Demissões e fechamento de agências explicam lucro do Bradesco
Balanço do banco foi esmiuçado na volta dos trabalhos do encontro nacional dos trabalhadores O fechamento dos postos de trabalho e o de agências são dois dos principais pontos do lucro do Bradesco nos últimos meses. Essa foi uma das conclusões do debate sobre o balanço do banco, que deu início aos trabalhos da tarde desta terça-feira (3), no Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco, que está sendo realizado virtualmente. Nos primeiros três meses de 2021, o Bradesco teve Lucro Líquido Recorrente de R$ 6,5 bilhões, alta de 73,6% em relação ao mesmo período de 2020. “O Bradesco está trocando agências por unidade de negócios, com menos bancários, menor estrutura de segurança o que aumenta seus lucros. A redução no emprego também chama atenção, principalmente, por ser em sua grande maioria de trabalhadores de agências”, explicou Gustavo Cavarzan, técnico da subseção do Dieese da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). O Bradesco fechou 8.547 postos de trabalho e 1.088 agências em doze meses. “Mais de 10% de emprego da empresa eliminada em um ano”, lamentou o técnico do Dieese. O espanto é maior se voltarmos alguns anos. Em 2016, antes de comprar o HSBC, o Bradesco tinha 89, 424 trabalhadores. No ano seguinte, depois da fusão, chegou a 109, 922. Atualmente são 88.687 funcionários. “Chegou a um patamar menor do que antes de comprar o HSBC. A mesma coisa aconteceu com as agências bancárias. Eram mais de 4.400, chegou a mais de 5.300 e atualmente são apenas 3.312. Podemos dizer que o Bradesco é um banco menor em estrutura, mesmo depois de comprar o sexto maior banco do país, na época. Em estrutura, pois os resultados são muito maiores”, salientou Gustavo Cavarzan. Novas plataformas O técnico da subseção do Dieese da Contraf-CUT ainda apresentou novas plataformas que o banco utiliza para disponibilizar seus serviços e produtos, como Ágora, Next e Bitz. “O Bradesco pode ser um estudo de caso de como o movimento sindical deve atuar para abarcar os trabalhadores que não são considerados bancários, mas atuam diretamente para ajudar a construir o resultado do banco”, finalizou. Fonte: Contraf-CUT
Segurança bancária é tema da terceira mesa do Encontro do Bradesco
Trabalhadores debatem como a retirada das portas giratórias é arriscada “O ano de 2022 será fundamental para a segurança do bancário dentro das agências”. Essa é a opinião Elias Jordão, coordenador do Coletivo de Segurança Bancária da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que participou da mesa de segurança bancária do Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco, realizado de forma digital na manhã desta terça-feira (3). Isso porque, segundo Jordão, os bancos estão investindo massivamente em novos modelos de agências, as chamadas agências de negócios, sem portas de segurança. “Eles argumentam com as quedas nas estatísticas de crimes, pela digitalização e virtualização do dinheiro. A Polícia Federal, mesmo com a nossa pressão, tem autorizado o plano de segurança em agências que não circulam o numerário”, lamentou. O coordenador do Coletivo de Segurança Bancária lembrou que este é um debate de mais de 20 anos. “Os bancos resistiram muito para aceitar esse debate. Nossa conquista veio com a prova de que as portas de segurança são um item inibitório de ataques às agências. A retirada abrange todos os bancos, que estão aproveitando esse momento e a conjuntura, com rodízio nas agências e dirigentes sindicais em home office. Não podemos aceitar. Temos que nos mobilizar e evitar que isso aconteça.” O Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco voltará após o almoço. Programação 13h30 – Balanço do banco 14h20 – Teletrabalho – Magaly Fagundes, coordenadora da COE Bradesco 15h – Apresentação proposta dos encontros estaduais/regional 17h – Encerramento Fonte: Contraf-CUT
Saúde do Trabalhador é debatida no Encontro dos Trabalhadores do Bradesco
Reflexos da pandemia na categoria foram discutidos durante encontro Saúde do trabalhador foi o tema da segunda mesa do Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco, na manhã desta terça-feira (3), realizado em formato virtual. “O tema de saúde sempre foi muito importante para o movimento sindical bancário. Com a pandemia, ganhou ainda mais importância”, afirmou o palestrante Mauro Salles, secretário de Saúde do Trabalhador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contrraf-CUT). Ele lembrou que assim que a pandemia do coronavírus (Covid-19) foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o vírus tomou conta do Brasil, o Comando Nacional dos Bancários correu para negociar com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para proteger a categoria. “Conquistamos rodízio, metade da categoria em home office, garantia de emprego e alguns protocolos que foram extremamente importantes para garantir que a tragédia não fosse tão grande na categoria. Esses cuidados se mantêm, pois, a pandemia não acabou. Outro movimento que a gente fez, foi vacina para todos e prioridade