Apesar de queda de juros, crédito rotativo vai a 445,7% ao ano

A taxa média de juros das concessões de crédito livre registrou queda pelo terceiro mês seguido, passando de 43,8% para 43,5%, tendo uma redução de 0,3 ponto percentual no mês. A informação consta da publicação “Estatísticas Monetárias e de Crédito”, divulgada nesta quarta-feira (27), pelo Banco Central.

Para as famílias, nas novas contratações, a taxa média de juros livres ficou em 57,7% ao ano, com redução de 0,6 pp no mês e alta de 3,7 pp em 12 meses. Já para as empresas, o índice ficou em 22,6% ao ano, redução de 0,4 pp no mês.

O Banco Central explica que o recuo deve-se às reduções disseminadas pelas principais modalidades de crédito.

As reduções das taxas nas modalidades de crédito consignado para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com queda de 0,8 pp, crédito pessoal para trabalhadores do setor público (queda de 0,4 pp) e crédito pessoal não consignado vinculado à composição de dívidas (queda de 1,8 pp) merecem destaque, segundo a publicação.

A taxa básica de juros da economia (Selic) está em 12,75% ao ano. Mas a expectativa do mercado é que continue caindo 0,5 pp nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

A previsão dos analistas é que até o fim do ano, a Selic caia para 11,75%, fazendo com que a taxa de captação de recursos livres dos bancos ( o quanto é pago pelo crédito) continue recuando.

Cartão de crédito

O crédito rotativo (quando o cliente paga menos que o valor integral da fatura) subiu 4,4 pp em agosto e 46,1 pp em 12 meses, alcançando 445,7% ao ano. É uma das modalidades mais altas do mercado. O BC está estudando uma maneira de acabar com ele.

Também a Câmara dos Deputados aprovou um projeto limitando os juros do crédito rotativo. Depois de aprovada e publicada a lei, as emissoras de cartão terão 90 dias para encaminhar proposta de regulamentação com definição de um teto. Caso isso não ocorra, ficou decidido  que os juros não poderão ultrapassar o valor original da dívida.

Ainda segundo a publicação, a inadimplência (atrasos acima de 90 dias) tem se mantido estável. Nas operações para pessoas físicas, ela está em 4,1% e para pessoas jurídicas em 2,7%. No endividamento das famílias ficou em 47,8% em julho, queda de 0,4 pp no mês e 2,3% em 12 meses. Quanto ao comprometimento da renda, a taxa ficou em 27,6% em julho, redução de 0,7 pp na passagem do mês e com alta de 0,3 pp em 12 meses.

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