BB: Fausto Ribeiro pode ser convidado a prestar esclarecimentos no Senado

O senador Renan Calheiros (MDB/AL) protocolou, nesta quinta-feira (3), um requerimento na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para que o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, seja convidado a prestar esclarecimentos sobre denúncias veiculadas pelo jornal Folha de S.Paulo de ingerência política e restrição de crédito para estados liderados por opositores do governo Bolsonaro. “Como se vê, a utilização personalista dos recursos públicos orçamentários, por meio do chamado orçamento secreto já denunciada no STF, agora é acrescida do uso discricionário e político dos recursos dos bancos públicos, como o BB, com efeitos nefastos no desenvolvimento econômico equilibrado dos estados”, diz Calheiros em um trecho do requerimento. O senador faz referência a uma matéria veiculada pela Folha no dia 29 de janeiro. Nela, o jornal apurou que, em 2021, o BB emprestou R$ 5,3 bilhões para os estados, sendo dois terços do montante para aliados do governo federal. A reportagem também destacou que o vice-presidente de Governo do BB, Antônio Barreto, já manifestou que o banco estaria viabilizando operações em troca de “boa relação” com a gestão Bolsonaro. Ao mesmo tempo, os estados de Alagoas e Bahia, liderados por opositores do atual governo, tiveram suas negociações de crédito paralisadas pelo banco, sem maiores justificativas. Alagoas chegou a acionar o BB no STF para realizar o empréstimo já aprovado pela Assembleia Legislativa do estado. Desgaste da imagem “Ao contrário das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), as comissões permanentes não têm competência para convocar qualquer autoridade ou pessoa para depoimento. Elas só podem convocar ministros ou titulares de instituições diretamente ligadas à Presidência da República. No caso de outras autoridades ou qualquer cidadão, podem fazer apenas um convite solicitando o comparecimento”, explicou o secretário de Relações de Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, que é o responsável da Contraf-CUT pelo acompanhamento das questões de interesse dos trabalhadores que tramitam no Congresso Nacional. “Então, mesmo com impossibilidade das comissões permanentes convocar pessoas, a motivação de um requerimento convidando o presidente de uma instituição centenária e sólida como o Banco do Brasil, para dar explicações tão graves sobre tal ingerência, já causa um desgaste gigantesco à imagem do BB junto à sociedade e ao mercado. A manipulação política dos recursos do BB, portanto, prejudica todo o zelo e o trabalho árduo dos funcionários e funcionárias da instituição”, avaliou. Investigação no TCU Na última terça-feira (1º), a pedido do Ministério Público, o Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou uma investigação a fim de apurar se o Banco do Brasil está cometendo ingerência política na concessão de empréstimos para estados e municípios. “Esperamos que a investigação no TCU caminhe e também que a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprove o pedido de requerimento de Calheiros. Nós também queremos esclarecimentos de Fausto Ribeiro. Desde que Bolsonaro assumiu o governo, o movimento sindical vem apontando a ocorrência de ingerências políticas no BB”, destacou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Os bancos públicos têm papel fundamental na redução das desigualdades entre estados e municípios. Aliado às dotações orçamentárias anuais, o crédito dessas instituições é um instrumento fundamental para o desenvolvimento do país”, pontuou. Fonte: Contraf-CUT

