Manifestações realizadas em todo o país também focaram a cobrança de metas abusivas e o aumento do risco aos trabalhadores e clientes, devido à retirada das portas giratórias de segurança em diversas unidades do banco
Bancários de todo o país se manifestaram, nesta terça-feira (23), nas imediações de agências e regionais do Bradesco em protesto contra demissões, cobrança de metas abusivas e a retirada das portas giratórias de segurança em diversas unidades do banco.
“Neste ano já ocorreram mais de 3 mil demissões e, se considerarmos o período de 12 meses, veremos que os cortes resultaram em um saldo de 8.100 postos de trabalho a menos”, disse indignada a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Magaly Fagundes. “Para ficar bem claro, é preciso explicar que estes 8.100 postos a menos são o saldo das demissões menos as contratações. Ou seja, o número de demissões é muito maior. É muita coisa! É muita gente perdendo o emprego em plena pandemia!”, completou.
Para Magaly, as demissões estão ligadas ao novo modelo de atendimento implementado pelo banco, que está transformando agências em unidades de negócios, sem atendimento de caixa.
Segurança e condições de trabalho
“Nossa luta é para preservar o emprego e reverter as demissões. Mas, também, para a melhoria das condições de trabalho daqueles que permanecem no banco e acabam sobrecarregados devido à redução de pessoal. E as metas de vendas de produtos e serviços bancários é cada vez maior”, disse a coordenadora da COE do Bradesco ao acrescentar que a sobrecarga, somada ao estresse gerado pela cobrança de metas e assédio moral das chefias, acaba levando os trabalhadores ao adoecimento. “Sem contar a apreensão devido à falta de segurança e do risco que os funcionários correm com a retirada das portas giratórias. Tudo isso contribui para a degradação do ambiente de trabalho”, concluiu.
Manifestações nas redes
Além das manifestações realizadas nas imediações das agências e regionais do banco, trabalhadores e suas entidades de representação sindical também se manifestaram nas redes sociais. Pela manhã, um tuitaço com a hashtag #QueVergonhaBradesco alcançou a 6ª posição entre os assuntos mais comentados na rede em todo o Brasil.
No Sul Fluminense
Diretores do Sindicato realizaram reunião com os bancários abordando a importância da interação entre a categoria e a entidade sindical visando maior eficiência na atuação do dia a dia que envolvem a saúde física e mental, o combate ao assédio moral, jornada de trabalho, metas abusivas, entre outros assuntos.
Neste mesmo dia, a diretoria distribuiu panfletos aos clientes e população, esclarecendo sobre o que representa o fechamento de agências por todo país. Informou sobre a abertura das UN’s (Unidades de Negócios), novo modelo que exclui atendimento presencial a clientes e divulgou nos sinais de trânsito, faixas denunciando os abusos do banco e seu lucro astronômico.
Fonte: Contraf-CUT, com edição do Sind. Bancários do Sul Fluminense