A investigação da venda pelo Banco do Brasil de uma carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões ao BTG Pactual por R$ 317 milhões pode voltar à tona, a pedido da nova presidenta do BB, Tarciana Medeiros. A transação foi realizada em 2020, gerando muitas críticas dentro e fora da instituição. Foi a primeira vez que esse tipo de operação foi realizado fora do conglomerado do BB.
Em dezembro de 2021, a Controladoria-Geral da União avaliou, em relatório, que a transação havia ocorrido sem um planejamento estruturado e sem as justificativas de mercado. Segundo o documento, “o banco realizou uma operação piloto de cessão sem um plano diretor que a balizasse, sem demonstrar o mercado onde está se inserindo, tomou decisões sem as devidas justificativas e com um processo de gerenciamento de riscos superficial”.
O relatório conclui ainda que o processo de cessão dessa carteira de créditos a terceiros não está devidamente estruturado no Banco do Brasil e que o volume elevado de estoque de créditos a serem cedidos em uma única carteira não se justifica.
Na ocasião, o Banco do Brasil respondeu aos auditores da CGU que seguiu rigorosos processos de governança para preparar a cessão, solicitando pareceres a áreas técnicas, e tendo assessoramento jurídico e acompanhamento por um comitê de riscos.