para os bancários.” O secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT revela que a pressão pela volta dos bancários vacinados já começou por parte dos bancos. “O acordo que tivemos com a Fenaban é que não haverá volta sem negociar os critérios, com um protocolo único mínimo de procedimento. Temos que continuar protegendo os trabalhadores de riscos à sua saúde.” Outra preocupação apontada por Mauro Salles foi com os trabalhadores que ficaram com sequelas da Covid. “Sabemos que a maioria dos trabalhadores que tiveram Covid-19 tem sequela. Isso nos preocupa muito, tem que ser monitorado e os bancos têm responsabilidade. Imagine você trabalhar com excesso de sono, cansado, falta de memória, dificuldades de cognição. Isso vai atrapalhar seu desempenho, vai impedir de bater as metas”, afirmou ele antes de informar da parceria da Contraf-CUT com o Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp) para construir um corte especial e exclusivo para os bancários da pesquisa de possíveis sequelas e impactos causados pelo Coronavírus. Neste estudo, todos os bancários podem responder questionários online. Os detalhes da pesquisa estão descritos no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que deve ser assinado para participar do estudo. Será garantido sigilo aos dados pessoais. “Nós temos que negociar com os bancos os direitos de tratamentos, cuidados especiais para esse tipo de trabalhador. Para subsidiar esse processo de negociação, estamos com essa pesquisa, que será muito importante para dar força às nossas reivindicações.” O secretário lembrou que a pandemia acelerou e aprofundou alguns problemas antigos da categoria. “As metas, por exemplo, continuam gerando uma pressão muito forte durante a pandemia, mesmo nos trabalhadores em teletrabalho. Isso causa um impacto muito forte na saúde do trabalhador. O nível de afastamento de doenças psíquicas dos bancários já era muito acima das outras categorias, antes mesmo da pandemia. Isso piorou. Agora temos que retomar esse debate, para acabar com o assédio moral para o atingimento de meta. Outra coisa foi a Ler/ Dort que piorou também. O home office gerou muitas vezes o trabalho excessivo sem condições longe das ideais. Esses debates terão de voltar a pauta”, completou. “São desafios muito importantes, eu acho que vamos continuar convivendo com a pandemia, vamos ter que continuar nos cuidando, cuidando dos colegas, além de continuar cuidados de outros problemas que tendem a aumentar. Por isso, mais do que nunca temos que ter a capacidade de entender a situação, para melhor negociar e estabelecer as estratégicas de enfrentamento sindical, para garantir melhores condições de trabalho para a nossa categoria”, finalizou Mauro Salles. Programação 11h – Segurança Bancária/ unidade de Negócio Elias Jordão, coordenador do Coletivo de Segurança Bancária da Contraf-CUT 12h – almoço 13h30 – Balanço do banco 14h20 – Teletrabalho – Magaly Fagundes, coordenadora da COE Bradesco 15h – Apresentação proposta dos encontros estaduais/regional 17h – Encerramento Fonte: Contraf-CUT
Análise de conjuntura abre o Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco
Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, palestrou sobre “O Brasil que queremos” “O Brasil que queremos”. Este foi o título da análise de conjuntura, feita por Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que abriu o Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco, na manhã desta terça-feira (3), realizado em formato virtual. “Nós temos que discutir o Brasil que a gente quer, para pensar numa solução para este mundo que está tão doente. É importante falar do geral, para depois falarmos do específico. Olhando o geral para saber como vamos atuar por banco”, salientou Juvandia, que também é funcionária do Bradesco. “Nós vivemos num momento muito difícil. É importante chamar atenção para essa financeirização da economia, a culpa do capital financeiro de tudo isso. Ela é a razão de todas as mazelas que estamos vivendo, de todas as mudanças que estamos vivendo dentro do banco. Isso impacta nossa vida o tempo todo”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT. “No Brasil, nós passamos um golpe determinado por esses interesses, que queria nossas estatais, nossas riquezas, queriam criar o tal ambiente de negócios. E a presidenta Dilma não se focava nesses interesses, pois isso era necessário tirar o PT do poder, para cumprir a agenda ultraliberal e entreguista. Depois disso, com o discurso de anticorrupção, foi eleito um governo desumano, genocida.” Ela explicou ainda que o capitalismo financeiro interfere diretamente também nos empregos bancários. “O que aconteceu no ano passado ficou claro isso. O Bradesco e o Itaú olharam para o Santander que estava com o índice de eficiência melhor de todos os bancos brasileiros. Este índice só importa o quanto se gasta para lucrar. Ou seja, é uma eficiente às custas de famílias inteiras, que perdem seus empregos. Ai o Bradesco foi lá e começou a demitir, em meio a uma pandemia”, lembrou. “Quando um banco respeita seus