Trabalhadores e Santander se reúnem para discutir Programa de metas

Representantes dos trabalhadores participaram de uma reunião com o Santander no Grupo de Trabalho de Saúde para debater temas relacionados ao Programa de metas do banco. Entre as pautas do encontro estava a cláusula 87 da Convenção Coletiva de Trabalho , cujo texto prevê o debate sobre as formas de acompanhamento das metas estipuladas para cada trabalhador e suas cobranças.

No encontro também foram abordados o programa de incentivos aos funcionários da rede de agências no Brasil e o programa Mais Certo, em que o banco estabelece as metas semestrais para cada segmento de especialistas.

Também foram apresentadas as atribuições das metas por ESN (especialista de serviço do negócio), como se dá o acompanhamento para que cada funcionário atinja as metas e um comitê de metas por segmento de clientes.

De acordo com a área de incentivos, o Santander é o único banco que paga variável ao especialista de negócio do serviço, isto é, aos primeiros cargos que ingressam nas redes de agências. Eles também afirmaram que existe um canal de contestação. Através dele, o funcionário pode abrir um chamado, caso ocorra alguma alteração na produção, que não seja computada no sistema.

Mudança

Recentemente, houve alterações no programa de incentivo do Santander e o banco passou a pagar por resultado. Assim, na medida em que os trabalhadores entregam suas metas, são qualificados por produtividade e conduta no atendimento dos clientes. A avaliação é feita após as vendas dos produtos financeiros.

Ainda durante a reunião, o Santander apresentou a área de incentivos às métricas e de que maneira é feito o acompanhamento das metas, estabelecidas semestralmente, porém, monitoradas e cobradas mensalmente pelos trabalhadores.

Os representantes dos trabalhadores apresentaram diversas denúncias dos funcionários apontando que, muitas vezes ocorre alteração das métricas antes do fechamento do mês. O banco afirmou que essas alterações acontecem quando há algum erro sistêmico, mas eles seguem a meta semestral.

O Santander tem ainda o Índice Certo, que são as metas diárias cobradas além do estabelecido, com os aceleradores incentivando com remuneração quem bater além da meta mensal.

Para Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, “essa cobrança deve ser de acordo com as metas divulgadas semestralmente, para que também haja um incentivo e condições de trabalho adequadas aos funcionários. E as cobranças de área, de acordo com o índice certo, não reflitam em algo exagerado que seja prejudicial à saúde dos trabalhadores”.

Os representantes dos trabalhadores vão continuar acompanhando também a forma como o banco faz a avaliação de qualidade e a aplicação das normas de conduta.

Durante a reunião, também houve reivindicação em relação ao treinamento dos funcionários da rede, no sentido de esclarecer uma venda responsável dos produtos financeiros, tanto visando um bom atendimento ao cliente como também para que não haja penalizações, carta de orientações ou advertências aos trabalhadores.

A coordenadora afirmou que os trabalhadores esperam que o banco marque uma nova data para que as discussões e negociações avancem.

“A gente precisa avançar nesse debate levando todas as reivindicações e tendo como incentivo o programa de pagamento da variável, frisando que o Santander faz o pagamento tanto da variável semestral como também da PLR, sem subtrair nenhuma das conquistas importantes, além das clausula na convenção coletiva de trabalho e do Acordo Coletivo de Trabalho, ambos com validade até 31 de agosto de 2024”, afirmou Wanessa de Queiroz.

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