Nos últimos dez anos, digitalização acabou com 70 mil empregos e ajudou a fechar 5 mil agências bancárias

O setor financeiro mudou sua estrutura com a transformação digital nos últimos dez anos. O resultado é que foram fechadas 5.716 agências bancárias e eliminados cerca de 70 mil postos de trabalho. A informação foi publicada no jornal Estadão, com base nos dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Com a digitalização do setor bancário, os clientes realizam operações como abertura e fechamento de contas, consulta de saldo, transferências através de PIX, TED ou DOC, e até investimentos. Os aplicativos disponibilizados nos celulares assumiram as funções dos bancários, contribuindo para que os bancos reduzam cada vez mais o número de empregados. A pandemia também contribuiu para este novo panorama. Com o isolamento social, as pessoas, inclusive as idosas, foram obrigadas usar os aplicativos, ou seja, tiveram que se render à tecnologia para pagar contas e fazer operações que, antes, eram feitas presencialmente nos bancos. O reflexo na mão de obra do setor foi inevitável. Dados do Novo Caged (cadastro geral de empregados e desempregados, do Ministério do Trabalho), o volume de demissões em março ficou 39% acima da média mensal de 2022, quando o número de demissões chegou a 1.474. Já as contratações ficaram 16,5% abaixo da média mensal registrada no setor no período. Março foi o sexto mês consecutivo de cortes de postos de trabalho no setor bancário, aponta o cadastro. Ainda segundo a reportagem, só no primeiro trimestre deste ano, os bancos cortaram 2.662 vagas. O corte de pessoal nos grandes bancos chegou a 2.394, comparando os dados do primeiro trimestre de 2023 com igual período no ano passado. Apesar desses dados, a Federação Brasileira de bancos (Febraban) considera que o nível de emprego no setor tem se mantido estável. “No primeiro trimestre 2023 houve uma ligeira redução no nível de empregos no setor, de 0,6%, que é equivalente à expansão no nível de emprego que houve de 2021 para 2022, de 0,6%”, divulgou a entidade. Vagas em TI Com a transformação digital dos bancos e instituições financeiras, os novos postos de trabalho foram para profissionais de tecnologia da informação, como programadores, analistas e gerentes de produto.

Comissões do Itaú vão se reunir com direção do banco dia 14 de junho

A Comissão de Organização dos Funcionários (COE) e o Grupo de Trabalho de Saúde (GT Saúde) do Itaú-Unibanco estão se preparando para a reunião do dia 14 de junho com a direção do banco. Nesta terça-feira (6), os membros das duas comissões tiveram um encontro on-line. No dia 14, o GT de saúde vai cobrar, da direção do banco, o cumprimento da cláusula 87 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), negociada na Campanha Nacional de 2022. Essa cláusula prevê o debate sobre as formas de acompanhamento na primeira reunião de 2023, entre as comissões de trabalhadores e os bancos. Já a COE vai debater questões de emprego, fechamento de agências, horário de abertura das agências, avaliação semestral de desempenho e Programas Próprios de Remuneração. Segundo o coordenador da COE Itaú, Jair Alves, o encontro com a direção do banco será importante para manter o diálogo. “Teremos a oportunidade de nos encontrarmos com a direção do banco, e estamos certos de cobrar o cumprimento da cláusula 87 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O GT de saúde buscará garantir condições adequadas de saúde e segurança para todos os funcionários”, afirmou Jair. A reunião desta terça (6) contou com uma apresentação da economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Catia Uehara, sobre o balanço do primeiro trimestre de 2023. “Essa análise nos oferece informações valiosas para embasar nossas discussões e reivindicações. Estamos prontos para dialogar com a direção do banco e trabalhar em prol de melhores condições de trabalho, segurança, emprego e remuneração justa. Unidos, somos mais fortes e faremos a diferença”, completou Jair Alves. *Fonte: Contraf-CUT

Bancários fazem tuitaço, a partir das 11h desta quarta-feira (7), contra demissões do Bradesco

A mobilização contra o fechamento de agências e demissões no Bradesco, continua nesta quarta-feira (7), com um tuitaço a partir das 11h. O Bradesco, apesar da alta lucratividade, continua demitindo e fechando agências, além de exigir o cumprimento de metas consideradas abusivas. O tuitaço desta quarta será com a hashtag #AVergonhaContinuaBradesco, a mesma utilizada na última mobilização. O protesto é também contra a postura do banco de negar o acesso de clientes e usuários aos caixas presenciais para o atendimento.

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