Fórum: movimento sindical precisa estar forte para defender direitos dos trabalhadores

O Fórum Sindical Internacional sobre a Digitalização Financeira, em seu segundo dia, concluiu que é preciso fortalecer o movimento sindical para enfrentar as mudanças no mundo do trabalho provocadas pela digitalização.

O fórum, que reúne representantes do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, México, Paraguai e Peru, está sendo realizado em São Paulo, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e termina neste sábado (28).

De acordo com a secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT e ex-presidenta da UNI Finanças Global, Rita Berlofa, “o processo de digitalização no sistema financeiro está reduzindo os empregos de qualidade, ampliando a terceirização de vagas e, com isso, reduzindo salários em todos esses países.”

Sergio Garcion Torres, representante da Argentina, de La Bancária Sociedad de Empleados de Banco, disse que em seu país, há dez anos, um trabalhador bancário administrava, em média, 360 contas. Hoje em dia, cada trabalhador bancário administra cerca de 1.390 contas.

“Essa mudança ocasionou uma transferência de recursos não para os trabalhadores, que passaram a cuidar de mais clientes, mas para o setor empresarial”, explicou Garcion.

Já a secretária General do Sindicato Único Nacional de Trabajadores de Nacional Financiera (SUNTNAFIN) do México, Jocabeth Galindo Diego, destacou a necessidade de ampliar o diálogo com os jovens.

“O que vemos são os aposentados lutando contra a retirada de direitos, mas não vemos os jovens. E isso acontece porque os jovens já entram no banco com todos os direitos e, por isso, no sabem o quanto foi preciso lutar para conquistá-los”, afirmou Jocabeth.

A importância da formação sindical também foi ressaltada durante o fórum, como método para reforçar na sociedade a conscientização sobre a importância dos movimentos trabalhistas na defesa e garantia de direitos. E também como uma maneira de aumentar o ingresso de sindicalizados nas entidades.

A representante da Contraf-CUT explicou que a classe trabalhadora “não pode aceitar que a digitalização do sistema financeiro tenha, como consequências, o fim do emprego de qualidade, como assistimos em todo o mundo.

“Por isso, eventos como este fórum internacional são muito importantes porque, nesta troca, somos capazes de articular nossa luta em âmbito local e mundial. Entre as medidas que defendemos, estão redução da jornada de trabalho, fortalecimento dos sindicatos e valorização dos acordos coletivos. Não teremos um mundo melhor e mais seguro para todos e todas, sem essas mudanças”, concluiu Rita Berlofa.

*Foto: Seeb/SP

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