Processo de licitação dos serviços de auditoria do Saúde Caixa é motivo de preocupação para os trabalhadores. Ele vem sendo estudado há dois anos pelo banco e amplia a atuação de trabalhadores terceirizados no plano de saúde das empregadas e empregados do banco.
A medida pode colocar em risco os empregos de concursados que atuam na Centralizadora Nacional Saúde Caixa (Cesad).
A informação de que, há dois anos, a ampliação dos serviços de empresas de auditoria do Saúde Caixa está sendo estudada foi passada na reunião do GT Saúde Caixa, de 11 de agosto, após questionamentos da Comissão Executiva dos Empregados (CEE).
A coordenadora da CEE da Caixa Econômica Federal, Fabiana Uehara Proscholdt manifestou sua preocupação.
“Ficamos preocupados com a informação de que faz dois anos que há um estudo sendo realizado para a contratação de serviços de auditoria médica, com novo escopo. Como o assunto não havia sido anteriormente tratado em qualquer um dos nossos fóruns com a Caixa, como o GT, Conselho de Usuários ou mesa permanente, fomos buscar os documentos, e o que encontramos é preocupante.”
Terceirização à vista
De acordo com os contratos atuais (Pregão Eletrônico 093/7073-2017 – GILOG/RE), as empresas de auditoria devem realizar os serviços técnicos de auditoria, avaliações técnicas, perícias e assessoria em saúde, inclusive a digitalização dos documentos de cobrança em sistema próprio, emissão de pareceres e relatórios, inclusões e atualizações no sistema de processamento de dados.
A ampliação dos serviços podem ser constatadas ao se analisar os editais para contratação de serviços de auditoria (Pregão Eletrônico Nº 281/5688-2023 – CECOT), que definem que as empresas que vencerem a disputa prestarão serviços de regulação, processamento de contas e credenciamento em saúde suplementar para operacionalização dos benefícios de assistência e programas relacionados à saúde referente a atendimentos, processos, solicitações de beneficiários, empregados e conveniados, e prestadores da rede credenciada no âmbito dos municípios de abrangência do contrato.
Como explicou o médico Albucacis de Castro Pereira, assessor de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), trata-se da terceirização de toda a opração.
“Não se trata de contratação de serviços de auditoria, mas sim da terceirização de toda a operação. Muito do que está previsto no edital está ligado a serviços tipicamente executados por operadoras. Terceirizar o credenciamento é terceirizar o coração do plano de assistência médica”, afirmou.
A próxima reunião do GT Saúde Caixa está marcada para esta terça-feira (15), de forma presencial, em Brasília.
*Fonte: Contraf-CUT