Precarização da segurança coloca em risco integridade de bancários

Na terça-feira, 1º de fevereiro, um bancário da agência central do Banco do Brasil da cidade de Uberaba (MG) foi agredido a golpes de capacete. Antes de partir para cima do trabalhador bancário, o autor do crime tentou quebrar equipamentos da agência, motivado pela demora no atendimento e queda do sistema. “Casos de violência como este estão se tornando recorrentes em agências bancárias de todo o país. A queda no nível de segurança nos bancos tem acontecido porque, já há algum tempo, de forma irresponsável, os bancos estão tomando a iniciativa unilateral de reduzir os gastos neste setor, alegando altos custos, por exemplo, na manutenção de portas giratórias e de vigilantes, mesmo constatado que os bancos continuam obtendo alta lucratividade”, destacou o coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elias Hennemann Jordão. Ele reiterou que o movimento sindical tem feito alertas constantes à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), nas mesas de negociações, contra o enxugamento de gastos na segurança de unidades e agências. “A vida vem em primeiro lugar. Não existe justificativa plausível para reduzir custos com a manutenção de portas de segurança e de vigilantes”, completou. Mudança do perfil Transformação de agências em unidades de negócios, sem portas giratórias; manutenção de equipamentos obsoletos e redução no número de funcionários, são alguns dos fatores apontados pela Contraf-CUT como responsáveis pelo aumento da insegurança no ambiente de trabalho dos bancários. “A transformação de agências nas chamadas ‘unidades de negócios’, em especial, sem atendimento de caixa, portas de segurança e vigilantes, é um movimento acelerado por vários bancos nos últimos dois anos”, explicou Elias. “Os bancos alegam que, nas unidades de negócios, não existe a necessidade de estrutura de segurança, porque não há a circulação de dinheiro. Mas existem caixas eletrônicos e os funcionários continuam tendo que manipular valores para atender clientes que passam nesses locais. Inclusive, além das agressões que ocorrem nas áreas dos caixas eletrônicos das agências comuns, temos recebido relatos de agressões cometidas contra os funcionários de unidades de negócios”, pontuou. Tempo de espera O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, completa que os registros de filas enormes nos atendimentos refletem também a administração do desmonte nos bancos públicos. “A contratação de mais pessoas está na nossa pauta de reivindicações para evitar acontecimentos como estes de Uberaba. Com menos funcionários, as agências ficam sobrecarregadas, demoram mais para realizar todos os atendimentos e isso causa estresse nas duas pontas, entre os funcionários e clientes. Recebemos imagens de filas tão extensas que ultrapassam a área de frente das agências”, acrescentou. Fonte: Contraf-CUT

Contraf-CUT participa de ‘Ato Justiça Por Moïse’

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) participou, nesta quinta-feira (3), da plenária Virtual Internacional para construção dos atos de solidariedade aos familiares de Moïse Kabagambe e de combate ao racismo e à xenofobia no Brasil. Eles acontecem no próximo sábado (5), a partir das 10h, em várias cidades do Brasil e do mundo. Moïse Mugenyi Kabamgabe, 24 anos, nascido no Congo, era mais um negro africano que veio buscar no Brasil o sonho de ter uma vida melhor e poder garantir a sua sobrevivência com dignidade. Mas o sonho terminou em uma barbárie: o jovem foi assassinado a pauladas por capangas apenas porque cobrou dos patrões, donos do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, onde trabalhava fazendo diárias há cerca de três anos, o recebimento de seu salário. O crime foi cometido na segunda-feira passada, dia 24 de janeiro, em plena orla da praia. Ele foi espancado por cinco homens com pedaços de madeira e taco de beisebol até a morte, seus pés e mãos foram em seguida amarrados e seu corpo jogado no chão, segundo testemunhas. O motivo torpe do crime foi porque Moïses cobrou o devido pagamento de R$200 por seu dia de trabalho. “O destino de Moïse não poderia ter sido mais trágico e só confirma a barbárie social e política aprofundada em nosso país, especialmente nos últimos anos, de explicitação do racismo, de precarização do trabalho e da banalização da violência contra os pobres. E, no Rio de Janeiro, temos o agravante de um estado dominado pelo crime organizado das milícias, braço direito político do presidente Jair Bolsonaro, em que muitos crimes ficam sem respostas”, critica o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, que participou da plenária. A comunidade negra suspeita de que a maior parte dos quiosques da região é de propriedade de milicianos. A forma bárbara com que o jovem foi morto em local público, de grande movimento, aumentam essas suspeitas e o medo da impunidade. A família de Moïse está no Brasil desde 2014. Trabalho precário Almir Aguiar acredita que este caso também mostra como as reformas trabalhistas potencializaram o trabalho precário no Brasil, sem nenhum direito e com negociações individuais e diretas do trabalhador com seus patrões e que o jovem também foi vítima desta triste realidade. “O jovem africano é fruto de um trabalho quase escravo, sem nenhum direito à carteira assinada, FGTS, 13º salário, negociação coletiva, representação sindical e aposentadoria, como sofrem milhões de brasileiros e imigrantes. E negros e negras são sempre as maiores vítimas desta tragédia social que vivemos hoje no Brasil”, completou. Fonte: contraf-CUT

