Saúde Caixa será tema de seminário nacional

Um seminário nacional vai debater os principais problemas que afetam o dia a dia do pessoal da Caixa Econômica Federal, com prioridade para o plano de saúde das empregadas e empregados do banco. O evento será realizado pelo Comando Nacional dos Bancários, através da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e do Grupo de Trabalho do Saúde Caixa. O Comando é formado por representantes de sindicatos e federações da categoria de quase todo o país. A orientação é para que as entidades sindicais realizem o debate com suas bases e promovam seminários locais e regionais para que as propostas sejam aprofundadas no seminário nacional. A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira falou sobre o acordo que tem validade até 2024. “Fizemos um acordo no ano passado que tem validade até 2024. Neste ano, a Conferência Nacional dos Bancários vai discutir apenas temas gerais ligados ao futuro da categoria e à organização do ramo financeiro, além de outros que envolvem toda a classe trabalhadora, como a reforma tributária, inclusive com propostas para ampliar a faixa de isenção do imposto de renda, tanto na tabela geral, quanto na tabela específica da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). As comissões de trabalhadores específicas de cada banco, como a CEE, ficaram com a incumbência de definir um calendário para continuar as negociações específicas nas mesas permanentes e, no caso da Caixa, já se definiu que há a necessidade de se fazer um seminário nacional para debater e buscar soluções para os problemas do Saúde Caixa”, explicou Juvandia. Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da CEE, lembra que já existem negociações em andamento sobre o Saúde Caixa e também mesas específicas sobre saúde e condições de trabalho e sobre problemas que envolvem os caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor.  “Já temos garantido aumento real nos salários e verbas econômicas e também a manutenção dos direitos até agosto de 2024. Por isso, estamos tratando de pontos urgentes, que afetam o dia a dia de trabalho nas unidades, em mesas permanentes de negociação. Mas, sentimos a necessidade de fazermos um amplo debate sobre o Saúde Caixa, para que as bases nos tragam suas ideias e a gente possa aprofundar o assunto em um seminário nacional para apresentar soluções ao banco”, ressaltou Fabiana. Pontos para o debate Entre os principais pontos a serem discutidos estão a remoção do estatuto da Caixa do teto que o banco pode ter com plano de saúde dos empregados, a necessidade de descentralização da gestão do Saúde Caixa para melhoria no atendimento e ampliação dos credenciamentos de profissionais da saúde e hospitais, o retorno das estruturas da diretoria de Gestão de Pessoas (Gipes) nos estados e a revisão da forma de cobrança de mensalidades e coparticipação devido a erros de sistema do banco. “Temos que avançar nas negociações, pois, se não houver alterações no Estatuto da Caixa, muitos empregados não terão como manter os pagamentos. Serão forçados a se desligar e isso pode prejudicar toda a sustentabilidade do Saúde Caixa”, afirmou a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil, ressaltando a importância do debate sobre o Saúde Caixa. Descentralização Na Campanha Nacional de 2022, a CEE da Caixa já havia cobrado a descentralização da gestão do Saúde Caixa para tentar melhorar o atendimento e possibilitar o aumento dos credenciamentos de profissionais de saúde, clínicas e hospitais, além do retorno das estruturas da Gipes nos estados, como suporte à descentralização da gestão. Mas, não houve avanços nas negociações com o banco e o debate foi prorrogado para este ano. O diretor de Saúde e Previdência da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Leonardo Quadros, que também é diretor-presidente da Associação do Pessoal da Caixa do Estado de São Paulo (Apcef-SP), disse que é preciso saber o que acontece fora dos grandes centros.. “Vamos insistir para que sejam recriadas estruturas descentralizadas para o Saúde Caixa e para ter informações detalhadas sobre as microrregiões. Recebemos muita demanda e precisamos saber o que acontece além dos grandes centros”, destacou. Para ajudar no debate, a Contraf-CUT vai publicar uma série de textos para relembrar os principais pontos que ficaram pendentes na negociação e outros que surgiram mais recentemente. “Nossa ideia é dar subsídios para a discussão, numa tentativa de suscitar a formulação de propostas para a solução”, disse diretor da Contraf-CUT, Rafael de Castro, completando que “o Saúde Caixa é uma conquista histórica muito importante e muito valiosa para todo o pessoal da Caixa. Não podemos correr o risco de perdê-la.” *Fonte: Contraf-CUT

Estudo da Unicamp aponta redução de capacidade de trabalho pós-covid em bancários

