Intensificação das ações de luta e organização é destaque no Encontro Nacional do Santander

O Encontro Nacional dos Funcionários do Santander reuniu delegadas e delegados de todo o país em São Paulo no dia 22 de agosto. Os debates incluíram análises de conjuntura e destaques dos dados e do balanço do banco. No final, foram relembradas as negociações do ano passado do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico, com validade até 31 de agosto de 2026. “É importante relembrarmos e destacarmos as conquistas nas cláusulas sociais e econômicas obtidas na Campanha Nacional 2024, que constam no ACT específico do Santander e garantem direitos a todos os trabalhadores do banco até o ano que vem”, ressaltou Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander. Também foram debatidas as atividades mobilização, organização e enfrentamento que já foram realizadas nas bases das federações e as ações que ainda são necessárias. Wanessa falou sobre a importância dos debates. “Ao debatermos a grande campanha nacional que já está em curso, em defesa do emprego bancário e denunciando as fraudes de contratação praticadas pelo Santander com as terceirizações, atualizamos o andamento das ações jurídicas e sindicais, bem como sobre as audiências públicas realizadas em todo País”, ressaltou a coordenadora. As propostas de plano de lutas debatidas nos Encontros Regionais e Estaduais foram remetidas para a COE/Santander pautar as próximas negociações. Logo no início do encontro, a economista e técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Vivian Machado, fez uma análise econômica e dos dados do Santander. Vivian destacou os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que cresceu 3,4% em 2024, e os dados do mercado de trabalho, que alcançou a menor taxa de desocupação e o maior rendimento médio mensal na sequência histórica. A economista lembrou que a taxa de juros (Selic) chegou a 15%, mesmo com uma inflação em 5,35% (acumulada em 12 meses, em junho de 2025), deixando o Brasil com o segundo lugar no ranking de juros reais no mundo, com o maior nível desde junho de 2006. Em relação aos números globais do Santander, a economista destacou que o banco obteve, no primeiro semestre de 2025, o melhor resultado trimestral e semestral de sua história, com lucro de 6,8 milhões de euros. “Nesse cenário, a unidade brasileira é a segunda maior contribuinte para os resultados, atrás apenas da matriz na Espanha, com lucro de 996 milhões de euros, ou seja, 14,6% do resultado global”, explicou Vivian. O resultado nacional do Santander também foi positivo no primeiro semestre, com lucro de R$ 7,520 bilhões no Brasil, um aumento de 18,4% em relação ao mesmo período de 2024. A economista falou, ainda, sobre os negócios do banco e apontou a tecnologia como impulsionadora dos resultados, já que Santander aumentou os investimentos nessa área e reduziu os gastos com estrutura. Os impactos da IA no sistema financeiro também mereceu destaque no encontro, com cientista político e professor da Faculdade 28 de Agosto, Moisés Marques, fazendo uma análise de conjuntura com o tema “o mundo de ‘ponta cabeça’ e as consequências para o Sistema Financeiro Nacional (SFN)”. *Fonte: Contraf-CUT