TCU investiga ingerência política no Banco do Brasil

O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga se o Banco do Brasil está cometendo ingerência política na concessão de empréstimos para estados e municípios. A apuração foi instaurada a pedido do subprocurador-geral do Ministério Público, Lucas Rocha Furtado. As suspeitas começaram com a decisão do BB de suspender operações de crédito para Alagoas e Bahia. Alagoas recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a concessão do empréstimo de R$ 770 milhões que o BB abandonou sem maiores justificativas. O estado é governado por Renan Filho (MDB) que, além de ter como pai o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que foi relator da CPI da Covid-19, disputa protagonismo político no estado com o atual presidente da Câmara e aliado de Bolsonaro no Congresso, Arthur Lira (PP-AL). Já a Bahia, liderada pelo petista Rui Costa, teve a operação de crédito de R$ 228 milhões também paralisada. O estado não chegou a entrar com recurso no STF, mas iniciou, nos bastidores, um movimento de cobrança por “tratamento isonômico” entre os entes federativos. Os jornais Folha de S.Paulo e O Globo também divulgaram reportagens apontando que, além de prejudicar estados liderados pela oposição, o BB estaria favorecendo os que são comandados por políticos que compõe a base parlamentar do governo federal no Congresso. Em 2021, por exemplo, dos R$ 5,35 bilhões emprestados pelo banco aos entes federativos, dois terços foram pagos para governos ou partidos que apoiam a gestão bolsonarista. >>>>> Jornais revelam ingerência política no Banco do Brasil Não é a primeira vez que os funcionários e o movimento sindical apontam a ocorrência de ingerência do governo federal no Banco do Brasil. Em outras ocasiões, houve interferência na publicidade do banco, tanto com relação ao pagamento feito a “sites amigos”, como quando Bolsonaro vetou uma campanha publicitária voltada para o público jovem. E ficou famoso o caso de venda de carteira bilionária do banco para o BTG Pactual, que teve como fundador o atual ministro da Economia, Paulo Guedes. Indicações bolsonaristas Para o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, o direcionamento político de empréstimos, agora exposto pela imprensa, faz parte de um mecanismo maior de ingerência política dentro do BB: “A indicação dos quadros mais altos da administração do banco tem clara influência bolsonarista. Temos, desde a indicação de Fausto Ribeiro para assumir a presidência do BB, de viés negacionista, a ponto de obrigar o retorno ao trabalho presencial, mesmo diante do recrudescimento da pandemia, até a indicação de Carlos Motta à vice-presidência do Negócios de Varejo e de Antonio Hamilton Rossel Mourão à gerente executivo de Marketing e Comunicação do BB“, pontuou. Durante a corrida presidencial de 2018, Carlos Motta dos Santos fez vaquinha para a campanha de Bolsonaro. Após a eleição, saiu do cargo de superintendente na Bahia para o cargo de vice-presidente de Distribuição e Varejo do banco. “Ninguém sai de superintendente estadual para vice-presidente da noite para o dia. Ele pulou vários cargos que essa trajetória obriga”, destacou Fukunaga. O que dizer então da rápida ascensão de Antonio Hamilton Rossel Mourão? O filho do vice-presidente da República, general Mourão, mudou de cargo duas vezes em seis meses, passando de assessor empresarial da área de agronegócio, para assessor especial da Presidência e, depois, a gerente executivo de Marketing e Comunicação do BB. Nesse percurso, seu salário também triplicou. Outro aliado do governo Bolsonaro beneficiado nos quadros do BB é Antônio José Barreto de Araújo Júnior, hoje vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial. Barreto foi auxiliar de Onyx Lorenzini, ministro do Trabalho e Previdência, em dois outros ministérios pelos quais passou o político que atualmente é filiado ao mesmo partido de Bolsonaro, o PL. O vice-presidente de Agronegócios do BB, Renato Luiz Bellinetti Naegele, também é apontado como beneficiado politicamente por Bolsonaro. Ele passou de assessor da Presidência do BB para o cargo de VP por indicação do então presidente do banco Fausto Ribeiro. No passado, Naegale trabalhou no gabinete do senador Wellington Fagundes (PL), próximo do também senador e filho do presidente, Flávio Bolsonaro. Fonte: contraf-CUT

