O movimento sindical ficou preocupado com as declarações do presidente do Santander, Mario Leão, sobre a priorização do banco como empresa de varejo, em detrimento do compromisso com o atendimento bancário de qualidade.
As declarações foram publicadas, nesta segunda-feira (5), em reportagem do jornal Valor Econômico.
A secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, absurdas as declarações.
“Um banco de varejo que não quer atender pobre. Ao mesmo tempo que não quer atender, ele contribui com a redução de renda de seus funcionários com a política agressiva e fraudulenta, ou seja, efetua a transferência de trabalhadores bancários para outras empresas do conglomerado, reduzindo direitos e aumentando as demissões”, lamentou Berlofa.
Já Wanessa Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, disse que equiparar a agência a uma “loja” é uma desvalorização do atendimento bancário.
Segundo Wanessa, priorizar a imagem de “melhor empresa de consumo” pode resultar na perda de foco nas necessidades específicas dos clientes bancários, comprometendo a qualidade dos serviços oferecidos.
“A proposta de segmentação com especialistas responsáveis por grupos de clientes pode gerar preocupações sobre a continuidade do atendimento personalizado e acessível a todos”, observou.
O presidente do Santander falou em reorganizar o atendimento do Van Gogh, conferindo um conceito mais regionalizado. A dúvida do movimento sindical é sobre a acessibilidade e disponibilidade dos serviços para os clientes, já que os gerentes não atenderiam mais nas agências, só realizando o atendimento remoto.
Wanessa ressaltou que o sistema bancário deve priorizar tanto a excelência varejista quanto a qualidade no atendimento, garantindo que todos os clientes tenham acesso a serviços bancários essenciais.
“O movimento sindical estará sempre defendendo os interesses dos trabalhadores e clientes bancários”, finalizou a coordenadora da COE.