BB recebe pauta de reivindicações dos funcionários à Previ

A Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) entregou na terça-feira (12/7) a pauta específica de reivindicações à direção da Previ, como parte das negociações da Campanha Nacional 2022. O documento foi elaborado coletivamente e aprovado durante o 33º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, realizado em junho. “Essa representatividade que a minuta de reivindicações carrega é totalmente condizente com um dos pontos que colocamos em todas as mesas de negociações, e não foi diferente na mesa de hoje, que é a defesa da Previ como entidade fechada de previdência complementar, gerida pelos associados”, explica o coordenador da CEBB João Fukunaga. O eleito diretor de Seguridade da Previ, Wagner Nascimento, avaliou como “positiva” a reunião com a CEBB, destacando que o papel dos dirigentes da entidade é continuar agindo de forma a representar os interesses dos associados e associadas. “Nós recebemos a minuta tendo em mente essa responsabilidade”, completou. Os diretores eleitos da Previ, Márcio de Souza (Administração) e Paula Goto (Planejamento), também receberam os funcionários do BB. Destaques da minuta Além da defesa da Previ como entidade fechada e gerida pelos associados e associadas, também foram destaques na reunião: • O fim do voto de minerva e volta da consulta ao corpo social, como era na Previ antes da intervenção imposta no governo FHC, no início dos anos 2000; • No Previ Futuro: revisão do critério da Pontuação Individual do Participante (PIP), criação de um plano específico para contribuição paritária sobre o PLR, revisão do valor do benefício mínimo e redução da Tabela Previ para melhorar o benefício de risco; • No Plano 1: discutir a destinação de superávit via aumento e melhoria de benefícios, debater a recomposição das reservas matemáticas, considerando os cálculos oriundos de reclamatórios trabalhistas; • Intensificar a divulgação do Previ Família; • Avançar para nova redução da taxa de carregamento; • Continuar aplicando taxas mais baixas no empréstimo simples e no financiamento imobiliário; • Conceder aos funcionários dos bancos incorporados, BESC e Economus, os mesmos benefícios do Previ Futuro. Clique aqui para acessar a pauta de reivindicações na íntegra.
GT Saúde Caixa é implementado para criar nova proposta de gestão

Conforme adiantamos aqui no site, o Grupo de Trabalho (GT) Saúde Caixa foi implementado na tarde desta quarta-feira (13/7), em reunião realizada por videoconferência. O GT é bipartite, com representantes do banco público e dos empregados, e busca criar uma nova proposta de gestão para o plano de assistência à saúde. O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Clotário Cardoso, lembra que o GT, garantido pelo acordo firmado entre as partes, é uma conquista dos empregados no aditivo no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Saúde Caixa, aprovado no final de outubro de 2021, com duração até o final de agosto de 2023. “O primeiro GT Saúde Caixa foi criado em 2020 para discutir uma proposta de custeio e de gestão para o plano, que apresentou déficits entre 2016 e 2020, e que seria aplicada a partir de janeiro de 2022, conforme o ACT 2020/2022. Entretanto, a Caixa comunicou unilateralmente o fim dos trabalhos, em agosto de 2021. Agora, a meta é a construção de um consenso de proposta para a sustentabilidade e a viabilidade do plano de assistência à saúde dos empregados. E, para que possamos construir propostas, é imprescindível que tenhamos acesso a todas as informações do nosso plano. Por isso, contamos com total transparência do banco”, afirmou o coordenador. O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro, afirma que “é muito importante essa unidade do GT para construirmos o melhor para o Saúde Caixa. A Caixa precisa ouvir os usuários do plano, com certeza nós temos propostas de melhorias”. Sérgio Amorim, dirigente sindical do Rio de Janeiro, concorda com o colega que retomar esse trabalho do GT “é importantíssimo para que a gente consiga dar essa sustentação que o plano precisa. Acho que a gente tem o plano comum, até porque todo mundo é usuário dele, então temos muito mais convergências do que divergências. Agora bora buscar o consenso”, convocou. Alexandro Tadeu Livramento, dirigente sindical de São Paulo, também acredita que o trabalho do GT é fundamental “para a gente fazer o Saúde Caixa voltar a ser o melhor plano de saúde do Brasil”. Lilian Minchin, dirigente sindical de Campinas, disse que “a gente tem que discutir a qualidade e a gestão do Saúde Caixa. Espero que possamos chegar a um bom consenso, que será o melhor para todos nós”.
Exposição de crimes de abusos contra mulheres é necessária

O estarrecedor caso do médico anestesista preso em flagrante por violar uma paciente durante cesariana recoloca o debate sobre o combate à violência estrutural de gênero na sociedade. A avaliação é da secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes. “Quando lemos as matérias sobre o caso, damos conta de que o médico criminoso atuou por pelo menos 10 anos em hospitais públicos e privados. E foi somente após a articulação das enfermeiras que ele foi descoberto e preso”, observou Lopes, referindo-se ao trabalho da equipe do hospital que escondeu uma câmera de celular que flagrou o crime, obtendo a prova que levou Giovanni Quintella à prisão. “Essa história é muito semelhante à de Pedro Guimarães, se analisarmos os fatores que o levaram à queda”, ponderou a secretária, ao lembrar que denúncias contra assédios praticados pelo agora ex-presidente da Caixa foram acobertadas desde 2019. Mas, somente agora, em 2022, é que Guimarães foi exposto. “Foi necessário que as vítimas se unissem para levar às denúncias ao Ministério Público Federal”, lembrou Lopes, que também coordena o projeto Basta! Não irão nos calar. Acobertar fortalece crimes Em recente entrevista para Glauco Faria, do Jornal Brasil Atual, a consultora jurídica aposentada da Caixa, Isabel Gomes avaliou que o acobertamento das denúncias contra Guimarães foi o que permitiu que “o fato tomasse essas proporções aterradoras que atingiram dezenas, e talvez centenas, de colegas”. Conforme disse Isabel, o silêncio foi responsável por multiplicar o crime. “Até porque o comportamento de um dirigente máximo de uma instituição acaba inspirando e influenciando as esferas inferiores. Então hoje o que se diz é que há assédio inclusive nas instâncias inferiores, chegando nas agências”, completou. Isabel Gomes foi quem criou, em 2002, a ouvidoria da Caixa e viu a mesma estrutura ser desmontada, a partir de 2016. Ela disse que, nos bastidores, todo mundo sabia que as denúncias não eram apuradas. “Pedro Guimarães tinha até intermediários para que as denúncias não fossem apuradas. Assim chegamos a esse fato que é aterrador, chocante e suja o nome de uma empresa que é centenária”, concluiu. O papel da mobilização Na semana em que as denúncias contra Pedro Guimarães foram expostas, a Contraf-CUT e as entidades sindicais organizaram um Dia Nacional de Luta contra o assédio moral e sexual. E, durante a terceira rodada de negociação da Campanha Nacional 2022, que ocorreu na primeira semana de julho, o Comando Nacional dos Bancários entregou à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propostas para o fim de abusos e equidade em todos os segmentos, com destaque ao combate ao assédio sexual e moral. “Só vamos alcançar uma sociedade justa com esse processo terapêutico de exposição e combate aos casos de abuso”, explicou Fernanda Lopes. “Todas essas ações são importantes não apenas para conscientizar a sociedade que as mulheres, além de sofrerem discriminação salarial, nas promoções e na ocupação de altos cargos na empresa, ainda precisam enfrentar o assédio sexual, mas também para não perdermos de vista que não vamos avançar no combate à violência de gênero sem a ação organizada, sem a ação conjunta”, concluiu. Projeto Basta! Para Fernanda, o Projeto Basta! Não irão nos calar faz parte desse movimento de combate à violência contra a mulher na categoria bancária. O programa oferece assessoria técnica às federações e aos sindicatos, para implantação de canais de atendimento jurídico especializado para mulheres em situação de violência doméstica e familiar. A ideia foi inspirada no exemplo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que desde dezembro de 2019 oferece este serviço já atendeu a mais de 200 mulheres. “Esse programa de acolhimento e assistência às mulheres vítimas de violência se mostrou importante ferramenta durante a pandemia, pois as mulheres estavam em casa, e o canal se tornou um facilitador para que elas efetivassem a denúncia”, afirmou.