O Comando Nacional dos Bancários e a presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, se reuniram nesta segunda-feira (13), para tratar das demandas dos empregados da entidade. Durante o encontro, realizado através de plataforma digital, Rita Serrano recebeu informações e uma série de reivindicações, consideradas históricas pelos empregados da instituição. Participaram do evento, cerca de 40 representantes da categoria.
Durante o encontro, Rita falou de sua origem no movimento sindical e garantiu que todo o governo está empenhado na reconstrução da Caixa, mas lamentou que esse processo não será algo tão rápido.
“A Caixa foi destruída na sua estrutura de tecnologia, na gestão de pessoal, enfim, em todos os setores”, afirmou.
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, observou que o encontro foi um sinal de novos tempos.
“Esse é um claro sinal de mudança na direção do banco público, que agora ouve os trabalhadores e se compromete a valorizar a mesa permanente de negociação. Assim podemos retomar a negociação das pautas que foram abandonadas nos últimos anos pela gestão anterior”, ressaltou Juvandia.
Primeiras ações
A presidenta da Caixa apresentou uma série de ações realizadas nos dois primeiros meses do novo governo, como a abertura de 15 agências físicas, apoio para suavizar os danos da catástrofe provocada pelas chuvas no litoral norte paulista, investimento em projetos de sustentabilidade, um programa de apoio às moradoras de favelas que deve alcançar 50 mil mulheres, outro para povos indígenas que vai beneficiar cerca de 10 mil famílias e reestruturação dos programas Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida.
Rita Serrano também garantiu que a Caixa não mais venderá ativos – prática usada para privatização de setores lucrativos do banco.
Demandas
Já os representantes dos trabalhadores levaram para o encontro demandas específicas para a garantia de direitos e conquistas trabalhistas. A presidenta da instituição afirmou que a retomada do diálogo entre banco e empregados marca o fim da gestão por medo. Rita informou que a Vice-Presidência de Pessoas (Vipes) foi reinstituída e que o processo seletivo para o cargo está aberto. Segundo ela, haverá ainda a exclusão da Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), e que os critérios serão revistos.
A nova presidenta da Caixa disse que a gestão atual está promovendo a democratização do sistema de comunicação da empresa, que inclui o retorno do espaço de comentários dos funcionários no Jornal da Caixa, que havia sido suspenso pelo ex-presidente Pedro Guimarães.
Também foi lançado o programa Diversidade e Inclusão, por equidade no ambiente de trabalho e contra discriminação por raça, cor, gênero, orientação sexual, idade ou deficiência.
O movimento sindical também cobrou a retomada das contratações necessárias, e a presidente do banco garantiu que o tema será negociado na mesa permanente.
PLR
A definição da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) também foi cobrada durante a reunião. Rita lembrou que o assunto está relacionado ao resultado referente ao exercício de 2022, quando a Caixa ainda era administrada pela equipe do governo anterior, que será divulgado no próximo dia 23 de março. Rita Serrano garantiu que nessa mesma data ocorrerá mesa de negociação com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa.
A coordenadora da CEE da Caixa, Fabiana Proscholdt, avaliou o resultado do primeiro encontro como muito bom.
“Os empregados da Caixa estão sendo ouvidos e é isso mesmo que esperamos: uma gestão que recoloque a Caixa em seu rumo de banco público, com respeito a todos, clientes e empregados, e que atue com toda a sua força pelo crescimento econômico, que é o que gera emprego e renda. O movimento sindical continuará fazendo o seu papel de cobrar, criticar e exigir os direitos dos trabalhadores”, concluiu Fabiana.
*Com informações da Contraf-Cut