
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou em 1 ponto percentual a taxa básica de juros brasileira (Selic), que chegou à marca de 13,25% ao ano.
A decisão, tomada em reunião nesta quarta-feira (29), contou com a aprovação dos nove membros do Copom.
É a quarta vez consecutiva que a autoridade monetária eleva a Selic, após chegar a 10,5% ao ano, de junho a agosto do ano passado, índice já considerado exagerado e prejudicial para o crescimento econômico do país.
Na avaliação da presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Juvandia Moreira, o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, não foi indicado para manter os interesses do mercado financeiro.
“O Galípolo foi indicado para cumprir o papel de fazer uma política econômica para a população. Com isso ele mostra que é refém do mercado financeiro”, ressaltou Juvandia.
Para a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Vivian Machado, existe um grande erro que se tornou aceito como norma, do uso da Selic como instrumento principal para manter a inflação sob controle.
“Mas essa é uma falácia. Não só se perde a oportunidade de enfrentar a inflação de maneira mais eficiente, como traz sérios prejuízos ao desenvolvimento do país a prática de uma taxa básica de juros em níveis tão altos”, observou a economista.
O movimento sindical trabalhista reforça a campanha para que o Banco Central mude essa política monetária.
“A atual política induz a contração da economia e mantém o Brasil, ano após ano, com uma das maiores taxas de juros reais do mundo, que é o resultado da Selic menos a inflação”, disse Juvandia.
A dirigente sindical explica que, historicamente, isso acarreta prejuízos, com impactos negativos à indústria, ao comércio e empregos de qualidade.
*Fonte: Contraf-CUT
*Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil