Trabalhadoras e trabalhadores vão às ruas contra juros altos

Bancárias e bancários tiveram participação massiva nas manifestações de rua realizadas em todo o país, nesta terça-feira (21). O movimento convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) exigiu a redução da taxa básica de juros (Selic). O índice, que é definido pelo Banco Central (BC), está em 13,75% ao ano, o mais alto do mundo. A CUT, demais centrais sindicais e movimentos populares escolheram essa data por coincidir com o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), para decidir sobre a taxa básica de juros, Selic. A reunião vai até quarta-feira (22), quando será anunciada, após o fechamento do mercado, a decisão do grupo. A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, falou sobre as manifestações.  “Estamos com atos hoje em nove estados e no Distrito Federal, contra essa política do Banco Central de manter a Selic muito alta. Não existe outro país com taxa tão elevada, porque inibe o investimento produtivo e estimula o rentismo. Como estamos, o Brasil continua perdendo emprego e renda. Para mudar a política econômica, tem que mudar o presidente do Banco Central, que está promovendo a recessão. Nós queremos a economia forte, gerando emprego e renda para todos os trabalhadores. Juros altos é sabotagem”, declarou Juvandia. A democratização do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF), órgão que julga processos administrativos de grandes devedores e, em geral, beneficia as empresas sonegadoras porque a maioria dos conselheiros é empresário, também está entre as reivindicações dos trabalhadores. Segundo o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, os juros altos favorecem apenas os mais ricos, que têm algum dinheiro aplicado no sistema financeiro. “Todo mundo tem um amigo, um parente desempregado, e essa penúria que o trabalhador vem passando tem tudo a ver com os juros altos que impedem as empresas de investir e o próprio governo de promover programas sociais e fazer obras como abrir novas estradas, consertar as que precisam de reparos, entre outras que geram milhares de empregos”, disse Sérgio Nobre. As manifestações não aconteceram apenas nas ruas. Desde as primeiras horas da manhã, várias postagens no Twitter começaram a subir a hashtag #JurosBaixosJá, que alcançou o quarto lugar entre as mais comentadas no Brasil, nesta terça-feira. *Com informações da Contraf-CUT

Reunião do Copom pode decidir sobre alteração da Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, está reunido nesta terça-feira (21) para debater sobre a Selic, taxa básica de juros, que vem sendo duramente criticada pelo governo, pelo setor produtivo e pelas entidades de trabalhadores. A taxa poderá – ou não – ser alterada no segundo e último dia de encontro do colegiado, já na noite de quarta-feira. Mesmo com as críticas, as projeções indicam que a tendência d o Copom é manter os juros em 13,75% ao ano, que vem desde agosto passado e é o maior índice em seis anos. De agosto para cá, a inflação (IPCA) anualizada caiu três pontos percentuais, de 8,73% para 5,60%. Em poucos meses a diferença entre juros e inflação subiu de 4,6% para 7,7%. A autoridade monetária aponta riscos, internos e externos, para a inflação brasileira. Mas o governo não concorda com a argumentação. Sem justificativa Para o vice-presidente e também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, nada justifica esse índice. “Não há nada que justifique 8% de juros reais acima da inflação quando não há demanda explodindo e quando o mundo inteiro tem praticamente juros negativos”, afirmou nesta segunda-feira (20), durante seminário. Organizado pelo BNDES, o seminário contou ainda com a presença do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, que chamou as taxas de juros de “pornográficas”. Já o professor Joseph Stiglitz, Nobel de Economia, falou em “pena de morte” ao se referir ao juros praticados no Brasil pelo Copom.  Por conta deste cenário, representantes das centrais sindicais se unem nesta terça-feira (21) em protesto contra os juros altos mantidos pelo Copom. Os atos vão acontecer por todo o país.  “Os protestos são fundamentais para pressionar a direção do BC, comandada por Roberto Campos Neto, a baixar os juros que estão travando o crescimento econômico, impedindo a geração de empregos. Todo mundo tem um amigo, um parente desempregado e essa penúria que o trabalhador vem passando tem tudo a ver com os juros altos que impedem as empresas de investir e o próprio governo de promover programas sociais e fazer obras como abrir novas estradas, consertar as que precisam de reparos, entre outras que geram milhares de empregos”, afirma o presidente da CUT, Sérgio Nobre. *Com informações da Rede Brasil Atual

Live da CUT com informações sobre os atos desta terça-feira (21) já está no ar

Já está no ar a live da CUT com as informações sobre os protestos da classe trabalhadora contra os juros altos, que acontecem nesta terça-feira (21) em todo o país. A transmissão está sendo feita pelas páginas da CUT no Facebook e no YouTube, e no canal do YouTube da TVT. A Contraf-CUT, federações e sindicatos do ramo financeiro também participam dos atos, que são promovidos pela CUT, Força, CTB, UGT, CSB, NCST, CSP Conlutas, Intersindical e A Pública, além dos movimentos Povo Sem Medo (PSM) e Frente Brasil Popular (FBP). Também nesta terça-feira (21) está sendo realizada a reunião do Copom do Banco Central (BC) para decidir a taxa básica de juros do país, a Selic, pelos próximos dois meses. Atualmente em 13,75% ao ano, a Selic é considerada a mais alta do mundo. *Com informações da Contraf-CUT

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