Composto por representantes dos empregados e da Caixa Econômica Federal, o Grupo de Trabalho sobre Condições de Trabalho no banco voltou a se reunir nesta terça-feira (4). O encontro deu continuidade às tratativas em relação aos problemas que afetam o dia a dia dos trabalhadores nas unidades do banco.
Os problemas que afetam as empregadas e empregados com deficiência (Pessoas com Deficiência – PCDs) e sobre as formas de estabelecimento e cobrança de metas foram os principais assuntos em pauta.
PCDs
Dando continuidade aos debates realizados no dia 6 de março, a Caixa apresentou um plano de adequação aos requisitos de acessibilidade e disse que tem uma meta de adequar 10% das agências com necessidade de adaptação ainda em 2023.
A representação dos empregados pediu atenção especial para que as mudanças não prejudiquem os demais trabalhadores.
“Na semana passada realizamos uma reunião com a Caixa, específica dos empregados que cumprem as funções de caixa, tesouraria e avaliação de penhor. E, por exemplo, a nivelação dos pisos nos espaços destinados aos caixas e as gavetas de numerário, mudanças implementadas pelo banco no novo modelo com acessibilidade, são prejudiciais aos trabalhadores. Precisamos garantir a acessibilidade sem prejudicar os demais trabalhadores. Por isso, antes de fazer mudanças como estas, é preciso ouvir quem vai usar os equipamentos e o mobiliário”, ressaltou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.
Os trabalhadores também perguntaram em quantas unidades da Caixa existem PCDs lotadas e quais funções são ocupadas por este grupamento.
A redução da jornada de empregados e empregadas que sejam responsáveis por PCDs foi outra reivindicação dos trabalhadores. Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal decidiu que servidoras e servidores públicos municipais e estaduais que sejam cuidadores de pessoas com deficiência têm direito à redução de 30% a 50% da jornada de trabalho. O Tribunal Superior do Trabalho também já vinha tomando decisões com este mesmo entendimento.
A Caixa ficou de analisar os pedidos e responder na próxima reunião.
Metas
Segundo a coordenadora da CEE, a cobrança de metas é o que mais tem causado adoecimento nas empregadas e empregados da Caixa.
“Queremos debater sobre a forma como será feita a cobrança e, também, sobre como estas metas serão estabelecidas”, destacou ao lembrar que a presidenta do banco, Rita Serrano, disse que o programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) será revisto. “O que substituirá a GDP?”, questionou.
Também foi solicitado pelos trabalhadores um relatório com a quantidade e localidade de empregados afastados e os respectivos códigos de Classificação Internacional de Doenças (CID).
“Não queremos nomes de empregados. Queremos apenas saber o que está levando os trabalhadores a se afastarem para tratamentos de saúde, com a intenção de tentar identificar a causa e evitar adoecimentos”, explicou a coordenadora da CEE, acrescentando que os problemas relacionados às metas perpassam diversas diretorias da Caixa, não apenas à vice-presidência de rede e, por isso, devem ser analisados em todas elas.
Outra demanda apresentada pelos trabalhadores foi a volta das pesquisas de satisfação dos empregados com o banco.
“Elas ajudam a melhorar a identificação dos problemas que afetam o dia de trabalho na rede e nas unidades administrativas do banco e, consequentemente, a solução dos mesmos”, disse a coordenadora.
Vacinação
A Caixa informou que vai antecipar a campanha de vacinação deste ano contra a gripe (H1N1). Em 2022, a vacinação começou em maio. Neste ano, começará no dia 17 de abril em diversos estados. Uma segunda leva começa no dia 24 de abril e a última no dia 9 de maio. O banco fará um comunicado aos gestores das unidades com o calendário de vacinação.
Segundo o banco, a vacinação será realizada nas próprias unidades e que, por determinação do Ministério Público Federal, não há previsão de reembolso do valor aos empregados que optarem por realizar a vacinação em um local de sua preferência.
Os trabalhadores solicitaram que as palestras e eventos sejam realizados em horário que facilitem a participação dos empregados, pois, dependendo do horário, alguns colegas da rede não poderão participar.
Contratações
Segundo os trabalhadores, há um déficit grande de empregados, principalmente na rede, o que gera sobrecarga e adoecimento. Eles pediram urgência em novas contratações.
Os trabalhadores pediram que a próxima reunião do GT de Condições de Trabalho seja realizada ainda neste mês.
*Fonte: Contraf-CUT