
O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se reuniram, nesta segunda-feira (30), para falar sobre a saúde mental e a implementação das Normas Regulamentadoras (NRs) 1 e 17.
No encontro, o movimento sindical entregou o texto final para a cartilha de orientação, que deve ser seguida pelos trabalhadores, caso necessitem se afastar por motivos de saúde.
O secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles, ressaltou que o material explica quais são as doenças mais comuns entre os bancários, que medidas devem ser tomadas pelas empresas, como os funcionários devem buscar ajuda e, o principal, caso tenham necessidade de afastamento, quais caminhos devem seguir.
Representantes da Fenaban, que deveriam apresentar material para uma cartilha sobre assédio, ambiente saudável de trabalho e como os trabalhadores podem identificar e reagir a situações de violência organizacional, disseram que não houve tempo hábil para a preparação do material. Mas ficaram de apresentar o material numa próxima reunião da Negociação Nacional sobre Saúde Bancária.
A participação direta na implementação da Norma Regulamentadora (NR-1) também foi exigida pelos trabalhadores. A norma estabelece regras de Segurança e Saúde do Trabalho e foi atualizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O prazo para as empresas implementarem as mudanças vai até maio de 2026.
A integração da NR-1 com a NR-17, que estabelece parâmetros para adaptar as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, também foi cobrada durante a reunião.
No encontro, representantes da Fenaban voltaram a afirmar que os problemas de saúde mental têm raízes “multifatoriais”, chegando a relacionar o aumento do vício em jogos de azar (bets) com o crescimento de doenças na categoria.
A posição da Fenaban foi rebatida por Mauro Sales:
“Essa foi uma clara tentativa de esconder a verdadeira causa dos altos níveis de adoecimento mental entre os bancários: os programas de metas, assédio moral, pressão por resultados, falta de funcionários etc. Ou seja, a forma como o banco organiza o trabalho”, disse o secretário.
*Fonte: Contraf-CUT