Itaú paga PLR no dia 25 de fevereiro

Em resposta ao ofício enviado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) para a antecipação de pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o banco Itaú informou, nesta quinta-feira (3), que irá efetuar o crédito no dia 25 de fevereiro. Fonte: contraf-CUT

Manifestações denunciam descaso da Caixa com saúde dos empregados

Sindicatos dos bancários de todo o Brasil se uniram aos empregados da Caixa Econômica Federal, nesta quinta-feira (3), para cobrar a melhoria das condições de trabalho no banco neste momento de retomada do crescimento dos casos de contaminação, internação e morte por Covid-19 no país, assim como atendimento do Plano de Assistência à Saúde, o Saúde Caixa, principalmente o serviço de telemedicina. Os trabalhadores denunciaram o não cumprimento dos protocolos de segurança sanitária e prevenção à Covid-19. “Estamos recebendo diversas denúncias de que muitos gestores desconhecem os protocolos e outros se recusam a cumpri-los, seja por terem aderido ao discurso que nega a gravidade da doença, seja por se verem forçados a cumprir as metas absurdas impostas pelo banco. Isso coloca em risco a saúde e a vida dos empregados, clientes e da população de uma forma geral”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Em Carta Aberta distribuída durante as atividades, os empregados observam que a “gestão de Pedro Guimarães na Caixa e sua proximidade política com Jair Bolsonaro, com especulações, inclusive, de ele ser candidato a vice-presidente da República nas próximas eleições, na chapa do atual presidente do Brasil, tem aproximado o banco da teoria negacionista, que menospreza a pandemia, em prejuízo das necessárias medidas de prevenção contra a doença.”      >>>>> Veja galeria de fotos “Tem gestor que evita afastar empregados para que os mesmos tratem de sua saúde e, no caso de Covid-19, fique isolado. Também não fecham as unidades onde foram registrados casos confirmados da doença. Com isso, não é possível que se realize a devida sanitização. Tudo isso para que não seja prejudicado o cumprimento das metas estabelecidas pelo banco”, disse o representante da Federação dos Bancários do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP) na CEE, Jorge Luiz Furlan. “Para o banco, representado por estes gestores, o cumprimento das metas é mais importante do que a saúde e as vidas de funcionários, clientes e da população em geral”, completou. Saúde Outro ponto que levou à realização do Dia Nacional de Luta é a dificuldade encontrada pelos empregados de atendimento nos serviços de saúde devido à sobrecarga no sistema de saúde pública e também do Plano de Assistência à Saúde dos empregados, o Saúde Caixa, principalmente com relação aos serviços de telemedicina. “É uma questão que coloca em risco os empregados e clientes, principalmente neste momento de pandemia, quando muitos precisam de atendimento de urgência ou evitam o comparecimento a hospitais, clínicas e laboratórios, para não ficarem sujeitos ao contágio”, observou Furlan ao destacar que o número de pessoas contaminadas na Caixa cresceu muito em todo o Brasil, segundo levantamento realizado pelos sindicatos. Fonte: contraf-CUT

