Bancários protestam contra metas abusivas
Bancários de todo o país denunciaram o assédio e a pressão realizada pelos bancos na cobrança abusiva pelo cumprimento de metas e os prejuízos que esta prática causa nos trabalhadores da categoria. Eles foram às ruas e às redes sociais, nesta terça-feira (11). As atividades marcaram o lançamento da campanha Menos Metas, Mais Saúde, promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e por seus sindicatos e federações filiados. A campanha terá duração de seis meses. “Há anos reivindicamos que as metas e as formas de cobranças do seu cumprimento sejam estabelecidas com a participação dos trabalhadores que terão que cumpri-las, mas os bancos alegam que se trata de uma questão de gestão e que esta decisão cabe somente a eles. As consequências são desastrosas para os trabalhadores. O cenário de adoecimento físico e mental da categoria piora a cada ano, com transtornos psicológicos e as LER/Dort. E, nos últimos tempos, também tem aumentado o número de suicídios entre os bancários”, afirmou o secretário de Saúde do Trabalhador, Mauro Salles. Durante as manifestações, os sindicalistas distribuíram boletins e panfletos para os trabalhadores, clientes dos bancos e a população que transitava pelas ruas. “Para as bancárias e bancários pode não ser novidade, afinal eles sofrem as consequências em seu dia a dia, mas nossa intenção é denunciar a situação para clientes e a população de uma forma geral. Queremos mostrar que os bancos não são os ‘bons-moços’ retratados em suas publicidades. Muita coisa fica escondida atrás dos outdoors e das propagandas de TV”, explicou o dirigente da Contraf-CUT. *Fonte: Contraf-CUT
Bancários de todo país lutam por ‘Menos metas, mais saúde’
Sindicatos dos bancários de todo o país realizam, nesta terça-feira (11), manifestações para denunciar o assédio e a pressão realizada pelos bancos na cobrança abusiva pelo cumprimento de metas. As atividades marcam o lançamento da campanha “Menos Metas, Mais Saúde”, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que terá duração de seis meses. O secretário da Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Mauro Salles, falou sobre o objetivo da campanha. “Nossa intenção é evidenciar o cenário de adoecimento físico e mental dos trabalhadores do ramo financeiro, que a cada ano que passa sofre mais com os transtornos psicológicos e as LER/Dort, velhos problemas conhecidos pela categoria, que há anos é submetida a cobranças por metas excessivas”, explicou Salles. Ação nas redes sociais Paralelamente às atividades de rua, os bancários também realizarão um tuitaço das 11h às 12h desta terça-feira, com a hashtag #MenosMetasMaisSaúde. “Queremos mostrar para toda a sociedade o cenário assustador que a categoria bancária precisa enfrentar todos os dias, que tem levado ao crescimento, inclusive, do número de suicídios de bancários e bancárias”, afirmou o dirigente sindical da Contraf-CUT. *Fonte: Contraf-CUT
Lançamento do Programa de Prevenção à violência de gênero marca história de lutas da categoria bancária
A tarde desta segunda-feira (10) marcou o lançamento do Programa Nacional de Prevenção à Violência contra as Mulheres, de conscientização da sociedade, incluindo das bancárias e bancários no ambiente de trabalho, sobre o combate à violência de gênero. O lançamento foi feito pelo Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), falou sobre o avanço da categoria nesta pauta. “Hoje, nós demos mais um passo importante no contexto de uma série de conquistas que a categoria bancária obteve com muita luta e organização, ao longo dos anos, na pauta de Igualdade de Oportunidade, que inclui o combate à violência de gênero dentro e fora do ambiente de trabalho, com o acolhimento das bancárias que sofrem com a violência doméstica”, destacou a presidenta da Contraf-CUT. Juvandia lembrou que a inclusão do tema de Igualdade de Oportunidades nas mesas de negociação com os bancos foi uma conquista da categoria em 2000. “Ao longo desta luta, descobrimos que, além de lutar por igualdade de oportunidade para mulheres e homens no trabalho, que é uma questão da vida pública, também precisávamos falar da vida privada”, afirmou Juvandia explicou que a violência doméstica impacta na produtividade das mulheres no trabalho, seja por motivos psicológicos ou por motivos de saúde. “Em briga de marido e mulher temos, sim, que meter a colher, porque machuca não só a mulher, mas toda a sociedade”, arrematou. “Quando pensamos nesta clausula (de combate à violência doméstica e familiar na sociedade) pensamos no sofrimento da mulher que está do outro lado e que pode ser qualquer uma de nós. E a