8M: Contraf-CUT e Sindicato lançam cartilha sobre o Dia Internacional da Mulher

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, juntamente com a Contraf-CUT, lança uma cartilha abordando os principais tipos de violência sofridas pelas mulheres. A publicação traz ainda telefones úteis que podem salvar a vida de mulheres em situação de vulnerabilidade. Como forma de reconhecimento ao importante papel da mulher em todos os segmentos da sociedade, a cartilha homenageia a primeira bancária associada ao Sindicato, na década de 1958: Maria das Dores Sacchi de Souza.

Contraf-CUT e Sindicato repudiam atos de deputado Arthur do Val

Conhecido como Mamãe Falei, parlamentar foi até a Ucrânia e afirmou que mulheres ucranianas são “fáceis, porque são pobres” A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense repudiam as ações misóginas e sexistas do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), conhecido como Mamãe Falei, que foi até à Ucrânia, país atacado pela Rússia desde 24 de fevereiro, e afirmou que mulheres ucranianas são “fáceis, porque são pobres”, entre outros comentários machistas. Em mensagem vazada, enviada a um grupo do WhatsApp, o deputado, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), diz que as ucranianas “são fáceis, porque elas são pobres. E, aqui, minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas minas, em dois grupos de mina. É inacreditável a facilidade. Essas minas, em São Paulo, você dá bom dia e ela ia cuspir na sua cara. E aqui são supersimpáticas”. Na fronteira com a Eslováquia, o autor do áudio compara a fila de refugiados ucranianos – que somam mais de 1 milhão, segundo a ONU – com a “fila da melhor balada do Brasil”. Para Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT, é repulsiva a postura e a maneira abjeta com que o parlamentar se refere às mulheres ucranianas, vítimas das atrocidades no ambiente de guerra. “Os áudios são muito revoltantes, por si. Quando contextualizados no momento vivido pela Ucrânia e seu povo, em meio a um conflito armado, que fragiliza e vulnerabiliza suas mulheres, suas famílias e todo o seu povo, causa ojeriza”. Deputados se mobilizam para cassar Mamãe Falei Uma representação suprapartidária foi apresentada ao Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo, neste domingo (6), com a adesão de 15 deputados, de diferentes partidos. Segundo a bancada do PT, que participou da articulação dessa representação, a cassação do deputado é importante porque ele já mostrou não ter escopo ético e moral para permanecer representando o povo paulista. A representação contra Mamãe Falei afirma que “as declarações são graves em qualquer contexto, em qualquer país e fosse no Brasil, poderiam ser enquadradas em crimes de assédio sexual pela lei brasileira – definido no artigo 216-A do Código Penal como ‘constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função’”. Mamãe Falei deve prestar contas sobre dinheiro O uso dos R$ 180 mil na viagem à Ucrânia, que o deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei, diz ter arrecadado, deverá ser uma das questões abordadas na Comissão de Direitos Humanos do Senado, que, em sessão desta segunda-feira (7), deve votar sua convocação para dar esclarecimentos sobre fala de teor misógino e sexista. “Os eleitores de do Val têm direito de saber: o que ele (Mamãe Falei) fez com o dinheiro que arrecadou antes de viajar? Se o dinheiro era para socorrer os ucranianos, a quem entregou? Tem recibo disso?”, indagou neste domingo o jornalista Ricardo Noblat, no site Metrópolis. Em sua coluna de terça-feira (1°), a jornalista Mônica Bergamo publicou entrevista com o deputado, em que ele afirma que o dinheiro “foi arrecadado em uma live feita na segunda, em seu canal no YouTube. No vídeo, o parlamentar aparece com dois voluntários de um movimento de civis que oferece ajuda humanitária para os refugiados e que envia mantimentos para o país vizinho”. Ainda segundo a entrevista, anterior à hecatombe de suas falas machistas, “parte do dinheiro, segundo diz o deputado, será destinada para a compra de alimentos e suprimentos. Eles serão doados ao movimento dos voluntários”. Arthur do Val retira pré-candidatura ao governo de SP O deputado estadual comunicou por meio das redes sociais a retirada de sua pré-candidatura ao governo do estado de São Paulo. Em nota, publicada no Instagram, no sábado (5), ele diz que “não tem compromisso com o erro” e que havia entrado em contato com a presidenta do partido, Renata Abreu, para “retirar a pré-candidatura ao governo de São Paulo”. No mesmo texto em que anuncia a retirada da pré-candidatura, do Val diz que toma esta decisão também para “preservar o árduo trabalho de todos aqueles que se dedicam na construção de uma terceira via”. Em São Paulo, o parlamentar é aliado e defensor da pré-candidatura do ex-juiz Sérgio Moro, também filiado ao Podemos, à presidência da República.

Fim da violência contra a mulher será a bandeira principal do 8 de março

O fim da violência contra a mulher será a bandeira principal das manifestações programadas para o 8 de março – Dia Internacional da Mulher – deste ano. Pauta prioritária dos movimentos feministas, que envolve tanto a questão de gênero como a de violência doméstica, foi escolhida para evento, que volta a ser realizado presencialmente nas ruas de várias cidades, depois de dois anos de pandemia. Pesquisa de opinião realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com Observatório da Violência Contra a Mulher, no final de 2021, mostrou que 86% das mulheres brasileiras perceberam um aumento da violência contra elas. O número de casos é 4% maior que em 2020. Ainda de acordo com a pesquisa, que ouviu três mil pessoas, entre 14 de outubro e 5 de novembro, cerca de 68% das pessoas entrevistadas conhecem alguma vítima e 27% declararam já ter sofrido este tipo de violência. Elaine Cutis, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), afirma que a pesquisa é uma entre as muitas realizadas desde o início da pandemia, que comprovam o aumento da violência como efeito do isolamento social e da crise sanitária. “É histórico, sempre a mulher é a primeira e a que mais sofre. Seja em crises econômicas, sociais ou sanitárias, as mulheres são vítimas de violência de gênero e de violência doméstica”. Elaine lembra que, antes mesmo do surgimento do coronavírus, as mulheres já vinham sofrendo com muito retrocesso. “Começou lá trás, com o golpe da presidenta Dilma, depois com a reforma trabalhista, e intensificou-se terrivelmente com este governo. Um governo sem compromisso com as mulheres, que fez cortes nas políticas para as mulheres e, ainda por cima, mostra claramente nos seus discursos o quanto é machista e misógino”, lamenta. “É por isso que as mulheres estarão tão fortemente nas ruas no 8 de março, porque este governo representa toda a miséria, carestia e retrocessos sociais que impactaram a classe trabalhadora nos últimos anos, e mais fortemente as mulheres”. Podcast: Movimentos de mulheres se preparam para tomar as ruas no dia 8 de março Assista ao ContrafCast desta semana, no qual a secretária de Mulheres da Contraf-CUT, Elaine Cutis, fala sobre a mobilização das mulheres para o 8 de março, que este ano volta a ser nas ruas. A Contraf-CUT participará das manifestações que têm como lema “Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e fome!” Fonte: Contraf-CUT

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