28 de Abril: Dia Mundial Em Memória das Vítimas dos Acidentes e Doenças do Trabalho e também da Segurança e Saúde no Trabalho

Desde 1969 que essa data serve não apenas para reverenciar todas as vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, mas também para gerar mobilização social e cobrar um basta nessas ocorrências, que são de interesse e repercussões em toda sociedade. No Brasil a Lei n°11.121/2005 oficialmente instituiu essa data. E particularmente a categoria bancária devido a organização e divisão do trabalho, baseada no atingimento de resultados e metas, com a individualização das relações de trabalho e o assédio moral estrutural institucionalizado, vem passando por um novo grande surto de adoecimento profissional. Se num passado recente as Ler/Dorts eram as causas principais, nos últimos anos vimos o acometimento de doenças emocionais/psicossomáticas se transformarem numa verdadeira pandemia, atingindo bancários de bancos públicos e privados, indistintamente, a maioria jovens, comprovando que a forma de gestão e a organização do trabalho são de fato as suas grandes causas. Já superando e muito todas as demais causas de afastamento do trabalho, sendo os bancários a 2a categoria profissional que mais se afasta por problemas psiquiátricos, perdendo apenas para os servidores públicos. Tal a gravidade da situação levou a OMS a incluir no rol das doenças ocupacionais o CID para a Síndrome de Burnout à partir de janeiro/22. A Síndrome de Burnout é o completo esgotamento emocional dos trabalhadores, incapacitando-os não apenas para o trabalho, mas para todas as demais esferas da vida social. Outro aspecto importante é que apesar de estarmos num momento de diminuição dos casos e da letalidade da Covid19 existem milhares de trabalhadores sofrendo com sequelas e complicações do pós Covid. Por isso no Brasil outro elemento fundamental que precisa estar sempre na linha de frente de nossas iniciativas é a defesa e o fortalecimento do SUS. E apesar de inúmeros avanços conquistados e incorporados nas legislações e Acordos Coletivos, nossa luta tem que ser permanente para que os seus termos sejam efetivados. Desde o combate as subnotificações, a recusa das empresas em reconhecer os acidentes e as doenças como ocupacionais, e a devida emissão das Cats, bem como sejam estabelecidas efetivas formas prevenção, tratamento e reabilitação. É preciso também jogar luz nesse debate e combater o desconhecimento, a ignorância, os pré conceitos e os estigmas criados em torno dos adoecidos e acidentados. Até porque uma das tristes consequências desse desarranjo social é o suicídio, cujas causas estão longe de ser patológicas ou individuais apenas. E ainda por cima são os trabalhadores responsabilizados ou culpabilizados de diversas formas por esses acontecimentos, ou apontados como “os fracos”, “desajustados” ou “não comprometidos com os valores da corporação”, quando que diante de uma realidade dessas o natural é realmente adoecer. Uma vez estigmatizado, o trabalhador sofre inclusive a discriminação nos locais de trabalho. No caso bancário a resposta dos bancos ao invés de buscar rever suas políticas e gestão de pessoas, são as demissões e os descomissionamentos apresentados como medidas de praxe. Precisamos provocar fortemente essa mudança de paradigmas, com muita pressão e mobilização como resposta. Porque a grande maioria dos casos tem relação direta com as condições objetivas e planejadas pelos bancos. Que à partir dos registros de datas como o dia 28 de Abril e sua importância para a vida em sociedade de todos, possamos refletir e buscar ressignificar o sentido do trabalho bancário. Para que tenhamos pessoas saudáveis em ambientes de trabalho saudáveis, e as relações de trabalho sejam pautadas pela empatia e solidariedade, em substituição a toda competição e individualismo. Que o discurso da meritocracia apresentado pelo neoliberalismo seja compreendido como uma falácia. E que a vida, a busca da satisfação e realizações pessoais possam estar acima dos lucros e trabalhadores deixem de ser vistos apenas como números, estatísticas ou custos. Visibilidade a essa difícil realidade enfrentada pela categoria bancária e um salve aos propósitos do Dia 28 de Abril – Dia Mundial em Memória das Vítimas dos Acidentes e Doenças do Trabalho. Escrito por Miguel Pereira – Diretor de Saúde Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense

Vacinação dos bancários contra a gripe começa dia 28

Começa no dia 28/04, nos estados do Sul e Sudeste, a Campanha de Vacinação Nacional Antigripe do Setor Bancário. A vacina que será aplicada é a Quadrivalente, que protege contra quatro formas do vírus Influenza: o H1N1 e H3N2, da cepa A, e Victoria e Yamagata, da cepa B. Essa é uma conquista do movimento sindical por meio da Confederação Nacional do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “É fundamental que todos se vacinem, em especial neste momento da crise sanitária da covid-19, pois o bancário trabalha na linha de frente e tem contato constante com o público; essa é a melhor forma de garantir a sua própria saúde, de sua família e de toda a sociedade”, disse Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT. Em todo o país, participam da campanha 19 bancos. Cerca de 370 mil trabalhadores de todos os estados deverão ser vacinados. O laboratório responsável pela produção das doses é o Sanofi Pasteur, que tem atuação internacional há mais de 70 anos no setor.

De acordo com a Contraf-CUT, aplicação ocorrerá nos próprios locais de trabalho, em sistema drive-thru, ou ainda em clínicas credenciadas, conforme a logística estabelecida diretamente entre a Sanofi e cada uma das instituições financeiras que aderiram ao programa. Também haverá uma central de atendimento aos usuários. Vale lembrar que a influenza é catalogada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença grave, que precisa ser prevenida todo ano. Em 2022, o cuidado deve seguir redobrado por conta da Covid-19, já que uma doença pode agravar a outra. Em todo o mundo, a cada ano, são registrados de 3 milhões a 5 milhões de casos graves de gripe, que provocam de 290 mil a 650 mil mortes.