A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú apresentou algumas denúncias de interferência do departamento de Recursos Humanos (RH) em decisões médicas e problemas no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Um dos casos de maior relevância diz respeito a uma bancária, gerente de contas, desligada sob alegação de extinção do seu cargo.
A funcionária, recuperada recentemente de uma cirurgia, sempre cumpriu as metas do banco, inclusive após retornar às atividades mesmo realizando fisioterapia e outras terapias com conhecimento de sua gestão.
Segundo a denúncia, a situação agravou-se quando a bancária informou ao médico sua condição de saúde. O médico a considerou inapta para retorno ao trabalho, indicando que não poderia ser desligada naquelas circunstâncias.
A interferência do RH ficou evidente quando a trabalhadora foi avisada que o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) deveria ser corrigido para “Demissional”. Segundo a enfermeira e o RH, houve um “equívoco” por parte da médica.
O representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na COE Itaú, Carlos Damarindo, falou sobre a gravidade da situação.
“A interferência direta do RH nas decisões médicas compromete a autonomia do profissional de saúde, o que é inadmissível”, ressaltou o dirigente sindical, acrescentando que a bancária já foi orientada adequadamente diante desse cenário.
Damarindo afirmou que esse caso é o reflexo de uma prática prejudicial à integridade física e profissional dos trabalhadores bancários.
“Nós exigimos uma investigação rigorosa sobre o ocorrido, para que a autonomia dos profissionais de saúde seja preservada, sem interferências externas que comprometam a integridade e a ética nas relações de trabalho”, ressaltou o dirigente.