Negociações avançam, mas empregados mantém cobranças à Caixa

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal e o banco se reuniram na tarde desta quarta-feira (2) para discutir sobre a melhoria dos protocolos de segurança sanitária e de prevenção à Covid-19 e as dificuldades de implantação dos mesmos, seja devido à falta de respeito, ou desconhecimento dos protocolos pelos gestores, seja pelo não afastamento de trabalhadores contaminados, ou a falta da adequada sanitização, muitas vezes para cumprir metas estabelecidas pelo banco. “As negociações trouxeram avanços importantes, mas é preciso que todos se mantenham mobilizados para garantirmos a melhoria dos protocolos contra a Covid-19 e também de outras questões que afetam o dia a dia e as condições de trabalho dos empregados”, avaliou o representante da Federação dos Bancários do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Jorge Luiz Furlan, que coordenou a representação dos trabalhadores. “Por isso, todos devem participar, nesta quinta-feira (3), das atividades do Dia Nacional de Luta dos empregados da Caixa”, convocou Furlan. Máscaras O banco acatou a reivindicação dos empregados com relação ao fornecimento de máscaras adequadas para resguardar os empregados do contágio e transmissão das novas cepas do vírus da Covid-19. Ainda não está definido, no entanto, se o banco vai conceder recursos para a compra pelas próprias unidades, ou se será feita a compra centralizada para distribuição. A resposta sobre a forma de operacionalização deve ser dada na próxima semana. A representação dos empregados avalia que este é um importante avanço, uma vez que a Portaria publicada pelo governo diz que as máscaras poderiam ser de pano, que, segundo os especialistas, não são eficazes para a prevenção contra a variante Ômicron, por exemplo. Controle de acesso O banco disse que não existe nenhuma previsão para que haja qualquer tipo de contingenciamento do acesso de clientes às agências. Inclusive, reforçou que os contratos que permitiram a disponibilização de seguranças e recepcionistas para contribuir com a organização das filas e instrução aos clientes foram encerrados e não existe nenhuma previsão para que novas contratações com esta finalidade sejam realizadas. Concurso de 2014 O banco confirmou, porém, que serão nomeados, pelo menos, mais 1.000 novos empregados entre os aprovados do concurso de 2014. A imprensa está noticiando a contratação de 10 mil novos empregados. “Sabemos que a demanda é maior. Mas, esses 1.000 novos empregados poderão dar uma grande ajuda para reduzir a sobrecarga a qual os empregados estão submetidos, principalmente se estes forem nomeados para o atendimento nas agências”, disse o representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários da Bahia e do Sergipe (Feeb/BA-SE), Emanoel Souza. Implementação dos protocolos Em resposta às criticas dos trabalhadores, os representantes da Caixa disseram que todos os gestores e empregados são orientados a seguirem à risca todos os protocolos de segurança sanitária e prevenção contra Covid-19 e que são disponibilizadas máscaras, álcool em gel e em líquido 