proposta deste programa é, através da conscientização, alcançar a sociedade que queremos”, completou a também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva. Ela ressaltou que “apesar de estar muito feliz com o lançamento do programa, é triste ainda ter que lutar para enfrentar o problema da violência de gênero em pleno Século 21. A modernidade não pode avançar só no mundo tecnológico, tem que avançar nos direitos.” Retorno das políticas públicas A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que participou da mesa “Igualdade das mulheres na sociedade” falou sobre a retomada de uma série de políticas públicas direcionadas, especialmente, para combater a desigualdade social entre homens e mulheres e a violência de gênero, com destaque para o projeto de lei, enviado pelo governo Lula ao Congresso, que determina a igualdade salarial entre homens e mulheres. “A diferença desta lei, em relação ao que tínhamos até hoje, pela CLT, é que ela determina quem fiscaliza e a aplicação de multa para as empresas que não cumprirem a legislação”, ressaltou a ministra. Cida Gonçalves também destacou a necessidade de iniciativas como o lançamento do programa de prevenção à violência de gênero, pela categoria bancária, e lembrou que o movimento sindical foi fundamental para resistir aos ataques sobre os direitos das mulheres aprofundados nos últimos seis anos, desde o golpe que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. Trabalho das ONGs Representantes das três organizações não governamentais (ONGs) Papo de Homem, Me Too Brasil e IMP Instituto Maria da Penha, apresentaram suas propostas de trabalho na mesa “Iniciativas de negociação nacional do movimento sindical para a sociedade, bancárias e bancários”. As entidades foram contratadas pelos bancos para responder às demandas do movimento sindical, inseridas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Ana Addobbati, do Instituto Maria da Penha, ressaltou que o papel da entidade é atuar com embaixadoras e embaixadores voluntários em escolas e empresas, para conscientizar sobre a violência e como combatê-la, “em uma linguagem que todos entendam”. Marina Ganzarolli, presidenta da Me Too Brasil, destacou que a organização trabalha diretamente com mulheres e homens vítimas de violência sexual, incluindo assistência psicológica. A entidade também atua na linha da prevenção, dando ferramentas para a identificação de relacionamentos abusivos e caminhos para construir interações saudáveis. Marina Moreira, coordenadora de operações, treinamento pesquisa do Instituto Papo de Homem (PDH), explicou que a ONG tem como foco desenvolver materiais para conscientizar os homens. “Nossa estratégia é na comunicação. Estamos preocupados em explicar a questão da violência de gênero, que precisa ser combatida, e isso passa pela transformação social do homem, mas com o cuidado para não desconectar com aqueles precisamos conversar. Por isso, temos muito cuidado com as palavras. Apesar de ser inerente que, neste processo de transformação social, a gente passe por conflitos, não podemos perder a conexão com os homens, caso contrário, não vamos ter o alcance que precisamos”, afirmou. Entre as ações que as ONGs vão entregar no âmbito do Programa Nacional de Prevenção à Violência contra as Mulheres, estão treinamentos, cartilhas, livro e série de palestras em várias regiões do país, voltadas tanto ao público bancário quanto à sociedade civil. “Cada organização tem propostas diferentes que são complementares. E isto é bastante positivo. Esperamos que o programa realmente alcance sociedade e trabalhadores e trabalhadoras bancárias do Brasil inteiro”, ressaltou Juvandia. Histórico de conquistas A secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes falou sobre a luta da categoria e suas conquistas. “A categoria bancária tem um histórico de avanços importantes na luta por igualdade de oportunidade que se torna exemplo para as demais categorias. Então, é fundamental manter o que já conquistamos e avançar para superar as desigualdades que ainda persistem dentro dos bancos e no contexto social do país que, infelizmente, registra uma desigualdade salarial significativa entre homens e mulheres, assim como altos índices violência”, avaliou Fernanda. Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) mostra que, no mercado de trabalho brasileiro, as mulheres ganham, em média, 21% menos que os homens. Na categoria bancária, a remuneração delas é 22,2% menor que a média dos colegas do sexo masculino. Ao analisar o recorte racial, a desigualdade é ainda mais aprofundada: a remuneração da mulher preta é, em média, 40,6% inferior à remuneração do