Mesmo com mediação do MPT, negociações se estagnam; mas trabalhadores querem continuar as conversações com o banco
Nesta terça-feira (09), a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) se reuniu com representantes do Banco do Brasil, para solicitar a retirada da proposta apresentada pela direção da instituição financeira que trata da reestruturação do BB e, que se aprovada, resultará na demissão de 5 mil funcionários, no fechamento de 112 agências, 242 postos de atendimento e sete escritórios. O encontro, ocorreu em duas etapas, e teve a intermediação do Ministério Público do Trabalho. Apesar dos esforços da Contraf-CUT, o Banco do Brasil não atendeu as reivindicações dos trabalhadores.
Na primeira parte da reunião, o banco havia apresentado uma proposta de prorrogação de 30 dias no processo de retirada da gratificação dos caixas, mas condicionou a proposta à assinatura por todas as entidades do acordo de compensação de horas em decorrência da pandemia e do Acordo de Comissão de Conciliação Prévia (CCP), ambos já em negociação com a Contraf-CUT. O banco também exigia a retirada de ações judiciais em andamento contra o BB. A Contraf-CUT recusou a proposta e, depois disso, houve um intervalo nas negociações.
Na segunda parte do encontro, o banco retirou até a proposta que havia feito antes e não deu prazo para que as entidades consultassem os funcionários sobre a proposta apresentada pela manhã.
Busca da mediação
O secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga, disse que a entidade buscou a mediação do MPT em função da falta de resposta do banco ao ofício que solicitava as negociações. “Mesmo com a medição, as negociações foram infrutíferas. Vale lembrar que desde o dia 03 estão ocorrendo reuniões de negociações entre os trabalhadores e o banco com a intermediação do MPT”.
Ao fim da reunião, Tabatinga disse que a Contraf-CUT orienta que os sindicatos a intensificarem as atividades que evidenciam os resultados do processo de reestruturação. “A partir desta quarta-feira (10), o banco pretende dar início a sua proposta, retirando todas as funções de caixa. Os funcionários do BB aprovaram na última sexta-feira (5) o Estado de Greve, em assembleias realizadas por sindicatos de todo o país. Temos que arrancar negociação, os caixas não podem ficar sem sua gratificação, principalmente nesse período de pandemia”, completou.
Comando solicita negociação
Apesar de orientar a intensificação das manifestações, os trabalhadores querem continuar as negociações. Ao fim da mediação o Comando Nacional dos Bancários solicitou uma reunião para continuar as tratativas.
“Mostramos que estamos dispostos a negociar. Acreditamos na via negocial e queremos continuar as tratativas”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Queremos manter as gratificações dos caixas e evitar que os trabalhadores sejam, mais uma vez, prejudicados”, completou.
Fonte: Contraf-CUT, com edição do Sind. Bancários do Sul Fluminense