BB: Movimento sindical conquista na Justiça Cassi para egressos do Besc

Os trabalhadores do Banco do Brasil egressos do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) conquistaram na Justiça o direito de ingresso à Caixa de Assistência dos Funcionários do BB (Cassi), nas mesmas condições dos bancários originários do Banco do Brasil. “A ação foi proposta pela Sintrafi Floripa (Sindicato dos Trabalhadores no Ramo Financeiro de Florianópolis e Região) com o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT)”, explica o Secretário de Assuntos Jurídicos da entidade catarinense, Luiz Toniolo. Além de condenar o BB a garantir isonomia de acesso à Cassi para os empregados egressos do Besc, da ativa ou aposentados, que atuam ou atuaram na capital de Santa Catarina, a Justiça também concedeu o mesmo direito aos egressos do Besc que encerraram seus contratos em Florianópolis em decorrência de aposentadoria, com complementação paga pela Fusesc, independentemente de estarem vinculados ao SIM (plano de saúde dos funcionários egressos do Besc). Prazo de adesão à Cassi O Banco do Brasil tem o prazo de 90 dias, contados a partir do trânsito em julgado (decisão definitiva sobre a ação), para disponibilizar o acesso ao Plano da Cassi para os funcionários do Besc. “O trânsito em julgado ocorreu em 25 de novembro passado e os autos remetidos para o Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina no dia 1º de dezembro”, destacou Toniolo. Ele disse também que o mesmo período de 90 dias foi determinado para que os empregados egressos do Besc, que assim desejarem, se associem ao Plano de Saúde da Cassi. “Passado esse período, perderão o direito”, alertou. Por conta do prazo, o movimento sindical orienta os trabalhadores que protocolem os requerimentos junto à agência de relacionamento ou local de trabalho e com o recebimento do primeiro Gestor da unidade. Outra possibilidade é enviar os requerimentos via Correios em remessa registrada e com aviso de recebimento para a Gepes jurisdicionante. Mesa de negociação O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, destacou que o pedido dos trabalhadores besquianos por isonomia é uma reivindicação antiga, assim como dos egressos de outros bancos incorporados pelo BB, como Banco Nossa Caixa (BNC) e Banco do Estado do Piauí (BEP). “Continuamos levando esse debate para a mesa de negociação com o BB. E temos a expectativa de que, com a mudança de governo, vamos avançar nas pautas de interesses de todos os funcionários de bancos incorporados, tanto nos direitos de acesso à Cassi quanto à Previ”, pontuou.
Projeto ameaça direito de greve dos bancários

O Projeto de Lei (PL) 817/2022, que ameaça o direito de greve da categoria bancária, ao alterar a Lei 7.783 de 1989 (Lei da Greve) e define os meios eletrônicos de pagamentos e transferências bancárias como serviço essencial, estava na pauta de votação desta quarta-feira (7), na Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados, mas foi retirado após pressão da representação sindical da categoria. “O projeto do Kim Kataguiri (União/SP), em si, é pernicioso. Com o acolhimento, pelo relator, de uma emenda do deputado Eli Corrêa Filho (União/SP), fica ainda pior e praticamente anula o direito de greve da categoria bancária, prejudicando a correlação de forças nas mesas de negociações com os bancos” observou o secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, que é o responsável da Contraf-CUT pelo acompanhamento da tramitação de temas de interesse da classe trabalhadora no Congresso Nacional. O dirigente da Contraf-CUT disse que um trabalho articulado com deputados comprometidos com a classe trabalhadora conseguiu retirar o projeto da pauta de votação. “A retirada momentaneamente da pauta foi obtida com muita luta. Agora, precisamos que a categoria nos ajude a pressionar os deputados para que este projeto seja definitivamente engavetado”, disse. Jefão orienta que bancárias e bancários acessem a enquete da Câmara sobre o PL digam que discordam totalmente do projeto. Olho nos deputados Além de acessar o site da Câmara para mostrar sua discordância do projeto, Jefão pede para que a categoria e toda a classe trabalhadora fiquem atentas à atuação dos deputados. “Não é a primeira vez que estes deputados apresentam projetos que prejudicam a classe trabalhadora. A categoria precisa estar atenta a isso! E quando chegar as eleições, não votar e pedir para que seus familiares e conhecidos não votem nestes candidatos, que atuam contra os trabalhadores”, pontuou. “Além de ficarem de olho nos deputados, é preciso que a categoria fique atenta à atuação partidária. Os deputados são do mesmo estado e do mesmo partido. Eles se articulam na votação de projetos contra a classe trabalhadora. É preciso que os bancários do estado de São Paulo também se articulem numa campanha para mostrar nas bases destes deputados o que eles fazem no Congresso: se unem para massacrar os trabalhadores”, disse. “Precisamos cortar o mal pela raiz. Impedir que eles se elejam”, concluiu Jefão.