O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, está reunido nesta terça-feira (21) para debater sobre a Selic, taxa básica de juros, que vem sendo duramente criticada pelo governo, pelo setor produtivo e pelas entidades de trabalhadores. A taxa poderá – ou não – ser alterada no segundo e último dia de encontro do colegiado, já na noite de quarta-feira.
Mesmo com as críticas, as projeções indicam que a tendência d o Copom é manter os juros em 13,75% ao ano, que vem desde agosto passado e é o maior índice em seis anos.
De agosto para cá, a inflação (IPCA) anualizada caiu três pontos percentuais, de 8,73% para 5,60%. Em poucos meses a diferença entre juros e inflação subiu de 4,6% para 7,7%. A autoridade monetária aponta riscos, internos e externos, para a inflação brasileira. Mas o governo não concorda com a argumentação.
Sem justificativa
Para o vice-presidente e também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, nada justifica esse índice.
“Não há nada que justifique 8% de juros reais acima da inflação quando não há demanda explodindo e quando o mundo inteiro tem praticamente juros negativos”, afirmou nesta segunda-feira (20), durante seminário.
Organizado pelo BNDES, o seminário contou ainda com a presença do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, que chamou as taxas de juros de “pornográficas”. Já o professor Joseph Stiglitz, Nobel de Economia, falou em “pena de morte” ao se referir ao juros praticados no Brasil pelo Copom.
Por conta deste cenário, representantes das centrais sindicais se unem nesta terça-feira (21) em protesto contra os juros altos mantidos pelo Copom. Os atos vão acontecer por todo o país.
“Os protestos são fundamentais para pressionar a direção do BC, comandada por Roberto Campos Neto, a baixar os juros que estão travando o crescimento econômico, impedindo a geração de empregos. Todo mundo tem um amigo, um parente desempregado e essa penúria que o trabalhador vem passando tem tudo a ver com os juros altos que impedem as empresas de investir e o próprio governo de promover programas sociais e fazer obras como abrir novas estradas, consertar as que precisam de reparos, entre outras que geram milhares de empregos”, afirma o presidente da CUT, Sérgio Nobre.
*Com informações da Rede Brasil Atual