao adoecimento da categoria e também para construção e divulgação de campanhas para o fortalecimento das negociações coletivas e sobre a importância do sindicato para a sociedade”, disse. As ações incluem manifestações com objetivo de cobrar que os bancos negociem de fato as formas de estabelecimento de metas e de cobranças pelo seu cumprimento. “A cláusula 87 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, negociada na Campanha Nacional dos Bancários de 2022, determina que o tema das metas e as formas de seu acompanhamento pelos bancos deveria ter sido incluído na pauta da primeira reunião de negociações de 2023 com as comissões de organização de empregados. Alguns bancos sequer pautaram o tema. Outros, se negam a negociar. Por isso, vamos orientar que sejam intensificadas as manifestações contra estes bancos, para que eles cumpram o que determina nossa convenção”, ressaltou Juvandia. A Consulta Nacional realizada em julho deste ano aponta que para 68% da categoria, a cobrança abusiva de metas causa preocupação constante com o trabalho; para 61% causa cansaço e fadiga constante; para 52% leva à desmotivação e vontade de não ir para o trabalho. Uma nova Pesquisa do Trabalhador Bancário será realizada em outubro, em parceria com o Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Universidade de Brasília. O objetivo é compreender os modelos de gestão e as patologias do trabalho nos bancos. Vale lembrar que, desde abril, a Contraf-CUT, federações e sindicatos que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários realizam  uma campanha para denunciar problemas causados à saúde dos trabalhadores pela cobrança abusiva de metas. Segundo a professora doutora Ana Magnólia Mendes, pesquisadora responsável pelo levantamento que será realizado, “com os dados será produzido um relatório para propor ações de combate aos fatores e riscos psicossociais e ao adoecimento da categoria, mas sobretudo, para denunciar as patologias da sobrecarga da violência causadas pelos modelos de gestão praticados pelos bancos.” Sobre a reforma sindical, ficou definido que a Contraf-CUT, sindicatos e federações devem realizar debates internos para formação dos dirigentes sindicais e reforçar as ações e produção de textos, vídeos e outros materiais, além de intensificar as atividades nas redes sociais mostrando a importância dos sindicatos para a defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia. De acordo com Juvandia, organizações empresariais querem enfraquecer os sindicatos de trabalhadores e se aproveitam da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a constitucionalidade da contribuição assistencial de trabalhadores não sindicalizados, para pautar a mídia, com matérias contrárias à cobrança. A Reforma Tributária também foi considerada prioridade durante a reunião. Juvandia afirmou que o tema é tratado sempre no site e redes sociais da Contraf-CUT. Além disso, está sendo preparada uma cartilha sobre o assunto e o Coletivo de Comunicação vai definir uma data para um tuitaço, dando destaque ao tema nas redes sociais. Também foi pedido o fortalecimento dos comitês de luta dos trabalhadores do ramo financeiro.

Sindicato participa de Audiência Pública de Saúde Mental no Trabalho em Brasília

O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense foi representado por seu diretor Miguel Pereira, na Audiência Pública de Saúde Mental no Trabalho, realizada nesta quarta-feira (27), na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, em Brasília. Durante a audiência o Projeto de Lei 3588/20 teve sua tramitação retomada, após dois anos. O projeto inclui na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) dispositivo para o governo editar norma regulamentadora (NR) com medidas de prevenção e gestão de riscos no ambiente de trabalho, que podem afetar a saúde mental dos trabalhadores (riscos psicossociais) A audiência teve como objetivo colher informações para enriquecer o teor do relatório de apresentação do projeto. O Projeto de Lei espera reduzir a incidência de distúrbios mentais relacionados ao trabalho, como estresse, depressão e esgotamento físico. O secretário de Relações de Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, que também participou dos debates, falou sobre o projeto. “Até aqui, existem somente normas regulamentadoras com medidas de prevenção a doenças físicas. Diante do crescimento do número de adoecimentos psíquicos é necessária uma NR específica para tratar do assunto”, disse, acrescentando que a categoria dos trabalhadores do ramo financeiro está entre as que mais sofre com cobranças de metas excessivas, assédio e sobrecarga de trabalho. Já Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT, ressaltou que as doenças psíquicas relacionadas ao trabalho não têm a visibilidade necessária. “Tem campanha sobre doenças infecciosas, Aids, sarampo, o que é muito importante. Todavia, não vemos esta preocupação com acidentes e doenças do trabalho causadas pelas empresas. Esta audiência contribui para dar visibilidade a este tema tão grave e importante”, constatou. De acordo com a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-Osha, na sigla em inglês) entre os fatores que aumentam os riscos psicossociais estão carga de trabalho excessiva, falta de clareza na definição das funções, má gestão de mudanças organizacionais e assédio. A procuradora do Ministério do Trabalho, Cirlene Zimerman, afirmou que os fatores psicossociais impactam a longo prazo e que, ao  contrário do adoecimento físico, têm causas que, muitas das vezes, não estão visíveis. “Este Projeto de Lei propõe trazer o tema para a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) a fim de garantir esta proteção específica a todos os trabalhadores”, disse Zimerman. Segundo Ana Grudtner, da Secretaria de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, as mudanças no trabalho têm aumentado o sofrimento, elevando os riscos de adoecimento mental, principalmente a precarização das relações de trabalho e a diminuição dos direitos sociais. “O trabalho, então, acaba sendo um fator de risco. Muitas vezes não temos autonomia, convivemos com uma série de assédios, alta competitividade, elevada exigência de produtividade. São diversos fatores psicossociais que vão acabar impactando a nossa saúde mental”, exemplificou. O relator do projeto deve defender o PL e justificar a sua aprovação. Aprovada, a proposta seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça e depois para votação em plenário.  

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