Contraf-CUT e Sindicato do Sul Fluminense repudiam a liberação do uso de máscaras em locais fechados

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Sinidcato dos Bancários do Sul Fluminense são contrários a liberação do uso de máscaras em locais fechados, anunciada esta semana por alguns estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre. “Manter uso de máscara, especialmente em locais fechados, é essencial. Europa e Ásia voltam a preocupar. Ambientes bancários não têm ventilação natural. É irresponsabilidade liberar uso neste momento, principalmente sem qualquer embasamento científico”, afirma Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT.Para o cientista Miguel Nicolelis, remover as máscaras e tentar mascarar a verdade, seja sobre o estado real da pandemia no Brasil e no mundo, ou tentar confundir a sociedade com a falsa dicotomia epidemia x endemia é literalmente atentar contra a saúde e o bem-estar de dezenas de milhões de brasileiros. “Este é um vírus para não se ter nunca. Nem de forma assintomática, branda ou leve. Ele pode causar múltiplas complicações crônica graves que reduzem a qualidade de vida para sempre e podem ser fatais”, disse ao lembrar que todo o mundo vai ter que lidar nos próximos anos e décadas com milhões de pessoas sofrendo de consequências graves desta pandemia. “Como ela não acabou, quanto mais pessoas se infectarem pelo descaso das autoridades, mais casos de covid crônica ocorrerão no futuro”, completou. Nicolelis acredita que todas essas medidas precoces são motivadas por estarmos num ano eleitoral. “Pelo seu bem e pelo bem dos seus familiares e da sociedade como um todo, mantenha o uso das máscaras, evite ao máximo aglomerações, vacine-se e não ceda à tentação de achar que o normal voltou só porque políticos incompetentes e irresponsáveis decretaram. O preço desta rendição incondicional é caro demais: a qualidade da sua vida futura – ou a falta dela – está em jogo. Use máscaras e diga não ao absurdo”, aconselha o cientista. Fonte: Contraf-CUT

BC determina juros selvagens, mas não consegue domar inflação

O Banco Central (BC) elevou, nesta semana, em mais 1 ponto percentual (p.p.) a taxa básica de juros da economia brasileira, que chegou a 11,75% ao ano, o mais elevado patamar desde abril de 2017. Essa foi a nona alta seguida da Selic, que em março do ano passado estava em 2%, seu índice mais baixo da história. Esse instrumento, segundo os técnicos de Bolsonaro responsáveis pela economia do país, é o recurso adotado para frear o crescimento da inflação, e a autoridade monetária deixou claro que a onda de elevação dos juros vai seguir nos próximos meses, com a justificativa de que a guerra entre Rússia e Ucrânia tem causado fortes impactos na economia mundial. “A inflação realmente está nas alturas, mas não é de hoje. Ela voltou a afetar a vida e o bolso dos brasileiros, pelo menos, desde 2020 e fechou 2021 acima dos 10%. Ou seja, a guerra na Ucrânia é apenas uma desculpa para a desastrosa política econômica deste governo que não consegue fazer o país se desenvolver, gerar emprego e deixa, a cada dia os pobres mais pobres e os ricos mais ricos”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. Do final de 2020 para cá, a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação do país, medida no intervalo de 12 meses, saltou de 4,52%, em dezembro de 2020, para 10,06% no mesmo mês de 2021, depois de ter batido os 10,74% em novembro daquele ano. “Elevar os juros não é a solução. Não estamos em período de economia aquecida, com excesso de demanda, ao contrário. Temos uma alta taxa de desemprego, aumento da pobreza, com concentração de renda e a volta da fome no país”, observou a presidenta da Contraf-CUT. “O governo deveria promover políticas de incentivo ao investimento produtivo e geração do emprego, mas prefere colocar em práticas políticas que levam à concentração de renda. É um governo que não tem compromisso com a população mais carente e com a classe trabalhadora”, completou. Bem antes da guerra No momento, porém, a inflação no Brasil ocorre por outros motivos. O principal responsável por tamanha elevação nesse intervalo foi a gasolina. Se durante o ano de 2020 esse combustível ficou 0,19% mais barato, no ano passado seu preço subiu 47,49% e foi, sozinho, o responsável por 2,34 p.p. na inflação medida pelo IPCA. Outros itens que em 2021 forçaram o índice para cima foram o etanol (alta de 62,23%), o gás de cozinha (36,99%) a energia elétrica (21,21%), as carnes (8,45%) e o aluguel residencial (6,96%). Nesse cenário, os juros bancários, que já estavam altíssimos, foram para a estratosfera. De janeiro de 2021 até o mesmo mês deste ano, a taxa média das operações de crédito com recursos livres foi de 28,39% a.a. para 35,32% a.a. Mas os juros do crédito rotativo do cartão de crédito, que é valor da fatura que não é quitada na data do vencimento, subiram de 329,71% a.a. para 346,31% a.a. no período. Os juros do cheque especial, também de janeiro a janeiro, pularam de 120,29% a.a. para 128,36% a.a. Com inflação e juros altos, num cenário agravado com a inexistência de um projeto econômico para a retomada do crescimento econômico por parte do governo, as consequências mais fortes são a estagnação do emprego e da renda média dos trabalhadores, e isso acentua o endividamento das famílias. Em janeiro passado, 76,1% das famílias brasileiras estavam com dívidas (um ano antes, eram 66,5%). No mesmo período, o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso também subiu de 24,8% para 26,4%. Enquanto isso… Hoje, os 55 bilionários do país acumulam em suas mãos a bagatela de U$176 bilhões. Durante a pandemia de Covid-19, esse segmento social mais elitista aumentou sua riqueza em 30%, ou US$ 39,6 bilhões. No mesmo período, 90% da população sofreu uma redução de 0,2% em suas posses. Nesse processo de concentração de riqueza, os 20 maiores bilionários do país passaram a ter nada menos de U$ 121 bilhões, montante maior do que 128 milhões de pessoas, ou 60% da população, têm para tocar suas vidas. Fonte: Contraf-CUT

Retorno ao trabalho presencial das grávidas no Bradesco tem de ser voluntário

A Comissão de Organização de Empresas (COE) do Bradesco se reuniu na manhã desta sexta-feira (18) para discutir um comunicado do banco sobre a volta ao trabalho presencial das funcionárias grávidas. No documento, o banco informou que irá convocar o seu retorno ao trabalho presencial de forma voluntária, apenas com o ciclo vacinal completo. “Nossa cobrança é que o retorno das grávidas permaneça sempre de forma voluntária. Avaliamos que este retorno ainda é precoce, pois a pandemia não acabou. Entretanto, como o governo federal – que em momento algum desta pandemia se preocupou com a vida dos brasileiros – liberou, o banco se sentiu confortável para convocar. Nosso papel agora é garantir que nenhuma delas se sinta obrigada a colocar a vida dos filhos em risco”, declarou Magaly Fagundes, coordenadora da COE Bradesco. O comunicado abordou ainda o uso de máscara dentro das agências. Os funcionários permanecem obrigados a usar o equipamento de proteção em todo o Brasil. Porém, nas cidades em que houve a liberação da obrigatoriedade, a instituição não pode exigir o mesmo dos clientes. Magaly Fagundes lembrou que o banco tem um compromisso de chamar o movimento sindical para negociar o retorno do grupo de risco, antes de qualquer anúncio. “Esperamos que nosso acordo seja respeitado”. A reunião da COE discutiu ainda a organização do Encontro Nacional dos Funcionários do Bradesco, que deve acontecer no formato híbrido, no início de junho. Fonte: Contraf-CUT