70%, além de cloro para a higienização das unidades. Ressaltaram, ainda, que todos os dias se faz a higienização de todas as unidades, independentemente de haver casos confirmados de contágio, e que, caso haja casos confirmados, é feita a devida sanitização do ambiente. Os trabalhadores contestaram tal afirmação e disseram que em muitos casos não existe nem álcool em gel para as mãos, quanto mais os produtos adequados para a higienização e sanitização da agência. “No papel é tudo muito bonito, mas isso não acontece na prática. Nós, que visitamos as agências, recebemos reclamações todos os dias de que faltam produtos e que gestores se recusam a encaminhar empregados com suspeita de contaminação para a realização de testes ou de fecharem a unidade para a sanitização”, disse a representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi/MG), Eliana Brasil. “Muitos gestores sequer usam a máscara de proteção. Quando isso acontece, seus subordinados não se sentem obrigados a cumprir os protocolos”, completou a representante da Fetrafi/MG. Os representantes da Caixa disseram que é importante que a CEE traga os casos para a mesa, pois estes problemas não deveriam existir. O banco se comprometeu a reforçar as orientações para os gestores de que os protocolos devem ser totalmente cumpridos e pediu a contribuição do movimento sindical para que esta informação seja transmitida para todo o país. Pediu também para que a fiscalização continue ocorrendo. Fórum paritário O banco aceitou criar um fórum paritário, com representantes da Caixa e do movimento de representação dos empregados, para debater sobre os problemas que afetam o dia a dia de trabalho nas unidades da Caixa e permita a resolução de problemas de uma forma mais rápida. A previsão é de que este fórum se reúna semanalmente já a partir da semana que vem. Neste primeiro momento, os debates vão girar em torno dos protocolos de prevenção contra a Covid-19. “Este fórum servirá de apoio à CEE e terá apenas uma função operacional, com a finalidade de agilizar a resolução dos problemas”, explicou Furlan. “Trata-se de uma antiga reivindicação do movimento sindical”, completou. PLR e Promoção por mérito Os trabalhadores questionaram o banco sobre a possibilidade de antecipação do pagamento da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR), conforme solicitado pela Contraf-CUT em ofício ao banco. O banco se limitou a dizer que recebeu a solicitação, mas que não existe resposta para a demanda. Se o pedido da Contraf-CUT não for atendido, a data de pagamento permanece como prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (31/3/2022). O banco também não tem resposta sobre a proposta ratificada pelos trabalhadores na reunião do Grupo de Trabalho de Avaliação por Mérito ocorrida na última segunda-feira (31/1). Segundo o banco, ainda é preciso que a mesma seja analisada para que se faça um estudo sobre a possibilidade, ou não, de se acatar a proposta dos trabalhadores, que prevê a distribuição de um Delta para todos e que o segundo Delta seja oferecido àqueles que atendem aos critérios estabelecidos pelo banco. Fonte: Contraf-CUT