funcionários, suas famílias, as ações caem. Então esse capitalismo financeiro é um câncer para a sociedade. Aqui no Brasil é ainda pior. Aqui acionistas recebem dividendos e não pagam nada de impostos. Só existem dois países do mundo que fazem isso. O capitalismo financeiro dita regras cruéis”, lamentou. Juvandia reiterou a importância da análise geral, para falar do específico. “Não dá para a gente reagir essas mudanças só pensando na mesa de negociação, seja com o Bradesco ou com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Essas mudanças são muito mais profundas, é uma mudança de sociedade. A gente precisa debater isso, nós somos 99% da população, nós temos muita força. E vou além, o papel do movimento sindical passa por discutir a população”, finalizou. Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, concordou com a presidenta da Contraf-CUT. “É o desafio que está colocado para nós, no nosso próprio slogan a gente fala isso: “o que queremos do futuro é emprego, saúde e um Brasil melhor”. Por isso este evento é tão importante. Temos que sair deste dia consciente dos nossos desafios.” O Encontro Nacional continua com a mesa sobre Saúde do Trabalhador, ministrada por Mauro Salles, secretário da Saúde do Trabalhador. Programação 9h50 – Saúde do Trabalhador – Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT 10h40 – intervalo 11h – Segurança Bancária/ unidade de Negócio Elias Jordão, coordenador do Coletivo de Segurança Bancária da Contraf-CUT 12h – almoço 13h30 – Balanço do banco 14h20 – Teletrabalho – Magaly Fagundes, coordenadora da COE Bradesco 15h – Apresentação proposta dos encontros estaduais/regional 17h – Encerramento Fonte: Contraf-CUT
Tributação e desigualdade no Brasil em debate nesta terça-feira (3)
Atividade faz parte do ciclo de formação sobre “Desenvolvimento, novas desigualdades e Justiça Fiscal no Brasil”, promovido pelo Instituto Lula e a Campanha Tributar os Super-Ricos O quarto encontro do ciclo de debates formativos sobre “Desenvolvimento, novas desigualdades e Justiça Fiscal no Brasil”, organizado pelo Instituto Lula, em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e as demais entidades coordenadoras da campanha “Tributar os Super-Ricos”, será realizado nesta terça-feira (3/8), a partir das 19h30. “A tributação no Brasil atinge, proporcionalmente, muito mais os mais pobres do que os mais ricos. Isso é um dos motivos que fazem com que a desigualdade socioeconômica não apenas persista, mas se aprofunde e crie obstáculos para o desenvolvimento econômico sustentável e distributivo. Queremos mostrar esta realidade de forma clara e direta para ajudar os participantes entendê-la e, desta forma, conseguir retransmitir tais informações aos seus grupos de influência”, explicou Maria Raia, secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, uma das entidades coordenadoras da Campanha Tributar os Super-Ricos, que, em parceria com o Instituto Lula, promoverá o ciclo de debates. Os diretores do Instituto Justiça Fiscal (IJF), Paulo Gil Holck Introíni e Rosa Chieza, foram convidados para contribuir com as reflexões sobre Tributação e desigualdade no Brasil. Inscrições As inscrições são gratuitas. Os interessados em obter o certificado devem preencher os formulários de presença e realizar as atividades que devem ser entregues até 18 de outubro. O formulário está disponível no link bit.ly/ciclojusticafiscal. As aulas remotas acontecem sempre às terças-feiras, às 19h, até 28 de setembro de 2021 e as transmissões, além do Facebook da Contraf-CUT, serão pelas redes do Instituto Lula, e pelo Facebook da campanha Tributar os Super-Ricos e demais entidades que fazem parte da campanha. Além de acompanhar os debates, os inscritos podem acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), realizar leituras, atividades e, ao final, ter direito a certificação. O curso soma 50 horas de atividades híbridas, sendo 22 horas síncronas e 28 horas assíncronas. CRONOGRAMA 13/07 – Encontro de abertura: Dilma Rousseff (já realizado) Fundamentos da desigualdade 20/07 – Desigualdade e Distribuição de Renda no Brasil: Jorge Abrahão e Juliane Furno (já realizado) 27/07 – Estado e Desenvolvimento no Brasil – Dênis Maracci Gimenez e Eduardo Costa Pinto (já realizado) 03/08 – Tributação e desigualdade no Brasil – Paulo Gil Holck Introíni e Rosa Chieza Transformações da Sociedade Contemporânea 10/08 – Novos negócios e sociedade de serviços: Cássio da Silva Calvete 17/08 – Mudanças na sociedade do trabalho e na estrutura de classes: Marilane Teixeira e Adalberto Cardoso 24/08 – O aprofundamento das desigualdades: Pedro Abramovay 31/08 – Geopolítica internacional: o que muda com a emergência de novos atores globais?: Elias Jabour e Neusa Bojikian Desafios Imediatos e Estratégicos 14/09 – O desenvolvimento econômico e social sob novos paradigmas: Cristina Reis e Gabriel Rossini 21/09 – Como superar as desigualdades no Brasil? Roberto Amaral e Regina Camargos 28/09 – Os caminhos e desafios para a justiça tributária: Dão Real Pereira dos Santos e Marina Marinho Fonte: Contraf-CUT