Caixa decide suspender, definitivamente, empréstimo consignado ao Auxílio Brasil

A Caixa Econômica Federal suspendeu, em caráter definitivo, a concessão de empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil (programa que voltará a ser chamado de Bolsa Família). Em janeiro, a CEF já havia determinado a suspensão de novas contratações para revisão de critérios. Os estudos foram concluídos e “o banco decidiu retirar o produto de seu portfólio”. Em comunicado à imprensa, o banco afirma que não haverá mudanças para os contratos já realizados, “o pagamento das prestações continua sendo realizado de forma automática, por meio do desconto no benefício, diretamente pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).” Segundo o Ministério da Cidadania, a Caixa não é o único banco a oferecer crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil. Porém, cerca de 80% das contratações foram feitas através da CEF, de acordo com balanço até 1º de novembro. Críticas O crédito consignado por meio do Auxílio Brasil recebeu críticas de especialistas e entidades porque pode prejudicar a população de baixa renda, já que os recursos do programa costumam ser utilizados para gastos básicos de sobrevivência. O empréstimo consignado ligado ao Auxílio Brasil pode valer a pena para quem tem alguma necessidade urgente e inadiável – mas não para pagar as contas do dia a dia ou para fazer compras desnecessárias. Nestes casos, o crédito pode comprometer a renda disponível do beneficiário por um longo prazo, com risco de faltar dinheiro por vários meses para fazer gastos essenciais, como alimentação. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a taxa máxima de juros estabelecida pelo governo, de 3,5% ao mês, é abusiva. “Isso porque ela é bem maior do que a praticada atualmente para outros tipos de empréstimo consignado, como os para aposentados, pensionistas e servidores públicos”, diz a entidade, que chegou a identificar mais de duas mil reclamações de consumidores logo no início da liberação do empréstimo. *Com informações do G1
Banco do Brasil prepara novo Código de Ética com avanços contra assédio

O Banco do Brasil deverá lançar seu novo Código de Ética em março, depois que for aprovado pelo Conselho Diretor (CD) e pelo Conselho de Administração. O anúncio foi feito pela presidente do BB, Tarciana Medeiros, destacando que a sua gestão “não vai tolerar desrespeito, discriminação ou assédio de qualquer natureza” e que haverá a valorização de “diálogo e escuta ativa”. Segundo Fernanda Lopes, funcionária do banco e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), pelas informações da assessoria do BB, o novo Código tem inovações sobre assédio moral e sexual. “O que temos de informações, adiantadas pela assessoria do banco, é que o Código traz avanços para os conceitos de assédio moral e sexual, com exemplos de histórias reais. O documento também estaria com uma linguagem mais modernizada e humanizada, com foco na diversidade”, destaca Fernanda. A porta-voz dos funcionários do BB ressalta ainda que a criação de uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho para o combate ao assédio sexual e moral é uma das conquistas obtidas pela categoria, durante a última Campanha Nacional dos Bancários. “O combate a essas violências foi um tema colocado pelos trabalhadores na mesa de negociação com os bancos, durante toda a campanha salarial”, lembra Fernanda. Quanto à atualização do Código de Ética, Fernanda destaca que as palavras de Tarciana mostram que a nova administração do BB está aberta às pautas dos trabalhadores. “Vamos aguardar a publicação do documento e esperamos que, realmente, esteja alinhado às demandas que diversas vezes foram colocadas em discussão com a empresa. O assédio, moral ou sexual, é uma prática que precisa ser coibida de todas as maneiras. Temos que destacar também que a cobrança de metas abusivas, nos últimos anos, contribuiu em muito para a escalada do assédio moral sobre os empregados do BB. Portanto, uma das formas de atacar esse tipo de violência é discutir a forma como as metas e as cobranças sobre elas são decididas pela empresa”, ressalta Fernanda Lopes. *Com informações da Contraf-CUT