Santander pagará PLR no dia 25

Em resposta ao ofício enviado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) para a antecipação de pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o banco Santander informou, nesta quarta-feira (2), que irá efetuar o crédito no dia 25 de fevereiro, em folha de pagamento mensal, a qual ocorreria ordinariamente em 28 de fevereiro, mas foi antecipada. Na mesma data, também será efetuado o pagamento dos valores do programa próprio de participação nos resultados (PPRS). Este programa próprio está em fase de apuração final. A divulgação de resultados do Santander, referente ao exercício de 2021, ocorreu nesta quarta-feira (2). Fonte: contraf-CUT

Santander lucra quase R$ 16,5 bi em 2021

O banco Santander obteve Lucro Líquido Gerencial de R$ 16,347 bilhões em 2021, alta de 7% em relação a 2020, com rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROAE) de 21,2%. O lucro mundial do banco foi de € 8,654 bilhões, crescimento de 70,3%.  “Um banco que, mesmo em período de pandemia, lucra quase R$ 16,5 bilhões em um ano, pode fazer mais por seus funcionários e, principalmente, para o país”, observou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias, ao ressaltar que os funcionários do banco cobram que o banco cumpra seu papel social, pare de demitir, melhore e respeite os protocolos de segurança sanitária e prevenção à Covid-19. Menos agências, menos empregos O resultado no Brasil representa 26,9% do lucro global, segundo análise realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em contrapartida, o Santander contribui com o desemprego no país. O banco encerrou 2021 com 48.834 empregados. O saldo entre contratações e demissões foi positivo nos três primeiros trimestres, mas no quarto houve uma redução de 452 postos de trabalho. No ano, o saldo foi positivo, com a abertura de 4.235 postos de trabalho em doze meses. “Apesar do aumento das contratações é fato que as mesmas ocorreram de terceiros e não de bancários. Com redução de direitos e condições de trabalho precárias”, observou Lucimara. Se considerarmos o período de dez anos (2012 a 2021) houve uma redução de 5.198 postos de trabalho bancário no Santander. Outro desfalque que o banco causa ao país é o fechamento de agências bancárias. Em 2021 foram fechadas 166 agências bancárias e 27 postos de atendimento bancário (PABs). Mas, ao analisarmos os balanços de todo o período da pandemia, vemos que foram fechadas 341 agências e 128 PABs do Santander. A maior parte destas unidades fechadas era localizada em cidades distantes dos grandes centros de poder econômico do país, ou nas periferias das grandes cidades. “Quando o banco fecha uma agência em uma cidade afastada dos grandes centros, muitas vezes, ele está fechando o único banco daquela localidade. Com isso, as pessoas de lá, que na maioria das vezes não tem as mesmas facilidades de acesso aos meios digitais de transação bancária, são obrigadas a deslocar por grandes distâncias para conseguir exercer seu direito constitucional de uso do sistema bancário. Assim, o banco deixa de cumprir sua obrigação social”, destacou a coordenadora da COE/Santander. “Além disso, a economia local é prejudicada, principalmente o comércio”, completou. Crédito A Carteira de Crédito Ampliada do banco no país teve alta de 11,8% em doze meses e de 1,9% no trimestre, atingindo R$ 536,5 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 20,6% em doze meses, chegando a R$ 210,2 bilhões, com crescimento em todas as linhas e impulsionadas, especialmente, pelo crédito pessoal / outros (+33,9%), crédito imobiliário (+20,5%), por Leasing / Veículos (+17,4%) e por Rural (+14,3%). O Índice de Inadimplência superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 2,7%, com alta de 0,6 pontos percentuais em comparação a 2020. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) foram reduzidas em 6,8%, totalizando R$ 15,356 bilhões. Veja abaixo a tabela resumo do balanço do Santander, ou leia a íntegra da análise, ambos elaborados pelo Dieese.