Estudo realizado pelo Departamento de Neurologia (DN) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, com apoio do Departamento de Saúde Coletiva (DSC), com 607 bancários, mostra os efeitos pós-covid na categoria profissional. A pesquisa investigou os sintomas associados com a redução da capacidade para o trabalho em pessoas com síndrome da covid longa. De acordo com o estudo, dos bancários que sentiram os efeitos da covid-19 por mais de quatro dias, 62,5% apresentaram redução do Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT). Os sintomas mais frequentemente associados com essa diminuição foram fadiga (93,2%), depressão (68,2%) e ansiedade (76,8%). Depois de um ano da primeira entrevista, foi realizada uma avaliação longitudinal com 180 trabalhadores. Desse total, 48% ainda apresentavam fadiga, 38% tinham sinais de ansiedade e 52% relataram problemas de memória. A professora de neurologia clínica, Clarissa Yasuda, explica que os trabalhadores foram avaliados depois de 200 dias, em média, após o diagnóstico de covid-19. “Tem sido cada vez mais importante avaliar os impactos dos chamados casos leves de covid-19 sobre a saúde e a capacidade de trabalhar, visto que esses casos representam a imensa maioria. No nosso estudo, 83% dos casos tinham tratamento domiciliar, sem hospitalizações, e os achados são bastante significativos”, afirma Yasuda. Marcia Bandini, professora da área de saúde do trabalhador do DSC, alerta para a necessidade de adoções de práticas terapêuticas multiprofissionais e políticas de proteção para aqueles que tiveram afetada sua capacidade para o trabalho. “O estudo trouxe informações relevantes para que sindicatos e empresas discutam e implementem ações de reconhecimento de casos de covid longa para adotar práticas terapêuticas multiprofissionais de reabilitação, tanto no sistema público quanto na saúde suplementar”, afirma Marcia, ressaltando ainda a importância de que diferentes categorias profissionais sejam estudadas. O estudo contou com o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). O secretário de Saúde da entidade, Mauro Salles, destaca que “os resultados da pesquisa comprovaram nossa constatação no contato com os bancários, e o estudo tem nos ajudado na conscientização e tratamento dos colegas afetados”. Mauro lembrou que os resultados foram apresentados em reuniões de negociações com os bancos e agradeceu o trabalho e a parceria da Unicamp. Segundo ele, a relação entre a representação dos trabalhadores e o meio acadêmico mostrou-se muito importante na história da luta pela saúde dos trabalhadores.  “Esse trabalho reforça esta importância. Saliento que procuramos apoio da universidade quando constatamos no dia a dia que muitos colegas apresentavam sintomas persistentes, que dificultavam o ato de trabalhar, depois de ter covid, na maioria das vezes não relacionando os fatores. Procuramos a Unicamp que estava desenvolvendo trabalho sobre esta situação e tivemos uma maravilhosa acolhida. Os resultados comprovam nossas suspeitas e tem nos ajudado na conscientização e tratamento dos colegas afetados. Também está sendo de grande valia nas negociações com os bancos. Agradecemos pelo trabalho apresentado e pela parceria”, ressaltou Salles. A pesquisa demonstrou que os sintomas neuropsiquiátricos da covid longa afetam negativamente a capacidade de trabalho, meses após a infecção. Esses achados apontam para a urgência de tratamentos específicos e multidisciplinares para os pacientes, a fim de minimizar a sobrecarga individual e a perda econômica global. *Fonte: Contraf-CUT

COE debate igualdade de oportunidades com Santander, após vídeo publicitário

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander terá uma reunião, no próximo dia 22, com a direção do banco. Vão debater a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. A reunião ganhou destaque com a divulgação de campanha publicitária do banco para o Dia das Mães. O Santander informa um dado PNAD Contínua de que as mulheres têm renda mensal 21% menor do que os homens. Por esta razão, o banco informa que vai conceder para as mulheres desconto na mesma porcentagem em produtos bancários, como seguro de vida, parcelamento de fatura e anuidade de cartões. Entretanto, o vídeo não especifica o período do desconto. A coordenadora da COE Santander, Lucimara Malaquias, afirma que o banco deve agir para além da publicidade no mês das mães. “Está mais do que na hora de o banco retomar seriamente, por exemplo, o debate sobre a licença menstrual, que foi pauta de reivindicação na Campanha Nacional dos Bancários 2022 [campanha salarial]. Mas na ocasião, o banco alegou que ‘ainda não há ambiente interno para conduzir esta questão, porque não há maturidade suficiente das bancárias brasileiras para implementar a medida’. Sendo que na Espanha, país de origem do conglomerado, esta medida já é lei e é cumprida pela mesma instituição financeira”, pontua a dirigente. Discriminação Também chama atenção no vídeo de que há mais de 10 anos não há diferença salarial entre homens e mulheres dentro do Santander. Para Lucimara, esta diferença de fato diminuiu ao longo dos últimos anos e pode não ser observada quando homens e mulheres exercem a mesma função, mas o problema da discriminação de gênero persiste na ascensão na carreira. O último Relatório de Sustentabilidade emitido em 2022 pelo Santander aponta que em 2021 as bancárias ocupavam 61% dos cargos na área operacional e os homens 39%. Com relação aos cargos de diretoria, apenas 25% eram ocupados por mulheres e 75% por homens. “Este é o grande problema no Santander e no sistema financeiro de um modo geral. O movimento sindical quer debater seriamente estes dados para além da publicidade, e quer entender quais medidas o banco está tomando para garantir mais acesso às mulheres na pirâmide hierárquica, a fim de garantir igualdade de oportunidades para que as mulheres ascendam na carreira na mesma proporção que os homens”, ressalta Lucimara Malaquias. Segundo dados apresentados no Fórum Econômico Mundial, o mundo precisará de 257 anos para superar esta desigualdade de gênero no trabalho. “Queremos essa igualdade já! Somos metade da população mundial, em alguns setores financeiros somos a maioria e nada justifica um salário diferenciado”, cobra Rita Berlofa, funcionária do Santander e secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). *Fonte: Contraf-CUT

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