Aumento real no salário-mínimo se torna política de Estado

A aprovação do Projeto de Lei 2385/2023 pelo Senado, nesta quinta-feira (24), transforma a política de valorização do salário-mínimo em uma política de Estado. Com isso, ela não pode deixar de ser cumprida por futuros governos a não ser que uma nova lei seja aprovada e revogue a atual. Para isso, basta que o presidente Lula sancione a Lei.

A partir de 2024, o valor passa, automaticamente, a ter aumento real de acordo com a variação do PIB de dois anos anteriores ao de vigência do novo valor, mais a inflação medida pelo INPC, semelhante à política que vigorou durante o governo petista, até 2015. Em caso de taxa de crescimento real negativa do PIB, o salário-mínimo será reajustado apenas pelo INPC.

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, falou sobre a importância da aprovação da valorização do salário-mínimo.

“Existem diversos projetos em tramitação no Congresso que merecem nossa máxima atenção, como a reforma tributária. Mas este que foi aprovado é de extrema importância, pois significa que um próximo governo não poderá deixar de dar aumento real ao salário-mínimo, vinculado ao crescimento do PIB. Isso tem que ser valorizado, pois é um avanço histórico para a classe trabalhadora”, ressaltou a dirigente, que também vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

O mesmo projeto também confirma o reajuste do salário-mínimo, que havia sido concedido pelo governo Lula no dia 1º de maio por meio da Medida Provisória 1172/23, e amplia a faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda.

De acordo com Juvandia, ambas as medidas são fundamentais para valorizar o trabalhador para contribuir com o crescimento econômico.

“O trabalhador poderá ficar com uma parte maior do seu salário. Vamos tirar o país do atoleiro para retomarmos o caminho do desenvolvimento”, afirmou Juvandia.

Injeção de recursos

Considerando as projeções de crescimento do PIB para os próximos três anos, o governo estima que a política de aumento real do salário-mínimo causará um impacto no orçamento de R$ 18,1 bilhões para 2024, R$ 25,2 bilhões para 2025 e R$ 39,1 bilhões para 2026.

Segundo o secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Jeferson Meira, o Jefão, “além de ajudar na recuperação do poder de compra do trabalhador, o projeto contribui com a redução da pobreza e da desigualdade e proporciona dignidade às camadas mais vulneráveis da sociedade brasileira através do aumento nos seus rendimentos”.

Na avaliação de Jefão, que é o responsável da Contraf-CUT pelo acompanhamento das pautas de interesse da classe trabalhadora que tramitam o Congresso Nacional, trata-se de um avanço considerável frente à estagnação que vimos nos últimos anos.

“Podemos considerar que esta foi uma vitória, mas vamos continuar pressionando o Congresso e o governo para que os avanços continuem”, destacou.

Imposto de Renda

Com o reajuste da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), quem ganha até R$ 2.112,00 não precisa mais pagar imposto de renda. A isenção pode chegar ao valor bruto de até R$ 2.640,00 mensais (dois salários-mínimos atuais) se o desconto simplificado ao mês, criado pela MP, for maior que as deduções mensais permitidas.

O desconto simplificado é de 25% (R$ 528,00) da atual faixa de isenção (R$ 2.112,00). Assim, se as deduções com dependentes, Previdência Social e até mesmo pensão alimentícia somarem menos que os 25% da faixa, o desconto simplificado será aplicado em vez das demais deduções.

O Ministério da Fazenda estima que a nova faixa deverá beneficiar mais de 13 milhões de contribuintes.

Fundos e contas no exterior

Já a tributação sobre rendimentos de aplicações no exterior, trust ou fundos offshore ficou de fora. O tema deve voltar a tramitar na forma de um projeto de lei a ser enviado pelo Poder Executivo.

*Fonte: Contraf-CUT

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