Jornais revelam ingerência política no Banco do Brasil

Além de segurar a concessão de crédito para estados comandados por adversários políticos do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Banco do Brasil empresta milhões para estados e municípios, liderados por apoiadores do atual presidente da República, sem cobrar garantias em caso de inadimplência. As revelações são de matérias dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo. “O Banco do Brasil é fundamental para a economia do país. Não podemos permitir que a ingerência política coloque em risco o equilíbrio desse instrumento que deveria estar contribuindo para a retomada do desenvolvimento e não para agradar parceiros políticos de Bolsonaro”, criticou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. Entre os estados prejudicados pelo banco, por serem liderados por adversários políticos de Bolsonaro, está Alagoas, que recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para concessão de crédito depois que o BB abandonou as negociações sem maiores justificativas. Matéria da Folha de S.Paulo conta ainda que a Bahia, governada pelo petista Rui Costa, também teve suas operações de crédito paralisadas pelo banco. O estado, agora, tem cobrado do BB “tratamento isonômico” em relação aos demais entes federativos. Outra reportagem, do jornal O Globo, mostrou que, em 2021, o BB emprestou R$ 5,35 bilhões para estados liderados por políticos de partidos que compõe a base parlamentar do governo federal no Congresso. Entres os que encabeçaram a lista de beneficiados estão o Paraná, governado por Ratinho Júnior (PSD), com R$ 1,4 bilhão, e o Amazonas, comandando por Wilson Lima (PSC), com outros R$ 1,1 bilhão. Na última segunda-feira (31), a Folha de S.Paulo divulgou uma nova matéria revelando que, no ano passado, o Banco do Brasil emprestou outros R$ 775 milhões para estados e municípios sem qualquer garantia em casos de inadimplência. Nessas operações, caso o ente federativo que contratou o empréstimo deixe de pagar as parcelas, o banco não poderá recorrer à União. Insegurança jurídica Mas, um outro detalhe chama a atenção nesses empréstimos sem garantia revelados pelo jornal. Neles, o BB aplica taxas mais elevadas, entre 159,4% e 230% do CDI, ou Certificado de Depósito Interbancário, que tem rendimento próximo à Selic, hoje em 9,25% ao ano. “Essa informação é mais uma que aponta para a instrumentalização meramente política do BB e de seus recursos neste governo. O exercício é o seguinte: o empréstimo sai rápido para prefeitos e governadores da base bolsonarista. Mas, o pagamento da fatura pode durar até uma década e a juros mais altos do que em outros tipos de crédito, contribuindo negativamente para o equilíbrio financeiro dos estados e municípios”, observou Fukunaga. “Enfim, essa é a lógica bolsonarista na gestão do BB. Um instrumento que deveria ser usado de forma inteligente pelo desenvolvimento nacional, mas que agora realiza empréstimos sem garantia em prejuízo próprio ou em prejuízo dos contribuintes dos estados e municípios”, concluiu. >>> Gestão Bolsonaro no BB: apadrinhamentos e negacionismos “Uma operação de crédito sem garantia e de longo prazo traz sérios riscos jurídicos futuros ao banco. O próximo governante pode não querer pagar o empréstimo, alegando que o contrato foi realizado com taxas muito altas para o setor público, por exemplo”, avaliou o ex-diretor da Previ e aposentado do BB José Ricardo Sasseron, que conversou com a Contraf-CUT. “Esse tipo de crédito, normalmente, tem como previsão de garantia o tesouro da União. Ou seja, o banco costuma ofertar crédito para iniciativas que são de interesse público, desde que haja garantia do tesouro. O que não é o caso desses contratos revelados na matéria da Folha”, completou, lembrando que a concessão de crédito, sem garantias, pode ferir a Lei das Estatais, nº 13.303/2016, que estabelece critérios de transparência na administração. Sasseron destacou ainda que, para ser aprovada, toda operação de crédito de grandes proporções passa por uma série de pessoas, dentro do banco. “Existe um rito de tramitação que envolvem muitos trabalhadores. Então, esse tipo de ingerência política dentro do BB pode comprometer uma cadeia inteira de pessoas. É importante salientar, portanto, que os bancários, de forma geral, têm que ter tranquilidade de não aceitar uma operação quando tiverem alguma desconfiança. Claro que existem pressões, mas os funcionários têm o amparo de normas que são do próprio banco”, esclareceu. Sobre o prejuízo dessas notícias à imagem do Banco do Brasil no mercado e junto à população, o ex-diretor da Previ avaliou que, ao longo dos anos, o BB foi capaz de construir uma estrutura de governança robusta, “com procedimentos claros, decisões coerentes, relacionamentos e prestações de contas transparentes”. “Até o começo de 2021, o Banco do Brasil vinha acumulando avaliações positivas de entidades de mercado, em termos de potencial de lucratividade da ação e crescimento da instituição, superando, até mesmo, o banco Itaú. Agora, certamente, esse tipo de notícia expõe o BB a fragilidades”, pontuou ele, completando: “Que tipo de providência o Comitê de Auditoria e Comitê de Gestão de Riscos e Capital do Banco do Brasil vão tomar? Afinal de contas, são dois órgãos que têm que zelar pelas boas práticas de gestão de risco, pela aderência aos normativos internos e externos do banco, pelo comportamento íntegro dos administradores. E todas as questões que as matérias colocam atentam contra isso. Então, o que esses dois órgãos estatutários vão fazer diante dessa situação?”, questionou. Fonte: contraf-CUT

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