O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil bateu um novo recorde em 2023, chegando aos R$ 35,56 bilhões. Comparado com 2022, o crescimento foi de 11,4%.
Só no quarto trimestre do ano passado, o lucro alcançou os R$ 9,4 bilhões, com um crescimento de 7,5% em relação ao trimestre anterior.
Quanto ao retorno sobre patrimônio líquido (RSPL), o índice bateu 21,6%, um crescimento de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação a 2022 e um pouco superior aos 21,3% do RSPL registrados nos primeiros nove meses do ano. Segundo o BB, este índice é semelhante ao dos bancos privados.
A coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes, ressaltou que é importante analisar o novo recorde no lucro do BB como “resultado da atuação intensa das funcionárias e funcionários da empresa pública”.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) produziu um relatório sobre os recentes resultados do BB.
O documento mostra que, no final de 2023, o banco contava com 86.220 funcionários – aumento de 267 postos de trabalho em 12 meses e 1.508 postos em três meses.
Entretanto, o número de clientes cresceu 1,07 milhão, alcançando 82,98 milhões de consumidores de serviços bancários do BB, também no período de um ano.
O relatório aponta ainda que, no mesmo período, o número de agências tradicionais permaneceu igual (total de 3.172), mas houve abertura de nove agências digitais e especializadas, totalizando 820 estruturas nesses perfis, em comparação a dezembro de 2022.
Fernanda explicou que “esses dados mostram que houve um aumento expressivo de clientes que não foi acompanhado, com a mesma intensidade pela entrada de novos funcionários e funcionárias no BB”.
Segundo Fernanda, o movimento sindical vai continuar atuando nas mesas de negociação pela ampliação do quadro “porque a sobrecarga abre portas para uma gestão por assédio que nós precisamos combater”.
Sobre a carteira de crédito ampliada, o balanço do banco aponta um crescimento de 10,3% em 12 meses, totalizando R$ 1,109 trilhão em dezembro de 2023.
Apresentaram crescimento, ainda, nos últimos 12 meses as seguintes carteiras: Agronegócio, +14,7% (R$ 355,30 bilhões), seguida pela carteira Pessoa Jurídica, +9,0% (R$ 390,79 bilhões) e carteira Pessoa Física, +8,1% (R$ 313,12 bilhões). A carteira destinada ao exterior aumentou 4,2%.
Quanto à inadimplência (atrasos superiores a 90 dias), o BB afirmou que ficou em 2,92%, aumento de 0,41 p.p. em relação a dezembro de 2022. Mesmo assim, este índice está abaixo da inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional (3,30%).
Em relação às despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) – provisões para devedores duvidosos (PDD) -, o índice aumentou em 37,5%, somando R$ 32,65 bilhões em 2023. De acordo com o BB, o principal fator para o provisionamento adicional foi o segmento large corporate (grande empresa).