Bancários querem aumento real de 5% nas cláusulas econômicas (INPC + 5%) e aumento maior para os vales refeição e alimentação

Representantes da categoria bancária de todo o país aprovaram, neste domingo (12), no encerramento da 24ª Conferência Nacional dos Bancários, o plano de lutas e a minuta de reivindicações que será apresentada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para que se dê início às negociações da Campanha Nacional 2022. Mais do que recompor a inflação, os bancários, que trabalharam para garantir lucros astronômicos aos bancos, querem ter aumento real em seus salários e a manutenção de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho em vigência. Vale lembrar que o lucro somado dos cinco maiores bancos do país (Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) alcançou R$ 27,6 bilhões entre o final de março de 2021 e o final de março de 2022, crescimento de 17,5% no período. Reivindicações aos bancos O conjunto cláusulas da minuta de reivindicações para a Campanha Nacional dos Bancários 2022 foi aprovada por 99,1% das delegadas e delegados da conferência. Entre os pontos que foram votados separadamente, foi aprovada a reivindicação de aumento real de 5% de nos salários e demais cláusulas econômicas (INPC + 5%) e aumento maior para os vales refeição e alimentação. Assembleias A minuta de reivindicações e as resoluções aprovadas pela 24ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro serão analisadas em assembleias a serem realizadas por sindicatos dos bancários em todo o país nesta segunda (13) e terça-feira (14) e, após aprovada, será entregue à Fenaban na quarta-feira (15).

Resultado da Consulta Nacional dos bancários foi apresentada na 24ª Conferência

Aumento real nas cláusulas econômicas, manutenção do emprego e dos direitos, combate ao assédio moral, saúde e condições de trabalho, igualdade de oportunidades e teletrabalho negociado são as principais reivindicações levantadas como prioridades pela categoria bancária para a Campanha Nacional 2022. Este foi o resultado da Consulta Nacional 2022, apresentado no final da tarde deste sábado (11), durante a 24ª Conferência Nacional dos Bancários. Entre 26 de abril e 3 de junho, mais de 35 mil trabalhadores, sindicalizados ou não, que trabalham nas agências e nos departamentos bancários em todo o Brasil responderam às questões da Consulta Nacional aos Bancários. Mais da metade dos bancários está disposta a conversar com colegas de trabalho sobre as reivindicações da categoria (55%), participar de reuniões e assembleias (51,8%) e aderir à greve (41,7%) para conquistar os pontos que avalia como importantes. Para 94,8%, o financiamento da luta para manutenção e conquistas de direitos deve ser responsabilidade de todos os bancários, pois todos se beneficiam das conquistas. Eleições são fundamentais A classe trabalhadora aprovou uma pauta de reivindicações que está sendo apresentada aos candidatos, para garantir empregos, recuperar direitos trabalhistas e previdenciários e fortalecer a representação sindical. Para 84,3% dos participantes da consulta, é muito importante eleger, nas eleições deste ano, candidatos à Presidência e ao Congresso Nacional, comprometidos com as pautas dos trabalhadores. Outros 12,2% classificam como importante. Teletrabalho Dado da consulta que chamou bastante atenção foi a opinião sobre a regulação do teletrabalho. Para 91% dos respondentes, ela deve ser realizada por meio de negociação coletiva, entre bancos e entidades sindicais. Metas abusivas e assédio moral; saúde e condições de trabalho no teletrabalho estão entre os temas a serem debatidos na área da saúde. A consulta nacional mostra que, para a maioria dos entrevistados (77%), o cansaço e a fadiga constante são resultados da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas. Desmotivação, vontade de não ir trabalhar, medo de “estourar” (54%), dor ou formigamento nos ombros e nos braços ou mão (51%) e crise de ansiedade (44%) também foram apontadas como impacto na saúde. Outros efeitos do trabalho exaustivo identificados na consulta foram dificuldade para dormir (42%); crise de ansiedade (44%); crises constantes de dor de cabeça (26%), e dores de estômago e gastrite (26%). Mais de um terço dos bancários (35,5%) recorrem a antidepressivos, ansiolíticos ou estimulantes para se medicarem. Os dados completos da Consulta serão apresentados aos bancos durante as negociações da Campanha Nacional dos Bancários.

Importância da manutenção de direitos será o foco da comunicação da Campanha Nacional

Foram apresentados e aprovados neste domingo (12) os conceitos, temas, conteúdo, artes gráficas e identidade visual da Campanha Nacional dos Bancários de 2022. Com linguagem jovial, diálogo com bancárias, bancários e sociedade será leve, inspirado em jogos e reforçará necessidade de conscientização da categoria. Os conceitos foram debatidos durante a 24ª Conferência Nacional d@s Trabalhador@s do Ramo Financeiro, que acontece em formato híbrido, com a parte presencial reunida no Holiday Inn Parque Anhembi, em São Paulo. A presidenta da Federação das Trabalhadoras e dos Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro (Federa/RJ), Adriana Nalesso, participou da mesa diretora do evento. O material de comunicação foi previamente idealizado por um conjunto de mais de 50 profissionais de comunicação e dirigentes sindicais de todo o Brasil, em vários encontros coordenados pela Secretaria de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Coletivo de Comunicação dos Bancários, que inclui sindicatos, federações da categoria, em diversas reuniões nos últimos dois meses, com parte dos participantes presencialmente e parte por acesso remoto. “A categoria bancária tem hoje grande quantidade de jovens, então o consenso foi por trazer uma proposta com pegada leve, jovial, que jogasse a bola para cima”, explicou a secretária de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elaine Cutis. O conceito da campanha foi desenvolvido a partir da ideia de um game, que, para ser vencido exige o engajamento e a luta da bancária e do bancário, com o slogan #BoraGanharEsseJogo. Exatamente por esse perfil jovem, um dos objetivos é também demostrar o valor das conquistas da categoria, pois muitas vezes elas são vistas como um presente dos banqueiros sem o risco de serem perdidas. “Contra essa ideia, a campanha busca criar o sentimento de pertencimento à luta, pois os mais jovens, que não acompanharam as lutas anteriores da categoria, talvez não entendam que os benefícios que temos são fruto de muita luta”, completou. União, resistência, luta e resiliência. Para a dirigente, foram essas características históricas que colocaram o movimento bancário na vanguarda do movimento sindical. “Bancárias e bancários têm forte tradição de luta por seus direitos, e por isso são referência a muitas categorias em sua organização. Então temos a responsabilidade de lutar para ganhar todas as fases desse jogo”, completou. Participaram da mesa o secretário de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, Carlos Pereira de Araújo, o Carlão, o presidente Sindicato dos Trabalhadores do Ramos Financeiro do Amapá, Samuel Bastos Macedo, e o presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, Odaly Bezerra Medeiros.

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