1º de Maio – Dia do Trabalhador: homenagens e reflexões

Muitos ainda perguntam se é Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador. Entretanto, a afirmação é correta pelo Dia do Trabalhador que nasceu na luta pela jornada de oito horas, marcada em 1886 por uma greve geral nos Estados Unidos, onde o trabalho chegava a 17 horas por dia. No 1º de Maio, a classe trabalhadora se mobiliza para exigir seus direitos em todo o mundo. No Brasil, o movimento dos trabalhadores ganhou impulso no começo do século passado, com os imigrantes europeus, em especial italianos e espanhóis, que vieram trabalhar nas fábricas. Em 1917, com esse novo perfil da força de trabalho, aconteceu a primeira grande greve no país. Pressionado pelo operariado em franco crescimento, que cobrava garantias trabalhistas, em 1925, o então presidente Arthur Bernardes decretou feriado no Dia do Trabalhador. Getúlio Vargas transformou a data em uma festa que celebrava o Estado Novo como protetor dos trabalhadores. Para suavizar a pressão social que continuava a crescer, Getúlio investiu numa política paternalista, que controlou os sindicatos, mas também trouxe garantias. Ele instituiu o salário mínimo em 1940, mas sua medida mais importante foi a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, em 1943. Era a primeira vez que o trabalhador, de fato, conquistava proteção, com a legalização do turno de oito horas, férias, previdência e direitos específicos para a mulher e pessoas com monos de 18 anos, entre outros. As conquistas duraram até 1964, quando a ditadura militar passou a massacrar os movimentos populares. Centenas de sindicatos sofreram intervenção e milhares de seus líderes foram cassados e presos. E você ainda acha que todas as conquistas de salários, vales alimentação, licenças maternidade e paternidade, PLR e jornada de seis horas foram gentilmente dadas pelos bancos? ENGANA-SE quem pensa assim. Todas essas conquistas são frutos de lutas históricas do movimento sindical que transformou a categoria bancária em referência de organização no país. Este 1º de Maio é simbólico, no pós pandemia continuamos a conviver alto desemprego, inflação alta e demissões que não cessam. Mas é também o momento de mobilização, de gritar e exigir a manutenção dos direitos. Somos vencedores e resilientes, mas devemos ter a ciência do nosso papel e lado, o lado da classe trabalhadora que sustenta o país com o seu suor. O projeto do atual governo brasileiro é destruir os sindicatos. Por isso, o desafio deste Primeiro de Maio é mostrar que somos fortes. O mundo produtivo está diferente, cada vez mais mecanizado e digital. O que não muda é que eles continuam a tirar dos trabalhadores para concentrar a riqueza nas mãos dos mais ricos. Por isso, mobilização e unidade tornaram-se palavra de ordem, para a classe trabalhadora reconquistar o protagonismo político e reconduzir o Brasil para o futuro que a gente quer. Não espere perder seus direitos para acordar. Siga as orientações do Sindicato e participe das mobilizações. Feliz Dia do Trabalhador! Homenagens O Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense preparou uma série de atividades para homenagear os bancários e bancárias pelo Dia do Trabalhador. As atrações acontecem na Sede Campestre da entidade, em Barra Mansa, com atrações para crianças, oficina de maquiagem para as mulheres e festival de futebol. O evento será de 10h às 17h para bancários sindicalizados. A sede campestre fica Estrada Governador Chagas Freitas – 3.780 – Colônia Santo Antônio – Barra Mansa.

Sindicato quer saber as prioridades da categoria para a Campanha Nacional

O Sindicato quer quais são as principais demandas da categoria para a Campanha Nacional. Todas as bancárias e bancários, mesmo que não sejam filiados, podem participar da consulta e apontar quais devem ser, em sua opinião, as prioridades da campanha nos aspectos de remuneração, sociais, de saúde e condições de trabalho. Para facilitar a participação, foi disponibilizado um sistema de votação eletrônica pela internet, que estará disponível até o dia 3 de junho. Para responder, basta acessar o link https://consultacn2022-bancarios.votabem.com.br/. “Quanto maior o número de respostas obtivermos, mais próximo chegaremos do real desejo da categoria. Por isso, é importante que os sindicatos se empenhem na divulgação e coleta de respostas”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira. Minuta de reivindicações As respostas da consulta serão compiladas e se somarão às resoluções das conferências estaduais e regionais, além daquelas definidas nos encontros nacionais específicos dos trabalhadores de bancos públicos e de bancos privados, para serem debatidas na Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada nos dias 10 a 12 de junho e terá como principal tarefa a definição da pauta de reivindicações da categoria. Logo após ser aprovada em assembleias a serem realizadas por sindicatos de bancários de todo o país, a minuta será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para dar início à Campanha Nacional. O objetivo é negociar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e os Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) específicos dos bancos públicos, uma vez que a vigência dos mesmos se encerra no dia 31 de agosto. A data-base da categoria é 1º de setembro.

Inovar na organização sindical e ampliar representatividade 

O sociólogo Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e assessor do Fórum das Centrais Sindicais, abordou o futuro da atuação sindical no Brasil. “Nós estamos num momento da história no qual é preciso resgatar a capacidade de ousar. Não por não estarmos fazendo nosso trabalho político. Muito pelo contrário, estamos resistindo muito bem a um governo que declarou publicamente que ia acabar conosco. Temos cumprido esse papel de maneira fantástica”, garantiu. “Mas, o mundo espera de nós que sejamos capazes de dar um novo rumo político ao país”, completou.  Para ele, o momento é de analisar o que está acontecendo no mundo do trabalho e entender que a organização que nós temos não será capaz de enfrentar o futuro. “Temos de olhar e entender qual é a organização sindical com a qual reconquistaremos o protagonismo político e reconduziremos o Brasil para o futuro que a gente quer.”  Para Ganz Lúcio, a única maneira de fazer isso é com a reorganização do mundo sindical. “A reorganização do sistema financeiro já aconteceu e mudou a realidade a ponto de os trabalhadores representarem cerca de um terço do sistema financeiro. Os banqueiros criaram outras figuras que não são tradicionais. Eles estão nos colocando para fora do jogo e nós temos de dizer que vamos voltar a jogar”.  O sociólogo lembrou que o sindicalismo só foi capaz de inovar quando a gente rompeu os limites que a lei nos impunha. “Com mobilização e unidade, a gente muda a regra do jogo e o momento é esse, de romper os limites. Com essa base de organização, não vamos conquistar nada. A mudança do sistema econômico é efetiva e não transitória. Ela vai trazer uma mudança no modo de trabalho. Portanto, aquela ideia que nós tínhamos de organização sindical está ultrapassada. Não é possível que a gente continue com a mesma estratégia.”  Gans Lúcio acredita que “o que nós chamamos de neoliberalismo, nada mais foi que uma reorganização da dinâmica produtiva do mundo econômico. E para o mundo do trabalho sobrou que mais de 70% das funções não passam pela mão dos trabalhadores. É para esse mundo que nós temos de responder!”  Ao garantir que os bancos nunca mais serão os mesmos, ele disse que é preciso “deixar de olhar para o retrovisor e deslocar o olhar para o futuro. Com o conhecimento e as informações que foram apresentadas neste congresso, nós podemos buscar respostas. A nossa resposta tem que ser a ampliação da base de representação”, apontou. “A resposta política tem de ser essa. Enquanto o sistema produtivo divide, o sistema sindical reúne”. 

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